“ALGUMA
COISA ESTÁ ERRADA”, DIZ
O deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB) constatou que o volume de água
na região do Lago de Furnas está abaixo do normal, apesar de chover normalmente
na Bacia do Rio Grande. Segundo o deputado, que conhece bem a área, o lago
deveria estar cheio nesse período chuvoso, mas não é o que está acontecendo.
Ele considera o fato suspeito: “O lago está abaixando muito a cada dia.
Eu acredito que estão abrindo as comportas da represa; estão soltando as águas
do Rio Grande. Eu só gostaria de saber o motivo. Será que é para gerar mais
energia? Acredito que não, porque a crise econômica reduziu o consumo. Além
disso, para baixo de Furnas também tem chovido. Choveu em Itaipu e em várias
bacias que alimentam o Rio Grande. Em nenhum dos lagos delas faltou água”.
O deputado Arantes alerta para o fato de que alguma coisa está errada:
“Será que está havendo um boicote político, forçando um novo racionamento de
energia este ano? Eu acho que é bem possível. Suspeito que querem criar um
problema político para o presidente Temer. Precisamos investigar. Porque, no
meu entendimento, alguma coisa está errada”, afirmou.
O deputado Arantes chama a atenção para outros prejuízos que a ação
está trazendo para a região: “Podemos ver metros e metros de barrancos nas
margens. Isto é um problema. Primeiro, porque deixa o lago mais feito, afetando
o turismo que se beneficia muito nessa época de cheia, e, segundo, atrapalha
também os produtores rurais que enfrentam mais dificuldades para irrigar suas
propriedades. Isso está influindo negativamente na economia na região”.
Arantes também alerta para risco de faltar água no segundo semestre:
“Se eles estão soltando agora, vai faltar lá para o mês de agosto, setembro ou
outubro. Aí sim, vamos ter problemas para gerar energia”.
Por fim, o deputado Arantes anunciou que encaminhou ofício à Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) e a Furnas Centrais Elétricas
denunciando o fato e solicitando explicações.
O LAGO DE FURNAS
O lago de Furnas foi construído em 1963 e abrange 34 municípios. Um
espelho d`água de aproximadamente 1.500 quilômetros quadrados. É a maior
extensão de água no Estado. É conhecido como o “Mar de Minas” por ser quatro
vezes maior que a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro.
Texto: JC Junot