Iniciativa visa sensibilizar parlamentares no sentido de que a ALMG cumpra seu papel de mediadora, para que o governo pague o Piso e descongele a carreira
Desde essa quarta-feira (16.10), o Acampamento dos educadores mineiros está no pátio da ALMG por tempo indeterminado. O movimento da categoria, coordenado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que acontece desde 30 de agosto, no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, mudou de endereço nessa quarta-feira, mesmo dia em que os educadores realizaram o Dia de Mobilização conjunta com o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), que também reivindica Piso Salarial e valorização da categoria.
O ato serviu para renovar força e unificar estratégias para alcançar conquistas e direitos dos trabalhadores da saúde e da educação. Caravanas de educadores de todas as regiões mineiras estiveram presentes, a exemplo de Caratinga, Esmeraldas, Pirapora, Brumadinho, Bocaiúva, Espinosa, Pouso Alegre, Alfenas, Montes Claros, Curvelo, Unaí, Governador Valadares e Ponte Nova.
A iniciativa contou com a participação dos movimentos sociais, sindicais e estudantil. Estiveram presentes representantes da CUT, do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Massas Alimentícias e Biscoitos de Contagem (Sindimassas), União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros. Na oportunidade, os sindicalistas ocuparam a galeria do Legislativo, com faixas e cartazes, reafirmando a unidade e a presença da categoria no acompanhamento das reuniões plenárias.
O coordenador do Sind-Saúde, Renato Barros aprovou a manifestação. “Este ato, no Dia de Mobilização do Sind-Saúde e Sind-UTE, fortalece nossa luta. Defendemos uma luta conjunta de todos os servidores e repudiamos o reajuste zero.” Por sua vez, a direção da UNE reafirmou apoio aos professores: “só há educação de qualidade com a valorização dos professores”, resumiu a representante Fátima.
Acampamento dos educadores
O Acampamento no pátio da ALMG tem por objetivo acompanhar o cotidiano dos deputados estaduais e a tramitação do projeto de lei do Executivo, que prevê reajuste dos salários dos servidores. O projeto está sendo aguardado no Legislativo. “Precisamos acompanhar o trâmite do projeto, sensibilizar e fiscalizar os parlamentares quando da votação da matéria. É necessário conhecermos os deputados que votam contra os trabalhadores para darmos a resposta nas urnas”, afirmou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.
Parlamentares aliados dos educadores trabalham para por em pauta outras duas questões – uma que trabalha a anistia da greve de 2011/12 e a liberação da merenda para educadores. A ideia é os trabalhadores em educação manterem o movimento de vigília no local e convocarem toda a categoria no dia da votação, quando também deverá ser marcada a próxima Assembleia Estadual dos educadores.
A direção do Sind-UTE/MG entende ser fundamental difundir a verdadeira realidade da educação para a sociedade, por isso buscam estreitar o diálogo com a população mineira. A categoria denuncia o descaso do governo para com os educadores e exige respeito.
As principais reivindicações, que constam da pauta da Campanha Salarial Educacional de 2013, protocolada no início do ano junto ao Governo, são o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), o descongelamento da carreira e o investimento de 25% de impostos para a educação. Vale lembrar que, segundo levantamento feito pelo Sind-UTE/MG, com base nos dados do Tribunal de Contas, o governo deixou de investir R$8 bilhões no setor, nos últimos dez anos.
“Passados 47 dias o governador Anastasia ainda não nos procurou para conversar, o que comprova o descaso para com a educação e mais, ele não busca entendimento com a categoria. Continuaremos lutando pelas nossas reivindicações e por uma educação pública de qualidade social,” diz Beatriz Cerqueira.
O Acampamento acontece por revezamento dos educadores e, a cada noite, fica sob a responsabilidade de uma ou duas subsedes. São 12 barracas e, dormem, em média, cerca de 25 trabalhadores em educação de todo o Estado. Nessa quarta-feira permaneceram educadores das subsedes de Belo Horizonte e Sete Lagoas.
O Sind-UTE/MG vai manter diversas atividades pedagógicas no Acampamento da ALMG, em especial nos finais de semana, a exemplo do que vinha acontecendo no Palácio das Mangabeiras.
Calendário de organização e mobilização
17 de outubro
Participar dos atos contra a privatização do petróleo, contra o leilão do Campo de Libra. Às 10h, na Praça Sete.
Durante todo mês de outubro
As subsedes deverão realizar assembleias locais com toda a categoria, plenárias com Auxiliar de Serviços da Educação Básica e Assistentes Técnicos.
19 a 27 de outubro
Realização do Plebiscito Popular pela redução da tarifa de energia. A direção do Sind-UTE/MG apoia o Plebiscito Popular sobre a redução da tarifa de energia e do ICMS na conta de luz. A tarifa de energia elétrica em Minas Gerais é uma das mais caras do país.