Estudos mostram que o trabalho de presos com animais diminui o nível de agressividade e aumenta seu senso de responsabilidade
Detentos de Caxambu exibem certificados de conclusão do curso
Vinte detentos dos presídios de São Lourenço e Caxambu, na região Sul
do Estado, concluíram, este mês, o Curso de Banho e Tosa, ministrado
pela psicóloga e adestradora de cães Célia Marcondes. Em São Lourenço,
oito presos participaram do projeto. As aulas teóricas aconteceram
dentro da própria unidade e as práticas, no canil municipal São
Francisco de Assis, que foi reformado no ano passado pelos próprios
detentos. No último dia do curso, houve a entrega de certificados, que contou com a presença dos familiares dos acautelados.
Já em Caxambu, 12 presas participaram do curso, que aconteceu entre 27
de fevereiro e 2 de março. As aulas teóricas também aconteceram na
unidade e as práticas em uma clínica veterinária próxima ao presídio.
Segundo a psicóloga Célia Marcondes, estudos norte-americanos mostram
que o trabalho de presos com animais diminui o nível de agressividade
dos detentos e aumenta seu senso de responsabilidade. A proximidade
entre um presidiário e o animal acaba sendo benéfica para os dois lados:
tanto os cães são higienizados quanto os presos aprendem uma nova
atividade, o que contribui para uma possível reinserção no mercado de
trabalho, completou. A atividade faz parte do projeto Cão Amigão, uma
iniciativa da própria psicóloga, que desenvolve campanhas, palestras,
feiras e cursos sobre animais em Minas Gerais e São Paulo.
Para o secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada,
iniciativas como essa reforçam o compromisso do Governo do Estado em
investir na humanização do Sistema Prisional, por meio do ensino de
ofícios variados. Minas é hoje o Estado que tem, proporcionalmente à
população carcerária, mais presos trabalhando e estudando no país,
destaca.
Trabalho
Atualmente, cerca de 12
mil presos trabalham enquanto cumprem pena em todo o Estado de Minas
Gerais. Pelo trabalho, eles recebem remição de pena a cada três dias
trabalhados, um a menos no cumprimento da sentença e, em muitos casos,
remuneração.
No Presídio de São Lourenço são cerca de 100
detentos trabalhando interna e externamente, em atividades, como
artesanato, produção de papel de balas e bombons para festas, fabricação
de blocos, reforma e limpeza urbana. Já em Caxambu, são quase 50 presos
trabalhando enquanto cumprem pena.
Fonte: ESP Brasil