Caxambu: "Um pouquinho não sacia"
Foto compartilhada por Sonia Mello Freire |
Desde pequena aprendi ter Caxambu no lado esquerdo do peito, minha mãe de sangue mineiro sempre me levava nas férias de julho e de janeiro.
Os dias passavam rápido demais pelos teleféricos, pedalinhos e o pique em volta do lago.
Não havia tristeza naquele lugar, os doces feitos em casa e vendidos na feirinha sempre traziam o gosto bom de gente simples e educada. O barulho das charretes e do trenzinho a tarde, o sino a tocar na igreja era sinal de que a brincadeira tinha acabado e hora de comer o bolinho da Tia Mariinha.
Muitas vezes não queria voltar pra casa no Rio, não por não gostar da minha cidade, mas por não quer perder as manhãs coloridas e fresquinhas, comer os docinhos caseiros, beber das águas que vinha da fonte e não da geladeira, subir o cristo a pé e descer de teleférico aproveitando o tempo e o perfume das flores. Não ia poder mais ouvir música ao vivo no coreto e nem caminhar de manhã pelas ruas de paralelepípedo contando os passos…
Minha mãe sempre me explicava que no Rio era nossa casa e em Caxambu era pra passar as férias, então todas as minhas férias passaram a ser na terra que corre as águas gasosas e ferruginosas onde eu torcia pra chegar e chorava para não sair…
Minha mãe sempre me explicava que no Rio era nossa casa e em Caxambu era pra passar as férias, então todas as minhas férias passaram a ser na terra que corre as águas gasosas e ferruginosas onde eu torcia pra chegar e chorava para não sair…
O tempo foi passando e com ele meus pés começaram a dar passos livres, passei a ir mais vezes e algumas sozinha sem nunca deixar de fazer o ritual de beber todas as águas e ler a história e origem de cada uma delas, eram tantos mistérios, tantos sabores que eu até hoje não deixo de passar e repassar para todos que conheço e quero bem.
Foto compartilhada por Sonia Mello Freire |
Se me dizem ou perguntam se já fui em algum lugar lindo ou que eu preciso conhecer tal lugar eu logo pergunto: Conhece Caxambu? Ah você ia adorar conhecer. Curiosos sempre me perguntam: – Porque, o que tem lá?
Vou te contar só um pouquinho…