Sai o rum, entra a cachaça nos EUA
O processo de reconhecimento da Cachaça
nos Estados Unidos como um produto típico e exclusivo do Brasil teve
início, oficialmente, com assinatura de cartas de intenções entre os
dois países em 9 de abril deste ano.
As cartas foram assinadas pelo Ministro
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel e o
representante de comércio dos Estados Unidos, Ron Kirk. Como
contrapartida ao reconhecimento da Cachaça, o Brasil reconhecerá como
produtos distintos dos Estados Unidos os uísques do tipo Bourbon e
Tenessee.
Como a classificação de bebidas nos
Estados Unidos baseia-se na matéria-prima de origem e o rum e a Cachaça
são produzidos a partir da cana-de-açucar , o rótulo das garrafas da
bebida brasileira, desde 2000, deveriam conter impresso a expressão
“Brasilian Rum” (rum brasileiro), sem permitir a diferenciação dos dois
destilados, dificultando o marketing do produto brasileiro.
Além de garantir que a Cachaça é uma
bebida típica e exclusiva do Brasil, o reconhecimento vai permitir às
empresas brasileiras venderem o seu destilado nos Estados Unidos apenas
com a denominação “CACHAÇA” e impedirá o uso da denominação por empresas
de outros países.
Segundo Alexandre Wagner da Silva, presidente
da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade – Ampaq,
entidade mineira que ajudou na coordenação das negociações pelo lado
privado, a “assinatura das cartas é um momento histórico para a Cachaça e
é o resultado dos esforços conjuntos entre o Governo brasileiro e o
setor privado”.
Os diálogos entre os EUA E O Brasil
envolvendo a Cachaça não são recentes, visto que há mais de 40 anos a
bebida faz parte de tratativas entre os dois países.No entanto, esses
diálogos se intensificaram na última década , após a obrigação da
inclusão da expressão “Brasilian Rum” nos rótulos das Cachaças. As
discussões sobre o tema têm sido lideradas pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), Itamaraty e com o apoio
da Ampaq.
O Diretor Comercial da Ampaq, Luiz
Cláudio Cury, lembra que “Esta foi uma negociação de muito tempo, onde o
setor privado, colaborou em muito”.
As exportações de Cachaça para os Estados
Unidos estão aquém do potencial de mercado e estima-se que apenas menos
que 1% do volume é exportado. Com o reconhecimento da Cachaça,
Alexandre acredita que as empresas aumentarão seus investimentos no
mercado americano, o que poderá apresentar um bom aumento nas
exportações.
O ato oficial da assinatura das cartas de
intenções foi celebrado na visita da presidente Dilma Roussef aos
Estados Unidos quando foi recebida por Barak Obama.
Minas Gerais – A Central Exportaminas é a
unidade da Coordenadoria de Comércio Exterior da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais para o desenvolvimento do
comércio exterior. Criada em 2004, trabalha em conjunto com Instituto de
Desenvolvimento Integrado de Minas (INDI) e a Bolsa de Mercadorias e
Futuros (BM&F) com objetivo de facilitar as exportações, ampliando
as oportunidades dos produtos mineiros no mercado internacional.
Em março de 2008, a
Faemg, a Fiemg e o Sebrae-MG aderiram ao esforço operacional da Central
Exportaminas. A partir desta data, a Central de Atendimento ao
Exportador já realizou mais de 6.000 atendimentos. Para a exportação de
cachaça de alambique a Central de Atendimento realizou mais de 709
consultas, significando um total de 11,81% dos atendimentos no período
2004/2011.
Dúvidas sobre exportação de cachaça,
participação em feiras, eventos e rodas de negócios internacionais a
Ampaq criou um departamento exclusivo para este tipo de atendimento.
Antigamente,
no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da
cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer
até que uma consistência cremosa surgisse. Um dia, cansados de tanto
mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou!
O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No
dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas
vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao
fogo. Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool que aos poucos
foi evaporando e se formaram no teto do engenho umas goteiras que
pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o
nome "PINGA".
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as
chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de
"ÁGUA-ARDENTE". Caindo em seus rostos e escorrendo até a boca, os
escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com
vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o
processo.
Hoje, como todos sabem, a AGUARDENTE é símbolo nacional!!!
“Quando o Brasil tomar juízo e se tornar uma potência mundial,será a cachaça, e não o uísque, a bebida do planeta”
Sobral Pinto
Jurista
Fonte: Jornal Polêmica
http://jornalpolemica7.blogspot.com.br/2012/05/yes-nos-temos-cachaca.html