Patrimônio Belga no Brasil
NINFA DO LAGO - PARQUE DAS ÁGUAS DE CAXAMBU
É comum, na história da arte, a representação de ninfas e musas sentadas à beira da fonte, ou debruçando-se sobre ela, a fim de admirar o seu reflexo. Também Vênus teve o desejo de mirar-se em um espelho d’água. Por isso, era necessário que a deusa das águas surgisse como tema para o embelezamento de nossas estâncias. Nossa Vênus é um exemplo particular de escultura. Formosa em sua nudez e bela como um mármore antigo, podemos nos esquecer de que a “Deusa das Águas”, como foi chamada na época, é construída de concreto armado. Originária da Bélgica, a escultura foi um presente oferecido a Caxambu após a Fonte da Beleza (fonte intermitente) ter sido premiada na Exposição Universal Bruxelas em 1910, por causa de sua água rica em magnésio e ferro.
Inclinada sobre as águas, a Ninfa segura com as mãos os seus longos cabelos, a fim de admirar o reflexo do seu rosto, expressando um sorriso de contentamento. A escultura feminina, cujo autor não é conhecido, forma um conjunto com dois amores que se encontram aos pés de Vênus brincando de apagar a sua imagem com a água revolta.
Essa representação mostra-nos que os reflexos formados na água são imagens curtas, mas que podem provocar em nós fortes lembranças.
Assim que a estátua chegou da Europa, Chico Cascateiro construiu para ela uma pequena fonte em frente ao balneário, rodeada por canteiros de rosas, símbolo da beleza de Vênus. Durante o tempo que ficou nesse lugar, ali se tornou o lugar preferido para registro da passagem dos aquáticos pelo balneário do Caxambú.
Na década de quarenta foi deslocada para o centro de um espelho d’água formado ao lado esquerdo do balneário, desprovida de seu rico efeito quando habitava o mesmo espaço que o balneário e a fonte da Beleza, um refletido no outro no imaginário aquático.
Ela ficalogo à entrada do Parque e encaminha os visitantes para o Balneário e as 12 fontes de água mineral.
Fontes:
Fotos: Marc Storms, janeiro 2015
Foto preta e branco: Dissertação Francislei Lima da Silva, p. 115
FONTE: Patrimônio Belga mo Brasil