Guerra de juros: veja quando vale a pena mudar de banco por causa da taxa
Aiana Freitas
Depois que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal
anunciaram reduções de até 88% nos juros cobrados dos consumidores e
das empresas, alguns dos maiores bancos privados do país também estudam
promover cortes.
Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e HSBC informaram que estão "avaliando" essa possibilidade, para evitar a perda de clientes.
Especialistas em finanças pessoais e direitos do consumidor dizem,
porém, que a decisão sobre permanecer cliente de uma instituição ou
migrar para outra deve levar em consideração outros aspectos além dos juros cobrados nos financiamentos.
É preciso analisar, por exemplo, os preços dos pacotes de tarifas de cada banco.
Clientes antigos também pagarão taxas menores
Entre os juros reduzidos pela Caixa estão aqueles cobrados no
financiamento de veículos, que agora partem de 0,98% ao mês. Antes, era
cobrada uma taxa de 1,19% ao mês. As taxas novas passaram a valer na
segunda (9).
No Banco do Brasil, as novas taxas passam a valer nesta quinta (12). No
caso do financiamento de veículos, os juros, que eram de no mínimo
1,24% ao mês, agora partem de 0,99% ao mês.
Os atuais clientes destes bancos que forem contratar financiamentos a
partir de agora já pagarão as taxas novas. Quem usa o rotativo do cartão
de crédito passará a pagar juros mais baixos na próxima fatura.
No caso da Caixa, clientes que já usavam o cheque especial terão ainda
outro benefício. A nova taxa, de 4,27% ao mês, será cobrada
retroativamente ao dia 2 de abril.
Clientes de outras instituições que migrarem para estes bancos já
passarão a contar, também, com os benefícios. Não existe prazo de
validade para os novos juros cobrados.
Troca de banco também deve considerar tarifas
Trocar de banco apenas por causa da redução dos juros, porém, pode não
ser a melhor opção. "É preciso, por exemplo, pesquisar os preços das
tarifas de serviços cobradas pelos outros bancos e o custo efetivo total
das operações", aconselha a coordenadora institucional da associação de
consumidores Proteste, Maria Inês Dolci.
O custo efetivo total deve ser informado obrigatoriamente pelos bancos e
mostra o real gasto que o cliente terá com um financiamento, incluindo,
além dos juros, o preço de seguros e impostos, por exemplo.
Maria Inês Dolci diz que o consumidor deve analisar, também, o
histórico do relacionamento do banco com os clientes, o que pode ser
feito acessando-se um ranking de reclamações, como o do Procon-SP.
A dica do consultor financeiro Conrado Navarro é que o cliente vá até o
banco para o qual pretende migrar e peça uma simulação de um
empréstimo, para que possa comparar com o que paga hoje em outra
instituição.
"A mudança pode, sim, valer a pena", diz Navarro. "Mas, para não perder
os clientes atuais, os outros bancos tendem a oferecer benefícios, que
devem ser analisados."
Até por isso, manter-se no mesmo banco também pode ser vantajoso. Para o
professor de finanças pessoais Ricardo José de Almeida, do Insper, os
bancos deverão oferecer vantagens, como tarifas menores, para clientes
que têm produtos adicionais, como seguros e aplicações financeiras.
Fonte: Uol Notícias