terça-feira, 23 de julho de 2013

A trupe invadindo o interior

Festival Mundial de Circo inicia a partir de hoje residência pelos próximos três anos na cidade de Caxambu

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A Cia. Carroça de Mamulengos, espetáculo musical familiar, é destaque da programação

Vencedor de um edital da Secretaria de Estado do Turismo, que incentiva a realização de festivais culturais no interior, o Festival Mundial de Circo inicia hoje, com um cortejo de artistas às 17h30, uma residência de três anos na cidade de Caxambu. O evento, que vai até o próximo domingo, ganha um novo fôlego com a parceria e pretende transformar o município do Sul de Minas na cidade oficial do circo no país.
“Ter a condição de planejar o festival pelos próximos três anos é algo que nunca tinha acontecido”, conta a coordenadora Fernanda Vidigal, sobre o evento que já acontecia desde 2001 em Belo Horizonte. Segundo ela, antes do edital, a produção era uma batalha anual para captar recursos, cujo total era impossível de prever. “Agora, eu posso pensar com mais antecedência no que vou fazer e já estou articulando quem vamos trazer do exterior no ano que vem”, explica.
Além do aporte financeiro, a ida para Caxambu implicou mudanças no próprio formato do festival. “Ele ganha muito indo para uma cidade pequena porque a comunidade toda se mobiliza em função do festival e sentir moradores, prefeitura e associações se apropriando do evento é muito gratificante”, confessa Vidigal.
Uma das especificidades a que eles tiveram que se adaptar é o fato de que o município não tem um teatro, por exemplo. “Isso acabou sendo bom porque a gente teve que planejar mais espetáculos de rua e o festival acabou ficando mais democrático”, analisa a coordenadora.
Ela conta que a programação acabou se expandindo pela cidade, com apresentações em uma série de ruas e praças mais afastadas do centro. Além disso, o Ponto de Encontro, local de sociabilidade que é uma tradição do festival, será no Parque das Águas, principal atração de Caxambu.
Entre as várias atrações dos seis dias de programação, a coordenadora destaca o palhaço espanhol Tortell Poltrona, que se apresenta na sexta-feira, às 17h30. “Para mim, ele é o melhor palhaço da atualidade”, opina. Ela ainda cita a peça “Os Gigantes da Montanha” do Grupo Galpão, que participa pela primeira vez do festival; e o show “Romance vol. II” de Marisa Orth, na sexta, às 21h.

“A Marisa é muito engraçada e o show traz o universo do cabaré, que faz parte desse mundo do circo que a gente explora”, explica Vidigal.
Capital. O Festival Mundial de Circo também vai contar com uma edição na capital, entre 30 de agosto e 7 de setembro. A diferença é que, com a residência em Caxambu, a programação em Belo Horizonte será mais focada no incentivo à formação de profissionais circenses. 
O festival fez uma parceria com o programa europeu Jovens Talentos do Circo. “Por meio dele, cinco profissionais da Europa e cinco brasileiros poderão trabalhar seus números com uma série de diretores e coreógrafos renomados”, conta a coordenadora. O evento finalizará sua passagem pela capital com o tradicional cabaré do festival, com 12 horas de programação circense entre os dias 7 e 8 de setembro, durante a Virada Cultural de BH.