DIA MUNDIAL DA ÁGUA
No dia 22 de março é comemorado mundialmente o Dia da Água, precioso líquido. Para nós, caxambuenses, esse recurso natural tem importância vital. Nascemos, crescemos em torno do Parque das Águas, que concentra, atualmente, doze fontes de água mineral, sem contar com outras mais, inativas, outras, desprezadas, outras, fora de seus limites, como aquelas existentes, uma no Hotel Glória, outra nos subterrâneos do Hotel Lopes. Na região, outras mais nascem e jorram à deriva, como Contendas( uma de pouquíssimas fontes de água com vanádio existentes no mundo) município de Conceição do Rio Verde, Vale Formoso, município de Baependi, esta, por exemplo, no passado, gozou de status de alta produtividade, pois era recambiada para Caxambu, por tropa de muares, para compor a produção da antiga Empresa das Águas de Caxambu.
Desde tempos imemoriais, nossas fontes atraem os, outrora, denominados “aquáticos”, “veranistas”, que para cá se dirigem em busca da cura de algum mal que lhes afligem. Lenda ou não, o fato é que nossas águas têm em sua composição minerais que facilitam o restabelecimento da saúde daqueles que as procuram para tal fim.
Em tempos idos, mais do que atualmente, nossas fontes não só jorravam água, mas também eram a base da economia municipal. A antiga Empresa congregava a grande maioria da massa trabalhadora da cidade, nas mais diversas secções, que era acordada e marcada em vários horários durante o dia pelo apito emitido pelo vapor das máquinas do Balneário. A indústria hoteleira, composta por mais de dez hotéis era atuante e próspera.
Hoje, contemplamos uma paisagem diferente. É inegável a diminuição do fluxo de algumas fontes, como “Dona Isabel/Conde D’Eu”. É inegável o desaparecimento de extensa faixa arbórea no entorno do Parque, mais precisamente no Bairro do Bosque, cujo casario avança em direção do alto do Morro Caxambu. É inegável a desatenção quanto à movimentação do solo, para edificações de prédios, com até então desconhecidos efeitos no lençol aqüífero.É inegável o desaparecimento da “Água Caxambu” do mercado nacional.
Hoje, diferente do passado, a Água Caxambu, de mesa, “a soberana das águas minerais” está ausente das grandes metrópoles brasileiras, especialmente do eixo Rio-São Paulo. O seu afastamento desses centros consumidores provocou o agigantamento de outras águas, como a “Prata”, a “São Lourenço” que, embora similares quanto à composição, em que pese nosso bairrismo, não estão no mesmo patamar que a Caxambu.
Neste dia 22 de março, nós cidadãos caxambuenses, além de agradecer a pessoas como Policarpo Magalhães Viotti, Venâncio Figueiredo, Edmundo Dantas, temos obrigação de refletir sobre essa questão, meditar, tomar decisões, de modo que nossos filhos e netos não nos condenem, no futuro, por omissão.
Elevo a todos um brinde com a “soberana das águas minerais”.