sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vida noturna

Para Caxambu ter, precisa querer!



                Devo começar este texto com umas linhas "cronicamente válidas" se assim podemos entendê-las. Estávamos em Cruzília há muito tempo atrás, quando, depois de algumas bebidas aqui e ali, um amigo dá um giro de 360° no meio da danceteria do Barril e diz: "vim de longe pra fugir desse povo e olha eles aí!". Realmente naquela época não tínhamos muita opção por aqui, na verdade nenhuma além de alguns goles noturnos no bar do Chapa.

                Muitas coisas legais aconteceram na noite de Caxambu, vou deixando de lado o saudosismo de uma época que tínhamos Catacumba, Grêmio, Crack entre outras opções, pois foram épocas que não vivi. Mas vejamos... Jazz e Mama Loca no mesmo endereço, algumas tentativas de boate no prédio onde hoje por ali funciona uma academia, outras alternativas como o bar Boa Vista e o Destilado, todos eles se acabando por não ter público.

                Caxambu está em minas e respira cultura, tem um cinema e museu, e também muitos eventos culturais. Tomamos como exemplo o Festival Gastronômico, Caxambu Mais Jazz e o Caxambuteco, as coisas em Caxambu culturalmente acontecem, mas precisamos ter a demanda de público. Certo, sabemos da situação econômica complicada em que a cidade vive. Apenas é estranho ver nossos amigos saindo daqui para movimentar a noite das cidades vizinhas.

                Não somos todos iguais, cada um tem sua personalidade e suas preferências é claro... O único lugar com um público mais fiel na nossa cidade hoje é o Grêmio, mas mesmo assim vez ou outra seus frequentadores lotam a explosão do funk em Baependi. Coisas assim que nos fazem pensar: "Por que uma festa realizada por pessoas de Caxambu, frequentadas por pessoas de Caxambu tem que acontecer em outra cidade?" Este exemplo é válido para atentar um fato: quando fazemos festa fora, nós movimentamos e damos força para os outros, mas quando fazemos as coisas aqui quase ninguém sai de Baependi ou Cruzília para vir pra cá! Estamos bancando a festa dos outros faz tempo!

                Temos que dar créditos e valorizar para podermos falar que temos o nosso! Força de vontade para fazer acontecer por aqui existe vindo de várias pessoas e grupos, mas nós temos que dar apoio também. Temos que saber prestigiar pra como diz o clichê, não dar valor somente quando perdemos. O padrão do KZA389 merece um público a altura, o Grêmio merece que seu público fiel o frequente, lugares como a Taberna Viking precisa de seu público para funcionar.

                O César trouxe o KZA389 e tem um plano para trazer o carnaval novamente para o centro, o Caxambu Mais está se empenhando, mas nós temos que vestir a camisa da cidade e fazer valer a pena as idéias, assim como abraçar o Caxambuteco, o Festival de Jazz, o cinema, entre outros para Caxambu deixar de ser a cidade da "latinha". Sabe como é... "Caxambu amigo... lá tinha um cinema... lá tinha um museu... lá tinha bom carnaval no centro... lá tinha vida noturna legal...”.

                O que precisa para acordarmos? Devemos começar a olhar pra nós mesmos e perceber, que enquanto nós continuarmos a investir no vizinho, nossa casa nunca vai ser tão aconchegante como a dele. Claro, não custa nada curtir uma festinha aqui ou ali, mas devemos preferencialmente dar valor ao que é nosso!



Cristian Lima de Castro