O assunto da última quarta-feira em Caxambu foi a circulação de diversas cópias de uma carta anônima de quatro páginas, distribuidas sorrateiramente durante a madrugada por baixo das portas de casas e lojas.
Bem diferente de um protesto inofensivo e irreverente, como no caso dos cartazes anunciando a "missa de sétimo dia" para o Carnaval de Caxambu, a tal carta anônima distribuida ontem contém acusações e ofensas pessoais contra secretários e membros da atual administração, deixando evidente sua motivação política.
Obviamente, o emprego de tais métodos ilícitos constitui crime de calúnia e difamação e merece nosso veemente repúdio, exigindo ainda a apuração da identidade de seus autores por parte das autoridades competentes.
Vale lembrar que a circulação de cartas anônimas de idêntico teor não constitui nenhuma novidade em Caxambu, pois tais cartas já apareceram anteriormente, e continuam surgindo ocasionalmente com grandes intervalos de tempo, de preferência em anos eleitorais, fazendo pensar no impacto negativo que tais cartas possam produzir no eleitorado caxambuense.
Independentemente da indiscutível ilegalidade, e também da falta de legitimidade de tais cartas anônimas, é preciso observar atentamente a reação da população diante delas. Teoricamente, o tipo de informação transmitido por este meio ilegítimo pode ser ignorado ou absorvido, dependendo proporcionalmente dos índices de satisfação ou de insatisfação dos eleitores naquele momento em relação ao poder público.
A aproximação das eleições de 2010 representa um novo desafio para a administração atual, justamente pela previsível movimentação intensa das forças políticas que disputarão os votos dos caxambuenses. Neste sentido, torna-se indispensável a consolidação de uma postura sólida por parte do Poder Executivo Municipal, pois certamente sua atuação será questionada e discutida durante a campanha eleitoral que se aproxima.
De certa forma, o aparecimento precoce de mais uma carta anônima pode ser interpretado como sinal de partida para a campanha eleitoral deste ano em Caxambu.
Fernando Victor