Saldo positivo e presenças marcantes na edição de estreia do Festival Mundial de Circo em Caxambu
Caxambu. Em sua primeira edição realizada longe dos domínios de Belo Horizonte, o Festival Mundial de Circo encontrou em Caxambu um público mais do que disposto a acolhê-lo. Realizado em parceria com o Ministério do Turismo, o evento mostrou-se capaz de surpreender os habitantes da cidade, assim como de impressionar, em diversos momentos, aqueles que vieram de fora.
Em uma tacada só, a pequena cidade de 20 mil habitantes recebeu um bem-selecionado punhado de espetáculos, garantindo algum tipo de calefação aos seus frios dias e noites de inverno. Tendo o generoso universo do circo como ponto de partida, a curadoria do festival investiu numa instigante grade de espetáculos, ao mesclar diferentes linguagens e trazer propostas que, em muitos casos, ultrapassava um certo senso comum sobre as artes circenses.
“Logo que fui convidada para este festival, aceitei. Sempre achei o circo um lugar muito interessante, pois nele posso atuar, cantar, fazer graça, criar um dramalhão, e tudo isso me interessa como artista”, disse a atriz e cantora Marisa Orth, logo após apresentação de “Romance Vol.II”, na noite de sábado.
Apresentando-se pela primeira vez em um picadeiro, Marisa lamentou ter poucas oportunidades de trabalhar em pequenas cidades. “O que temos, nessas cidades, é uma troca muito mais intensa. São risos e aplausos que estavam guardados já há algum tempo e encontram, numa situação como essa, a oportunidade de acontecer”, completou, defendendo a importância de se criar e implementar políticas capazes de fomentar a circulação de espetáculos no interior do país.
Destaque
Assim como a atriz Marisa Orth, outra atração do Festival Mundial de Circo realizou, neste fim de semana, sua primeira apresentação dentro de um picadeiro. Trata-se da Companhia Carroça de Mamulengos, criada em Brasília e responsável por levar a Caxambu o espetáculo “Pano de Roda”, sagrando-se, certamente, entre os destaques do festival.
Assim como a atriz Marisa Orth, outra atração do Festival Mundial de Circo realizou, neste fim de semana, sua primeira apresentação dentro de um picadeiro. Trata-se da Companhia Carroça de Mamulengos, criada em Brasília e responsável por levar a Caxambu o espetáculo “Pano de Roda”, sagrando-se, certamente, entre os destaques do festival.
A partir de incontáveis referências à cultura popular brasileira, o espetáculo chama atenção por uma dramaturgia ao mesmo tempo contundente e poética, capaz de levantar questões profundas acerca da exploração do homem pelo homem, assim como da própria condição do artista – circense, ou não – em meio aos valores que regem nossos dias. Formado praticamente por uma única família, o numeroso – e jovem – elenco do espetáculo oferece marcantes presenças em cena, destacando-se tanto no trato com o público quanto nas relações que estabelecem entre si. No fim das contas, em meio à diversidade de caminhos estéticos trilhados pelos participantes do festival, parece residir justamente na densidade do encontro entre o artista e o público uma das principais lições defendidas, na prática, entre circos e picadeiros.
DANIEL TOLEDO
O repórter viajou a convite do festival
DANIEL TOLEDO
O repórter viajou a convite do festival