quarta-feira, 28 de julho de 2010

COMO GANHAR DINHEIRO?
Paulo Roberto Guimarães Moreira *
Gaste menos e poupe mais, eliminando hábitos extravagantes. De seus rendimentos, economize o mais que puder, para que possa viver parcialmente dos juros, sem ter que recorrer ao capital principal. (Paramahansa Yogananda)
Quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro. (Faxineiro de um prédio que morei no Rio de Janeiro)
Essa crônica trata do assunto do título, passa por uma convocação e termina filosófica e espiritualmente.
Ensine seus filhos a ter o hábito de poupar através do exemplo. Em seus escritos Yogananda chega a nos recomendar que vivamos com apenas ¼ (um quarto) de nossos rendimentos. Não acho exagero. É uma questão de hábito. Devemos criar um hábito positivo nessa área também. Ele nos diz que a única razão válida para querermos mais dinheiro é para ajudar aos outros. Certo dia convidei uma colega de culto, onde meditamos juntos, para irmos a uma reunião de um clube de investimentos. Ela parecia que ia ter um ataque. Eu? Jamais irei num lugar desses! Como se fosse um pecado ganhar dinheiro. Ela se esqueceu aquela frase bíblica: “Estar no mundo sem ser do mundo”. Sou Economista e Mestre em Filosofia da Economia pela PUC - Rio. Dei aulas cerca de 30 anos de humanas, entre elas: História do Pensamento Econômico, História Econômica, Economia e Ética, Filosofia para alunos de Ciências Econômicas, Gestão Financeira, Pessoal e da Família, Mercado de Capitais, entre outras. Mas, quem realmente me ensinou a lidar com dinheiro foi minha mãe. E agora aprendo a usar o dinheiro com Yogananda.
O dinheiro é uma energia. É como o sangue diz o Advogado Ulisses Riedel: na veia o sangue é saudável, fora da veia pode ser veneno. Meus colegas Economistas, como Victor José Hohl, dizem que não se ganha mais dinheiro com trabalho hoje. O trabalho, hoje, serve para a realização pessoal. É uma terapia de auto-realização. Hoje, se ganha dinheiro com o conhecimento e com o próprio dinheiro. O sábio e o santo, Yogananda, já sabia disso, nas décadas de 20 e 30 do século passado! Na página 111 do livro Investimentos de Mauro Halfeld ele cita uma frase de Einstein em epígrafe do capítulo 9 intitulado A Mágica dos Cálculos Financeiros. A frase de Einstein é: Os juros compostos são a mais poderosa invenção humana. Eu conclamo vocês a fazerem um desafio a vocês mesmo agora e a convencerem seus filhos e amigos a fazerem o mesmo desafio: ter seu primeiro milhão, ou como queiram, tornarem-se milionários. Se tiverem esse dinheiro aplicado e conseguirem algo em torno de 1% ao mês, terão um rendimento mensal de R$ 10.000,00. Mas, como continuarão poupando, chegarão mais rápido ao segundo milhão e terão então R$ 20.000,00, como rendimento mensal. Como disse um especialista nessa área que não me lembro o nome agora: Dinheiro é fonte de liberdade. Mas, Yogananda adverte que muitos bens é fonte de falta de liberdade. Porque podemos ficar escravos da administrações desses bens. A longo prazo, uma saída para isso é a aplicação em ações, que gera liquidez e a administração é rigorosamente fiscalizada pela CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia. Mas, como tudo que é humano é falho, só Deus é garantia de tudo. Como sempre, há que se seguir o caminho do meio. E o caminho do meio não é a metade do caminho. É na metade, mas acima. Ou seja, temos que ter o dinheiro, não eles nos ter. Temos que usar a matéria não sermos usado por ela. E isso nem sempre é fácil. Ao mesmo tempo, que aprendemos a ganhar dinheiro temos que aprender a ser generosos. Por que é dando que se recebe, já dizia Francisco de Assis. Vale a pena lembrar aqui a história que um amigo me contou e que escrevi no meu texto de seis páginas: A Economia do Amor: “Um amigo meu, Jaime Hormazábal Moreno, disse certa feita numa reunião de mutuo ajuda que o maior negócio do mundo é ajudar os outros. Ele contou uma história que aconteceu com ele e o filho. Eles estavam na Guatemala. Foi com a esposa fazer compras. Enquanto ela comprava, ele e o filho foram brincar com uma bola de futebol, em um pequeno gramado de um parquinho e viram um bêbado estendido no chão. O pai comprou algo de comer e algo de beber e deu ao bêbado. Depois o encaminhou aos alcoólicos anônimos. O homem foi. Curou-se do alcoolismo. Terminou seus estudos de engenharia. Tornou-se um profissional próspero. Até os dias de hoje, já fazem mais de vinte anos, esse homem agradecido de salvarem sua vida, ajuda o filho do homem que lhe ajudou, com presentes, passagens aéreas internacionais. E já disse que quando morrer vai deixar sua herança para o filho do homem que lhe ajudou. Esse é apenas um dos infinitos exemplos do que ocorre o tempo todo no dia a dia. E a quase totalidade de nós não percebe isso! Continuamos querendo acumular tudo para nós mesmos, fazendo o contrário do realmente funciona”.
Como essa crônica está sendo escrita para apoiar uma palestra com esse título num encontro do SEBRAE, em Fortaleza – CE, sobre Empreendedorismo, quero aqui como o fito de conclusão conclamar as pessoas com deficiência a se associarem numa associação internacional a ser criada a qualquer momento: DDD – Direitos e Deveres das Pessoas com Deficiências. É que o Congresso Nacional ratificou em 2008, com força de emenda constitucional a Convenção Internacional da ONU de 2006 sobre os direitos das pessoas com deficiência. Há um universo novo, jurídico, ao nosso dispor, como que caído do céu. E as pessoas, que por um motivo ou outro se interessarem por esse assunto estão convocada a nos associar através de trocas de e-mail. As pessoas com deficiência estão também, hoje, segregadas em termos de legislação e realidade econômica e jurídica. O Estado lhes deu um salário mínimo e elas morrem de medo de perder isso e não crescem economicamente. Se trabalharem 1 mês e forem demitidas perdem definitivamente esse direito. As aposentadas por invalidez estão condenadas a esse nível salarial e morrem para a ascensão social e econômica. Enquanto as pessoas ditas saudáveis podem acumular quantas aposentadorias puderem até atingirem o salário teto que é o do Presidente do Supremo Tribunal Federal. É necessário que sigamos a idéia do saudoso Cândido Pinto de Melo e transformemos as pensões, aposentadorias por invalidez, auxílios invalidez e coisas do Gênero em auxílio reabilitação. Para que possamos continuar uma carreira e crescermos em responsabilidade e em status social e econômico como reza a legislação atual. Porque ganha dinheiro é um direito e um dever de todos.
“Se você está no mundo e não tem apego a ele, é um autêntico iogue. Permanecer na confeitaria e não tocar nos doces é verdadeira renúncia”. Eu comecei essa crônica com as palavras sábias e sagradas de um Iogue e queria terminar com o mesmo Yogananda, no mesmo nível. Mas, aí veio Sócrates em minha mente que olhava as inúmeras coisas à venda nos emporiums (ou emporia ou empórios em português) da Grécia Antiga, parecido com nossos atuais shoppings e dizia: “Vejam quantas coisas já não mais preciso”. Eu almejo sinceramente ser rico assim: ter tudo e não precisar de nada. Ter para ajudar somente. Como filho de Deus, filho mesmo - imagem e semelhança, um filho pródigo, que perdeu quase tudo, voltou à casa do Pai, recuperou tudo, não quer mais nada a não ser a Paz do lar, onde se tem tudo e, por isso mesmo, não de deseja mais nada.
Brasília, 23 de julho de 2010
* Paulo Roberto Guimarães Moreira é palestrante dos eventos de empreendedorismo patrocinado pelo SEBRAE-CE, Economista e Mestre em Filosofia ambos pela PUC – Rio, membro da Self-Realization Felowship e, portanto, discípulo de Yogananda.