Professores da rede estadual realizam protesto durante curso de capacitação da SRE Caxambu
Na última sexta-feira (28 de junho) cerca de 100 professores da rede estadual de Minas Gerais, lotados em escolas de várias cidades da região, realizaram um simbólico protesto em frente a Faculdade São Lourenço, onde se realizada o curso de capacitação organizado pela Superintendência Regional de Ensino de Caxambu.
O protesto, motivado pelas críticas e pela atual situação no qual se encontra o professorado mineiro, ocorreu no final do horário do almoço. Algumas falas foram feitas pelos presentes, questionando as propagandas realizadas pelo governo (que criam uma Minas da fantasia) e denunciando a destruição da carreira docente.
Ao final do ato foi apresentado um esboço de uma carta aberta à diretora II da SRE Caxambu, que foi construída e votada coletivamente. A carta apresenta os problemas que a categoria docente enfrenta no estado, como também as reivindicações dos trabalhadores em educação da rede estadual. Segue abaixo o conteúdo da carta:
Carta aberta à senhora diretora II da
SRE Caxambu
Prezada diretora,
Como gostaríamos de morar nas propagandas do governo de Minas Gerais!
Ao mesmo tempo em que presenciamos os enormes gastos em marketing e propagandas que não demonstram a realidade no Estado, percebemos e sentimos cada vez mais a postura impositiva e truculenta do poder público contra a educação e contra os educadores.
Pressões, cobranças e culpabilizações são as ações a nós destinadas. Em contrapartida, vemos a desvalorização e a destruição da carreira docente e da escola pública de interesse social. Nesse momento em que o Brasil todo se levanta em prol de mudanças profundas na estrutura política e social do país, nós professores trabalhadores em educação da rede estadual de Minas Gerais lotados nas escolas da SRE Caxambu, mui respeitosamente, reivindicamos:
· O cumprimento integral da Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério, como determina a LF 11.738/08;
· O descongelamento da carreira e dos salários: reajuste salarial já;
· Uma real política de valorização profissional dos professores;
· O fim do processo de alienação do trabalho docente nas escolas. Por uma educação pública, gratuita e de qualidade que visa a formação do cidadão pleno, objetivando o seu papel na transformação social;
· A liberdade de cátedra, ou seja, contra a imposição de conteúdos, planos e planejamentos de aulas por parte da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, garantindo o direito ao professor elaborar suas próprias aulas, como garantido na Constituição Federal de 1988 (art. 206) e na LDB/96;
· Mais concursos públicos para provimento efetivo de cargos na rede estadual, mas também a defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários dos efetivados pela Lei nº 100/07;
· Revogação do decreto que retira os professores de educação física dos anos iniciais do ensino fundamental em Minas Gerais;
· A diminuição do número de alunos por sala de aula em todos os níveis de ensino. A escola deve ser um espaço educativo, com investimentos também em espaços físicos, e não um depósito de jovens;
· Contra qualquer tipo de ação que visa a opressão, a repressão e o assédio moral aos trabalhadores em educação da rede estadual. Pela liberdade e pela democracia plenas no estado de Minas Gerais.
PS: A carta foi protocolada na SRE Caxambu nessa segunda-feira (1º de julho), junto a uma solicitação de reunião com a diretora da SRE para se debater os problemas da categoria.