Aeroporto de Caxambu está na lista do governo para receber intervenção imediata; programa contempla obras até 2011 a um custo total estimado em R$ 327 milhões
Da cerca de arame farpado ao aeroporto
Mesmo tendo aeródromos que nunca receberam uma linha aérea, investimento em reforma espera vôos maiores
HELENICE LAGUARDIA
Arames farpados, tronqueiras, caminhadas matinais e até aulas de direção. Alguns aeroportos de Minas Gerais parecem saídos de uma cena rural, em vez de traduzirem uma via de acesso para a articulação de atividades econômicas. Mas será que algumas cidades precisam mesmo de aeroportos ou os recursos seriam melhor empregados em obras de infra-estrutura para atrair investimentos? A resposta é extensa, entremeada da poeira do interior com a massa asfáltica do pioneirismo. Num tempo em que 40% do valor do comércio internacional é transportado por via aérea, Minas responde por apenas 4,2% do comércio aéreo brasileiro, apesar de participar com 10% da corrente de comércio do país. E o tráfego aéreo mundial de carga deverá triplicar nos próximos 17 anos.
Araxá, a 367 km de Belo Horizonte, passou por uma "provação" de seis anos, período em que o Grande Hotel - hoje operado pela secretária de Turismo do Estado, Érika Drummond - ficou fechado. "Com a reinauguração, pleiteamos à Varig a possibilidade de trazer um vôo", diz o presidente da Associação Comercial da cidade, Emílio César Ribeiro Parolini. A reforma para ampliação do aeroporto ainda não começou, mas em média 50 passageiros, entre turistas e empresários, embarcam nos dois vôos diários, às 6h e às 22h. "A gente tem condições de receber grandes aeronaves aqui", afirma o representante de 2.400 empresas. Os planos prosseguem com vistas a São Paulo.
O aeroporto regional de Araxá tem pista de 1.500 metros, com uma linha diária da Total para Belo Horizonte. "Precisamos aumentar o suporte da pista para atender aeronaves de maior porte e com maior regularidade e mais vôos", planeja o gerente do Programa Aeroportuário de Minas Gerais (Proaero), Júlio César Diniz. O aeroporto tem balizamento noturno, opera por instrumentos e receberá investimento de R$ 2,95 milhões para implantar o sistema de combate a incêndio, indicador de direção e ampliar o terminal de passageiros. Araxá, a 367 km de Belo Horizonte, passou por uma "provação" de seis anos, período em que o Grande Hotel - hoje operado pela secretária de Turismo do Estado, Érika Drummond - ficou fechado. "Com a reinauguração, pleiteamos à Varig a possibilidade de trazer um vôo", diz o presidente da Associação Comercial da cidade, Emílio César Ribeiro Parolini. A reforma para ampliação do aeroporto ainda não começou, mas em média 50 passageiros, entre turistas e empresários, embarcam nos dois vôos diários, às 6h e às 22h. "A gente tem condições de receber grandes aeronaves aqui", afirma o representante de 2.400 empresas. Os planos prosseguem com vistas a São Paulo.
"Aparece passageiro"
Em obras há cerca de um mês, Frutal, no Triângulo Mineiro, tem aeroporto regional há mais de 20 anos, mas nunca experimentou uma linha aérea. "Recebe políticos, alguns empresários, quando tem alguma inauguração, e artistas", esclarece o presidente da Associação Comercial de Frutal, Aldino Cagnin. Ele revela que o aeroporto estava em precárias condições.
"Temos várias usinas de cana e frigoríficos vindo para cá", anuncia, referindo-se à ocupação de 25% da área territorial por plantações de cana-de-açúcar. Mas Aldino Cagnin não sabe se há passageiro suficiente; prefere arriscar um palpite. "Abrindo linha, aparece passageiro", acredita. Com 406 associados, Cagnin reclama da distância de Uberaba e Uberlândia, a 200 km. A cidade também tem força na produção de soja, milho e laranja.
ista de pouso abandonada serve para caminhadas
Enquanto o Estado vai construir aeroportos em Três Marias, Patrocínio, Sacramento, Lagoa da Prata, Ouro Preto e Volta Grande, o aeroporto de Santo Antônio do Amparo, a 186 km da capital, convive com a natureza. Recebe visitantes apenas para caminhadas matinais e é refúgio de futuros motoristas que arriscam manobras ao volante ao longo dos 5 km que ligam a cidade ao aeroporto esquecido.
Com pista asfaltada e iluminação, o espaço, na região Centro-Oeste de Minas, viveu dias de intensa movimentação com políticos e artistas no governo Hélio Garcia, na década de 80. "Até o Collor já desceu aqui", lembra um morador. Há anos desativado, os amparenses contam que um caseiro guardava o local, mas, agora, nada mais existe além do mato. Já cobraram reformas, mas abandonaram a idéia.
O presidente da Associação Comercial de Santo Antônio do Amparo, Antônio Luiz Arriel, lembra que o aeroporto era bem utilizado. Agora, é aberto uma vez por ano, quando recebe artistas para a exposição agropecuária da região.
Com pista asfaltada e iluminação, o espaço, na região Centro-Oeste de Minas, viveu dias de intensa movimentação com políticos e artistas no governo Hélio Garcia, na década de 80. "Até o Collor já desceu aqui", lembra um morador. Há anos desativado, os amparenses contam que um caseiro guardava o local, mas, agora, nada mais existe além do mato. Já cobraram reformas, mas abandonaram a idéia.
O presidente da Associação Comercial de Santo Antônio do Amparo, Antônio Luiz Arriel, lembra que o aeroporto era bem utilizado. Agora, é aberto uma vez por ano, quando recebe artistas para a exposição agropecuária da região.
Fonte: O Tempo
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