sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pronunciamento do governador Antonio Anastasia sobre  a descoberta de gás natural em Minas

O objetivo aqui é dar uma notícia que é extremamente positiva para Minas Gerais. Conforme já se ventilou, nós podemos afirmar com muita honra, satisfação e alegria, que há gás em Minas Gerais. Ou seja, gás natural. Nós descobrimos uma nova fronteira econômica para o Estado.

Há uns anos atrás, na realidade, entre 2005 e 2006, o Governo do Estado, o então governador Aécio Neves se empenhou muito, para nós termos uma associação de exploração da bacia de gás do São Francisco que, durante muitas décadas se estudava, mas que não havia ainda muita certeza.

Com ousadia e com empreendedorismo nós tivermos os consórcios de empresas do estado, capitaneadas pela Codemig, juntamente com empresas privadas, em diversos lotes para exploração do gás.

Um desses lotes, o de número 132, o primeiro a ser perfurado, é uma associação da Codemig com a Orteng, com a Delp, com a Imatame e esse lote que começou a exploração alcançou no último dia 27 de agosto importante bolsão de gás, a cerca de 1.500 metros de profundidade. Isso foi comunicado oficialmente, como determina a legislação, à ANP, e nós continuamos a perfurar e em 60 dias chegaremos ao fundo, a 2.500 metros.

Mas, a essa altura, com tudo que nós já temos lá, a chama queimando com as circunstâncias técnicas indicadas significa que nós descobrimos gás natural no Estado de Minas Gerais o que é extraordinário porque significa uma redenção econômica não só para aquela região, mas também para todo o Estado.

É bom lembrar que nós teremos aí para o poder público duas vantagens. Além da questão do royalty, que é igual ao do petróleo, nós também teremos a participação do Estado como empreendedor, já que ele é sócio em todos esses empreendimentos, através da Codemig em alguns casos, da Cemig, em outros poços.

Nós vamos continuar fazendo as perfurações e isso significará, certamente, uma mudança da estrutura econômica da região e do próprio Estado, já que não temos petróleo em Minas, passamos a ter gás e que será certamente suficiente para o nosso abastecimento e inclusive para outros estados, o que vai facilitar a nossa rede de gasodutos e vai permitir uma industrialização ainda mais rápida no Estado.

Portanto, nosso objetivo aqui, eu cumprimento ao secretário Sergio Barroso, ao presidente da Codemig, dr. Oswaldo; ao dr Marcelo, diretor de Operações, ao dr. Robson, que na condição de presidente da Orteng e de nosso presidente da CNI; e ao dr. Ricardo Vinhas, que é diretor de Sistemas e Operações da Orteng, companheiros e parceiros do Estado, essas noticias, que são extraordinárias.

Portanto, a partir do dia 27 de agosto, essa data ficará cravada na história de Minas, concluo dizendo que Minas Gerais tem gás. Como foi dito há poucas semanas atrás pelo empresário Eike Batista, que também descobriu indícios de gás no Maranhão, que lá ele teria descoberto meia Bolívia, a outra metade se Deus quiser está aqui e nós teremos certamente uma situação que será muito positiva.

Então, portanto, o nosso objetivo é comunicar oficialmente à sociedade mineira na medida em que de acordo com a legislação, como eu disse, a ANP já foi comunicada, de acordo com o que determina a lei de exploração, e nós estamos também fazendo essa mesma comunicação, já mais avançados porque, de sexta-feira até hoje, novos indícios mais ainda robustos foram encontrados nessa perfuração.

Então, nós estamos muito otimistas e acreditamos que, em breve, nós teremos a exploração econômica desse gás que vai representar uma nova riqueza para Minas Gerais.

Entrevista do governador Antonio Anastasia


Governador, o que essa descoberta vai significar para Minas Gerais?
Bem, hoje é um dia muito importante na história econômica de Minas Gerais. Nós estamos confirmando a descoberta de gás em Minas, gás natural, na Bacia do Rio São Francisco. A Codemig, a companhia do Estado, em associação com uma empresa privada, a Orteng, descobriu gás no último dia 27 de agosto. Todos os indícios indicam que é um gás de grande volume, de natureza comercial, então Minas, que lamentavelmente não tem petróleo, mas tem gás. Então vai significar não só o royalty dessa exploração no futuro, como também a participação do Estado, que é um dos donos do empreendimento, mas o mais importante é a modificação do perfil econômico da região, que naturalmente vai atrair indústrias e vai permitir uma nova fonte de energia limpa para Minas Gerais.

Isso vai significar que Minas Gerais pode ficar um Estado rico, quando tiver já tudo funcionando, os mineiros vão poder pagar gás mais barato?

Certamente, não há dúvida que tudo o que é uma exploração mineral no próprio estado, ainda mais no caso do gás natural, que é semelhante do petróleo, tem uma legislação no Brasil específica, só temos vantagens a comemorar. Por isso essa nossa alegria e essa nossa satisfação nessa data, que repito, é histórica. Nós teremos certamente a criação de milhares de empregos de qualidade, com boa renda e rendimento aos mineiros; teremos recursos vindos para os cofres públicos, o que significa melhoria na educação, na saúde, na infraestrutura, na segurança pública, e nós teremos, certamente, um gás mais barato. Esse gás mais barato servirá para todos os consumidores de gás, especialmente os industriais, porque isso significa uma redução do custo da produção.

Quantidade só daqui a 60 dias?

A quantidade dependerá agora da identificação, porque é um processo complexo, em 60 dias nós chegamos ao fundo do poço e é bom lembrar que estamos a 1500 metros de perfuração, o poço tem até 2500 metros, mas o indício que já foi oficialmente comunicado à Agencia Nacional do Petróleo é no sentido que há gás, muito gás, e de natureza comercial.

Esse pode ser considerado qual passo dessa etapa de exploração aí do gás? Qual passo? O primeiro passo?
Estamos exatamente, não no primeiro, porque o primeiro foi a coragem que tivemos lá atrás de fazer o investimento e o empreendimento. O segundo passo foi fazer os consórcios. E agora talvez teremos o terceiro, mas que é o fundamental, descobriu-se o gás. Porque se não houver gás, estará tudo perdido. Era um investimento de risco, como aqui foi dito, mas o importante é que o gás foi descoberto. Então essa notícia é que hoje se comemora e vamos agora preparar os próximos passos.

Governador, o senhor ontem anunciou esse programa de segurança para a zona rural. Como o senhor pretende fazer isso, o senhor tem alguns dados?
Na realidade, já há, por parte das lideranças ruralistas, dos empresários, dos proprietários rurais, da agricultura familiar, de todos aqueles que moram no campo, já há uma reclamação que houve uma dificuldade na questão de segurança pública. Permita-me aqui um parêntese, que hoje a imprensa divulga os indicadores da violência no Brasil e Minas Gerais apresenta, felizmente, uma grande redução e uma posição, que não digo ideal, mas bastante confortável em relação aos outros estados da Federação, mas isso não significa que podemos parar. Então, um dos pontos a atacar é exatamente a segurança rural. Porque, o que acontece, com a melhoria da segurança nas cidades grandes, nas cidades médias, muitas vezes o crime migra para as cidades pequenas e a zona rural. E a zona rural, pelas suas características, nós não temos condições de ter grandes equipamentos policiais na zona rural. E os batalhões, os pelotões, as unidades de polícia ficam nas cidades. Então temos que criar um novo modelo de segurança rural, com comunicação e inteligência. E nós faremos isso em próxima parceria com as entidades que representam o setor rural do Estado.

Parece que o pagamento do reposicionamento dos servidores públicos que o senhor disse que tinha anunciado em novembro, agora é outubro?
Isso vai depender, naturalmente, da conclusão do reposicionamento em si, que se dá através de uma resolução dos secretários da pasta, das pastas, sempre do Planejamento e da respectiva pasta. Aqueles que já tiverem prontos podem ser publicados. Então a secretária do Planejamento está tomando essas providências para ver que aqueles que já estejam prontos sejam publicados.

Fonte: Agência Minas
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