quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Editorial

Na reta final desta campanha eleitoral, é bem possível que os altos índices de popularidade do presidente Lula sejam decisivos para eleger sua sucessora já no primeiro turno. Se este quadro se consolidar, assistiremos não apenas a vitória de Lula, Dilma Roussef, e do PT. Veremos acima de tudo uma humilhante derrota para a política representada por FHC e José Serra - já que este último fez de tudo para inviabilizar a candidatura do ex-governador Aécio Neves – considerado como um dos poucos tucanos com carisma suficiente para enfrentar tal desafio com alguma chance de sucesso.
Aécio Neves deve estar rindo a toa, com sua eleição praticamente garantida para o Senado.
O perfil político e a própria imagem do ex-governador paulista José Serra mostram apenas um sujeito engravatado, doentio, contido e ranzinza, que ocupou grande parte de seu programa eleitoral para criticar e falar mal da candidata escolhida pelo presidente que goza dos maiores índices de aprovação popular.
Mesmo se tivesse feito um magnífico governo no estado de São Paulo (coisa que não fez e esteve longe de fazer) a imagem e o temperamento de José Serra encontrariam resistências pela maioria do eleitorado brasileiro fora do Estado de São Paulo. Mineiros, cariocas, nordestinos e nortistas costumam rejeitar políticos com características semelhantes. Por falar nisso, José Serra poderá perder feio até mesmo em seu próprio Estado – uma derrota ainda maior do que perder as eleições no primeiro turno para uma candidata praticamente desconhecida da maior parte do eleitorado – algo digno de fazer qualquer um “botar a violinha no saco” e desistir definitivamente da política.
Se este resultado se consolidar nas urnas, também poderemos incluir a mídia global no rol dos derrotados, especialmente por se posicionar francamente favorável a um pangaré sem nenhuma chance de vencer. O povo brasileiro pode ser ingênuo e ludibriado pela mídia em muitos aspectos, mas a sabedoria intuitiva de um ex-operário nordestino está provando que o povo brasileiro pode até ser carente de cultura e de oportunidades, mas de ingênuo, o brasileiro não tem nada, e sabe dar o troco na hora certa.

Fernando Victor