APAC promove campanha incentivar a adoção de animais
A Associação de Proteção aos animais de Caxambu realizou neste sábado uma feirinha de doação de animais na praça XVI de Setembro. O Objetivo da campanha é incentivar a adoção responsável de mascotes, que poderiam ter as ruas como destino. Entre filhotes e adultos, os animais colocados à disposição para adoção.
Foram adotados:
FELINOS: 3 fêmeas (filhotes) - 2 meses
1 macho (filhote) - 2 meses
CANINOS: 3 fêmeas (filhotes) - 2 meses
1 fêmea (filhote) - 4 meses
1 macho (adulto) - 1 ano
Ficaram para futura adoção: 2 felinos ( fêmeas) ; 4 caninos (fêmeas) e 1 canino (macho).
Olá,
Gostaria de conversar com vocês a respeito de três assuntos de grande importância, são assuntos que não podemos tratar separadamente, se quisermos obter sucesso na proteção dos animais:
- Adoção de cães adultos;
- Posse responsável;
- Castração.
Adoção de cães adultos
No momento da adoção ficamos encantados com a carinha que os cães e gatos nos fazem, as crianças pedem incessantemente a seus pais que deixem levar para casa aquela bolinha de pêlo, e acabamos agindo por impulso, pois achamos que podemos “moldar” o filhote a nossa maneira, mas isto exige tempo, dedicação e paciência, e nem todos temos os três itens necessários, ocasionando então o crescimento de um animal sem a orientação correta.
Por este motivo tentamos sempre convencer as pessoas que adotem cães adultos, pois eles podem se adaptar facilmente a novas residências, novos donos, e você saberá qual tamanho ele ficará, saberá se ele é bravo ou manso.
A adaptação de um cão adulto a um novo lar é igual a de um filhote. No primeiro dia ele precisará saber onde fazer as necessidades fisiológicas, onde vai comer tomar água e dormir. Nos primeiros dias ele (tanto adulto quanto filhote) estranhará o novo ambiente, poderá mostrar-se receoso, tímido, inseguro, ansioso, miando ou latindo muito, você e sua família deverão ser pacientes e tratarem o recém chegado com muito amor e carinho e com pouco tempo ele se adaptará eu lhes garanto!!!
Posse responsável
Agora que você já adotou o seu companheiro precisa saber como trata-lo, uma vez que ele é totalmente dependente de você.
Um animal vive em média de 10 a 15 anos, portanto será um longo tempo de convivência e para que esta convivência seja harmoniosa existem algumas regras a serem seguidas:
Mais do que água e comida, este membro da família necessita de alguns cuidados que irão proporcionar saúde e tranqüilidade tanto para o animal quanto para o guardião.
Ao agir com responsabilidade estaremos contribuindo para o combate ao abandono de animais, bem como maus tratos e possíveis doenças transmitidas por animais em nossa cidade.
Antes de adotarmos ou comprarmos um animal precisamos refletir, veja alguns itens:
- Toda família está de acordo?
- Tenho espaço suficiente na minha casa?
- Está de acordo em educar seu novo amigo com paciência, mesmo que ele não aprenda na primeira vez?
- Adotando um animal você o levará para passear todos os dias, mesmo com tempo ruim?
- Quando o animal crescer, você cuidará dele como no primeiro dia? Manterá sempre limpinho?
- Recolherá as fezes e limpará o seu xixi?
- Comprará sempre a comida adequada para ele?
- O levará sempre ao veterinário para avaliações periódicas? Vacinações e afins?
- E, sobretudo você terá capacidade de amá-lo e comprometer-se durante toda a vida dele, que poderá durar 15 anos ou mais?
Se todas as repostas foram sim, parabéns!!!! Você e seu animal têm muitas possibilidades de serem felizes, mas se alguma for não é melhor você refletir mais, pois a responsabilidade é muito grande, porém existem outras formas de ajudar cães e gatos sem ter que adota-los, por exemplo, sendo colaborador de uma ONG protetora de animais (exemplo: APAC – Associação de Proteção aos Animais de Caxambu) nos procure e veja como ser um colaborador.
Castração
Agora que você já adotou e já sabe o que tem que fazer para que a convivência entre você e seu cão seja muito boa, existe mais uma questão importante para tratarmos.
Existem muitos mitos que rodeiam a castração e vamos abordar muitos deles e lhes dizer por que é importante que seja feito este procedimento simples, mas que pode ser vital para o seu cão e para todos nós.
Como podemos evitar que existam cães de rua, sofrendo e passando fome? Fazendo adoções, seria muito bom, mas não é tão simples assim, pois existe um limite para adoções, mas não para gerações de novos filhotes.
Vocês sabem quantos descendentes uma cadela média deixa no passar de seis anos? Cerca de 60.000, isso mesmo 60 mil descendentes e uma gata? Mais de 400 mil caramba!!!!! Onde vamos colocar tantos animais? Na rua? É o que acaba acontecendo.
Nas grandes cidades existem os CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) que recolhem os animais de rua, onde são mantidos por um período e se não encontrarem os seus donos ou não forem adotados são eutanasiados, ou então são recolhidos por ONGs que abrigam os animais abandonados e tentam doa-los porém estes abrigos já se encontram superlotados, e com problemas sérios de falta de recursos.
Porém já se é discutido em vários países e grandes cidades do Brasil, e em alguns desses locais já não são praticados a eutanásia e sim o controle da população de cães e gatos, por se tratar de um método humanitário e barato quando em parceria entre ONGs, Prefeituras e Veterinários engajados nesta causa.
Alguns mitos atrapalham os trabalhos de castração, o primeiro deles é a falta de entrosamento entre as ONGs, Prefeituras e Veterinários, é preciso que haja uma parceria firme, concreta e que cada um saiba o que deve fazer para resolvermos este problema, os outros mitos são relacionados a cultura da população que de posse de algumas dúvidas deixa de castrar seu animal ocorrendo então a procriação e muitas vezes o abandono.
Exemplos de mitos:
- Meu cão ficará gordo e apático após a castração?
R: Não, se você mantiver uma dieta equilibrada e exercícios (caminhadas).
- Meu cão perderá a masculinidade?
R: Não, apenas deixará de marcar território (se castrado antes da puberdade), ficando mais calmo na presença de outros machos e fêmeas.
- Minha cachorra precisa ter pelo menos uma cria para não ter câncer?
R: Não, muito pelo contrário, inúmeras pesquisas mostram que castrando a sua cadela antes do primeiro cio diminui muito as chances de desenvolver câncer de mama, reduzem 100% as chances de desenvolver câncer de útero, ovários e piometra (infecção uterina).
- Os animais têm necessidade de cruzar?
R: Não, os animais cruzam por instinto, um macho só tenta acasalar com a fêmea quando esta está no cio.
Então vamos listar as vantagens de se castrar um animal;
- Menor risco de câncer de mama, útero, ovário e próstata;
- O macho perde o hábito de urinar para demarcar território, porém continuará a ser um excelente cão de guarda (a maioria dos cães d polícia militar são castrados, para que não desviem a atenção ou não se tornem agressivos com outros cães);
- O cio e o sangramento nas fêmeas deixam de ocorrer;
- O animal fica mais caseiro e assim acabam as fugas, que resultam em atropelamentos e maus tratos;
- Termina o incomodo do barulho em função do cio;
- A esterilização favorece a qualidade de vida do animal;
- Colaboramos com o controle populacional de animais e evitamos o abandono.
Com a população esclarecida a cerca da castração e sua implicação faz se necessária também o apoio governamental no sentido de proporcionar à população mais carente de recursos financeiros opções de castrações gratuitas ou de baixo custo. Campanhas de castração são importantes, bem como o estimulo à adoção ao invés da compra de animais.
Como se pode notar existe soluções para o problema de superpopulações de animais, porém o caminho é longo e deve ser feito em conjunto, uma vez que exige programas de educação da população e liberação de verbas para realização dos procedimentos. Os governos devem instalar práticas governamentais que tragam programas de esterilização em massa, conscientização da população e educação quanto à posse responsável, pois somente assim conseguiremos dar qualidade de vida aos nossos amigos, nossos irmãos.
Luiz Renato Lopes Delgado
CRMV-MG 8195
Diretor Veterinário da APAC