“A VIDA É UM FILME DE DEUS”
“Um problema é uma aventura visto de uma maneira positiva e uma aventura é um problema vista de uma maneira negativa” INSIGHT IV – Santiago do Chile – Janeiro de 2007.
Paulo Roberto Guimarães Moreira *
Acabo de sonhar que eu era um jogador de futebol latino-americano de língua espanhola, provavelmente, uruguaio (O Uruguai acabava de se tornar campeão da Copa América). Eu fui visitar o Presidente da República do Brasil, mas isso se passava em tempos remotos, talvez na época do Pelé. Eu estava de calção no gabinete presidencial, mas, o assédio popular em torno do Presidente não o deixava falar comigo. Aconteceu muita coisa nesse sonho, mas, a moral da história quando acordei era: “A vida é um filme de Deus” (Essas são palavras de meu guru Paramahansa Yogananda). Então, acordado, eu percebi que os últimos acontecimentos, em minha vida têm me mostrado isso. Porque eu não havia percebido, entendido, isso. Mas, agora estou entendendo.
Voltando à vida “real”, eu participo de um grupo de diabéticos na Universidade de Brasília, num trabalho intitulado: “Doce Desafio”. Esses dias (depois de muito tempo sem ir lá, até, porque, esse trabalho, como, quase todos os outros, sofre com as greves persistentes da UnB), eu fui lá e os meus exercícios estavam sendo feitos separado das pessoas sem deficiência física. Ocorre que o grupo é muito alegre e alto astral. Uma aluna engajada no trabalho notou que não tinha sentido eu e outra mulher, também deficiente, estarmos separados dos outros. Então eu concordei com ela. Isso ocasionou uma discussão entre eu e uma aluna de Educação Física chamada Evelyn. Ela falou alto comigo e eu respondi no mesmo tom, o clima esquentou e eu abandonei o local dizendo que viria só pela manhã e que eu tinha um plano de saúde que me dava direito a um trabalho muito parecido com aquele. Resultado: fiquei muito tempo sem ir lá. Por causa das greves, o programa Doce Desafio continuou só à tarde. Então para poder voltar lá, sem um clima ruim, usei todas as técnicas que aprendi sobre livrar-se das negatividades e dos ressentimentos. Claro que deu certo. Então, isso significa que a gente tem o poder de alterar, como a gente achar melhor nosso papel, nosso personagem no filme da vida, que não é nosso, é de Deus. Podemos, por exemplo, de vilão virar, herói ou o mocinho como se dizia no meu tempo de juventude. E com a ajuda Dele, claro.
Outro momento que tem a ver com esse tema ocorreu hoje na Self-Realization Fellowship. Lá, nessa manhã de domingo, encontrei um homem meu conhecido da Sociedade Teosófica. Ele estava com a esposa, o filho e a noiva do filho. Tal como eu e todos da sala ele estava empolgado com o Yogananda. Contei a eles a minha experiência com o Guru, emocionadamente, como quase sempre. Chegamos à conclusão, dessa vez com as palavras dele, mas, que estava de acordo com o que eu venho pensando, que nossa passagem pela Sociedade Teosófica tinha sido uma preparação para estarmos agora na Self-Realization Fellowship. Porque pode ser muito difícil para um cristão de uma formação católica de repente entender o hinduísmo sem passar por um esclarecimento que as grandes e verdadeiras religiões têm o mesmo tronco, a mesma fonte e têm o mesmo objetivo com linguagens diferentes.
Dialeticamente, ou seja, na lógica do conflito, da contradição e da história estamos evoluindo, de forma conflitiva. Alexandre Cheptulin, curiosamente num livro de filosofia marxista e materialista diz: “Num primeiro momento a forma favorece o desenvolvimento do conteúdo. Num segundo momento o conteúdo entra em contradição com a forma. E num terceiro momento o conteúdo arrebenta a forma criando uma nova forma”: tese, antítese e síntese. Pensem numa criança na barriga da mãe, numa pessoa dentro de uma família ou de uma escola e leiam novamente a frase anterior entre aspas. Isso é dialética. Diferente da lógica formal, aristotélica.
Assim são os filmes, assim são as vidas: conflitantes. O conflito faz parte da evolução. Poderíamos dizer que é praticamente impossível uma evolução sem conflitos. É da natureza da evolução o conflito. Por isso muitos filmes são dramáticos.
O que ficou mais claro para mim é o nosso livre arbítrio. Como disse a astróloga Emma de Masheville: - Existe destino e livre arbítrio. O destino é aquilo que não se pode mudar e o livre arbítrio é aquilo que podemos mudar.
E eu quero tornar a minha vida feliz. Eu tenho o poder de fazer desse filme de Deus, que é a minha vida, um filme de presente e futuro felizes e vou fazer.
* Paulo Roberto Guimarães Moreira está escrevendo o livro: “RELAXA: Você está sendo conduzido” da qual essa crônica faz parte.