Caxambu está se preparando para receber a Superuniversidade?
A julgar pelos últimos acontecimentos, é evidente que até agora a “ficha ainda não caiu” em relação a uma avaliação correta por parte das autoridades de Caxambu sobre o impacto que a instalação de uma unidade federal de ensino superior certamente exercerá sobre o nosso município em todos os níveis: desde o aquecimento do mercado imobiliário, até a perspectiva do aumento das oportunidades de venda para o comércio. Sem falar em outras consequências importantes que poderão ocorrer no futuro, com infuências diretas sobre a infra-estrutura do município, passando pela melhoria das estradas, da rede hospitalar, e até mesmo sobre a viabilização do funcionamento regular do aeroporto.
Pelas informações e opiniões desencontradas que surgem a todo momento, a impressão geral é de que existe uma preocupação inicial girando apenas em torno de questões menores de interesses políticos imediatistas, ou sobre quem seria o “pai da superuniversidade”.
Tudo isso acontece porque faltam informações oficiais. O processo de criação do consórcio mineiro de universidades federais envolve reitores de sete universidades da região, além do Ministério da Educação em Brasília, e até mesmo do gabinete da presidente Dilma Roussef. Trata-se evidentemente de um projeto de grande visibilidade e de proporções gigantescas, que ultrapassa de longe o alcance limitado de nossa política interna. O projeto da superuniversidade ainda envolve deputados de diversos partidos e correntes, cada um representando os interesses de suas bases eleitorais, como é natural. Mas nesse caso, quem representa os interesses de Caxambu?
Será que Caxambu está preparada para se mostrar à altura de participar dessas decisões?
Vale citar de passagem o exemplo do que ocorreu quando o governo de Minas, através da CODEMIG, resolveu realizar a reforma do Balneário do Parque. A administração de Caxambu simplesmente ignorou tudo que estava sendo feito, não acompanhou a reforma, e preferiu tomar uma atitude autista de permanecer estática e preocupada apenas com o próprio umbigo. O resultado é que a CODEMIG realizou a obra à revelia das autoridades de Caxambu. Não houve transição, nem treinamento e qualificação de funcionários para operar os novos equipamentos. Caxambu foi pega de surpresa, pois ignorava o que o governo estadual estava fazendo no Balneário do Parque. Ou seja: a falta de interesse das autoridades de Caxambu conseguiu fazer a cidade inteira perder uma oportunidade de ouro para aproveitar a inauguração e o pleno funcionamento do mais moderno centro hidroterápico do Brasil.
Agora, voltando ao assunto da superuniversidade, fica cada vez mais importante ressaltar que é preciso evitar que o mesmo erro ocorra novamente.
Portanto, quero apresentar uma sugestão, que considero muito positiva, ao nosso digníssimo prefeito:
Diante de todas as enormes perspectivas que se abrem com a possibilidade da instalação de uma unidade federal de ensino superior em Caxambu (seja superuniversidade, laboratório, ou qualquer nome que venha a adotar) é fundamental que a prefeitura local acompanhe, participe no que for possível, e ainda mantenha os caxambuenses informados sobre o processo de criação e instalação desta unidade em Caxambu. Entendemos que tal empreendimento é uma questão suprapartidária, e está muito acima de quaisquer interesses pessoais ou políticos, e que não existe representante melhor do que o prefeito para tomar a iniciativa de apresentar esta questão à sociedade.
Quem sabe, além da supernuniversidade, Caxambu poderá ganhar algo ainda maior: a consciência de conseguir separar os interesses individuais em prol de uma conquista comum. Vamos somar esforços para tornar real uma proposta capaz de beneficiar a todos. Naturalmente, disputas e querelas pessoais e partidárias sempre podem ser resolvidas depois de conquistado o bem maior.
Fernando Victor
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