quinta-feira, 14 de junho de 2012

Falta de mão de obra especializada em Caxambu é entrave para negócio

Sindicato dos Produtores Rurais e SENAR MINAS promovem capacitação de moradores para reverter o problema

 Após herdar da tia uma fazenda em Caxambu, há 7 anos, José Sebastião de Siqueira viu a possibilidade de tornar o sonho de construir um hotel virar realidade. Entretanto, era preciso um diferencial para o empreendimento. No local, não havia rio, nem cachoeiras, as frutas eram o único atrativo. Resolveu, então, apostar nelas. “Formamos o pomar e plantamos algumas espécies pouco conhecidas, como amora e blueberry.”

Segundo Siqueira, o que o fez realmente acreditar que as frutas seriam uma boa aposta foi a visita à fazenda de uma pessoa de Tocantins interessada em comprar pêssegos, dizendo que não conhecia a fruta. “Ela chegou às 8h e saiu das terras às 13h. Percebi que, assim como ela, poderia haver outros interessados. Isso ficou em minha mente.”

As frutas que plantaram começaram a crescer e Siqueira combinou de vendê-las no mercado. “Um dia fui entregar 14 caixas de frutas e o comerciante não quis, devolveu todas. Fiquei num baixo-astral, mas tive a ideia de fazer polpa para aproveitá-las. Comprei os refrigeradores e investi na atividade, mas sem muita estrutura.”

A partir daí, Siqueira foi pesquisando, comprou máquina de fazer polpa e, em seguida, montou uma fábrica de fazer polpa de frutas. Daí, surgiu a Q Fruta, que está há cinco anos em funcionamento. Entretanto, hoje, ela não se limita mais à polpa. Produz também geleia, licor, farinha e frutas desidratadas. “Havia a necessidade de diversificar a produção e aproveitar mais os alimentos.”

A Q Fruta, atualmente, conta com três funcionárias. No início do ano, a fazenda sediou um curso do SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) sobre produção de conservas vegetais, compotas, frutos cristalizados e desidratados. De acordo com Siqueira, o treinamento ajudou a melhorar a produção, já que puderam corrigir algumas falhas que cometiam.

Uma das funcionárias, Vanize da Silva Gomes, participou do treinamento. “Tirei muitas dúvidas e aprendi sobre esterilização, embalagem e lacre. Quero participar de outros cursos, pois aprender nunca é demais. Faço doces, com amor, pois gosto muito das frutas.” Siqueira revela que outra funcionária foi contratada a partir do curso.

No entanto, a principal dificuldade para implementar o negócio é a mão de obra. “A falta de mão de obra me impede de crescer, eu me sinto travado. Os funcionários devem ser bem treinados para dar continuidade ao trabalho, tem que haver uma sequência.” Siqueira ressalta ainda que o sonho de construir o hotel já está quase virando realidade. “Estamos em obra. Hotel e fábrica vão se unir. O hóspede poderá passear pelas terras, conhecerá a fábrica e os produtos.”

Para que a falta de mão de obra capacitada deixe de ser um entrave para o negócio de Siqueira e de outros empresários rurais, Sindicato dos Produtores Rurais e entidades cooperadas e SENAR MINAS oferecem cursos para que os funcionários sejam qualificados e absorvidos no mercado.

Fonte: Portal do Agronegócio 
 http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=76048