PEQUENOS NEGÓCIOS & GRANDES OPORTUNIDADES.
by José Celestino Teixeira
by José Celestino Teixeira
Uma alternativa em busca de soluções viáveis e, que não estejam diretamente dependentes do Poder público Municipal, Estadual ou Federal.
Toda atenção ao empreendedorismo individual.
Na certeza de que se o Poder Público não pode ajudar, pelo menos, que não atrapalhe!
Um exemplo espetacular ocorre no Sul de Minas, com a pequena cidade de Juruaia.
Lá por iniciativa privada implementou-se um polo industrial da maior qualidade em lingerie e malhas.
São dados econômicos que assustam de forma positiva e revelam a evolução de um pequeno Município, embora de vocação originária nas atividades rurais de subsistência, com viés na atividade Cafeeira, tão característica do agronegócio na Região de Varginha.
Nascida sob o signo do Trabalho, a pequena Juruaia teve na sua Associação Comercial e Industrial fator propulsor, que agregou valor na união seus habitantes, em especial as Mulheres, em torno de centenas de confecções de um polo de confecção de malhas e lingerie.
Os números são assustadores.
A iniciativa privada e o trabalho incansável dos habitantes daquele lugar superaram em muito as expectativas da Administração Municipal.
Hoje, a cidade vive um clima de Progresso e de desenvolvimento com uma total independência do Poder Político.
Quem dita as regras do desenvolvimento municipal são os pequenos empresários e, não os candidatos políticos.
Manda quem pode e obedece quem tem juízo!
A liderança das mulheres na evolução industrial do Município que exporta para o Mercado Interno e, hoje, já para vários países é uma realidade incontestável.
Tanto a Associação Comercial, quanto o SEBRAE participaram de forma fundamental para o desenvolvimento.
O Município de Juruaia, com apenas, 10 Mil habitantes tem a maior renda “Per Capita” do Sul de Minas, sendo a Terceira Maior do Estado.
Para se ter uma idéia da pujança da economia local, basta observar que a cidade é uma das poucas, na qual é possível dizer que não faltam empregos.
Lá não tem Crise!
Das 300 confecções, 95% delas são comandadas por mulheres que produzem 28 milhões de peças ano, respondendo por 15% de toda produção nacional de lingeries.
Estima-se uma produção com faturamento anual de 200 milhões e, com uma média de faturamento mensal de 18 milhões de reais.
O Polo industrial de Juruaia emprega 6.000 pessoas, sendo Nove deles ocupados por moradores do local e 10% por trabalhadores de municípios vizinhos.
Os números assustam, pois, chega-se a uma taxa de ocupação superior a muitos outras cidades grandes comparando-se proporcionalmente o número de habitantes do Lugar (10.000), com quase Seis Mil Empregados.
É fantástico imaginar que hoje, em plena crise econômica que afetou inúmeras atividades da economia nacional, o Município de Juruaia, não se abalou. Muito ao contrário vem crescendo de forma assustadora.
Para cada Dez postos de empregos perdidos na atividade econômica convencional, pelo menos Três optam por atuarem no próprio negócio. Neste caso a venda “porta a porta” tem confirmado a melhor opção.
Assim, a crise em outros setores impulsiona os negócios em Juruaia, numa progressão geométrica.
Imaginar que um Município, com pouco mais de 10 mil habitantes têm concretamente 6.000 postos de empregos é acreditar em Milagre.
Milagre que pode existir, quando se opta por criar condições favoráveis ao empreendedorismo.
Guardadas as devidas proporções, o caso de Caxambu é catastrófico, quando nos deparamos com o alto índice de desempregados no Município.
A atividade Turística estagnou.
Vem sentindo diretamente os Reflexos da Crise Econômica que se abateu sobre o Rio de Janeiro , este principal polo emissor de turistas para a nossa cidade.
Outrora, mesmo, depois de fechados os Cassinos, a cidade se manteve como polo atrativo do turismo, ainda, por alguns Anos.
É bem verdade que sempre gozou da sua privilegiada posição geográfica, por estar bem perto do Rio de Janeiro, quando a cidade foi a Capital Federal do País.
Isto durou até os Anos 60, quando inaugurada Brasília, toda a estrutura Administrativa Federal mudou-se para o Planalto Central.
Mesmo assim, a cidade conseguiu sobreviver.
Afinal, as opções turísticas eram poucas na época, quando ainda, não existia a Ponte Rio Niterói e nem boas rodovias que favorecessem o fluxo rodoviário.
Depois, o acesso às Praias do Norte Fluminense e do Sul da Bahia reverteu o fluxo turístico.
As Estâncias Hidrominerais do Sul de Minas amargaram duramente a mudança do paradigma turístico.
Ninguém mais queria ouvir falar no Milagre das Águas que engravidou a Princesa.
A Revolução Sexual e os meios anticonceptivos venceram o destino da maternidade.
Foi o aparecimento dos Anticoncepcionais, quando a Pílula marcou seu Capitulo na Era do Sexo & Rock and Roll.
A novidade eram os corpos bronzeados de sol, sereias de praias paradisíacas do Litoral Fluminense (Cabo Frio, Búzios, Araruama e Saquarema) a Trancoso e Porto Seguro na Bahia, sem falar em Arembepe, Canoa Quebrada ou na Praia do Futuro, esta em Fortaleza.
O Sertão Virou Mar!
Nada de engravidar, só alegria.
Mesmo assim, a cidade ainda respirou um “boom” comercial com a atividade artesanal das bolsas de vime e de palha de milho.
Nos Anos 60, a idéia de se criar Chácaras nas proximidades da cidade, onde os turistas iam comer fruta ao pé, provar licores e doces em calda funcionou muito bem.
A Chácara Rosalllan, a Chácara das Uvas e a das Rosas enfeitavam a cidade e atraiam os turistas havidos de paz e beleza, além de provarem o gosto do mel das abelhas.
Muita gente se enriqueceu com a atividade de confeccionar, intermediar ou revender a produção local, para os grandes centros.
Doces, Licores,Vinhos, Frutas, queijos, mel, geléia real, própolis e o artesanato em palha e bambu mantiveram por muito tempo a economia local, sustentando várias famílias.
A população de origem rural colhia a taboa, o bambu e a palha de milho, enquanto os comerciantes locais se encarregavam de aperfeiçoar o produto dando-lhe cara nova, para revendê-lo tanto nas cidades turísticas do Rio de Janeiro, quanto no Litoral Paulista e até no Nordeste Brasileiro.
O Comércio artesanal nos Anos 70 e final de 80 incrementou a economia dando pujança no Município, que se tornou juntamente com a vizinha Baependi, centro de comercialização de artesanato.
A economia da cidade, embora já antevendo a queda no turismo impulsionou-se graças a uma atividade de produção eminentemente familiar, que gerou excelentes resultados.
Sempre havia quem estivesse disposto a empregar alguém que tivesse habilidades artesanais.
Todos lucraram, inclusive, o comércio que iniciava uma insipiente venda do varejo via “carnê”. Fator de crédito que proporcionou a população mais pobre acesso a compra de peças do vestiários, calçados, eletrodomésticos e bens de consumo duráveis.
Tendo-se crédito todos podiam comprar de tudo.
A cidade respirou um alento que lhe proporcionou, inclusive, um avanço no setor da construção civil.
Surgiram novos empreendimentos na área da construção civil e o mercado imobiliário reagiu satisfatoriamente.
Pena que tudo durou muito pouco!
O preços dos imóveis fugiram da Realidade.
Não havia nos empreendedores locais uma visão de futuro, senão imediatista.
O que impulsionou o equivoco da verticalização da cidade, em detrimento a sua horizontalização natural com construções típicas.
Afinal, Caxambu é um Vale Florido de Amor e o Curso do Ribeirão Bengo lhe dava as dimensões exatas de suas limitações arquitetônicas.
Sufocaram a cidade!
Sombrearam os jardins e as casas.
No setor da atividade artesanal imaginaram-se ricos e o capital empresarial foi trocado pela aquisição do veículos da moda.
A pequena empresa de características domésticas, quase sempre “individual” se descapitalizou.
Propiciou ao dono do pequeno negócio, a aquisição do automóvel de época.
Meu primeiro Automóvel!
O Status Social retirou da empresa, o capital de giro.
O que poderia estar sendo reinvestido no próprio negócio deu margem à especulação predatória, ao “Status Quo”.
Uma ilusória conquista da Posição social.
Descapitalizado o negócio a atividade que era promissora veio a “Banca Rota”.
Faltou assessoria técnica ao empreendedorismo local, via SEBRAE, que não época, acho que nem existia.
Depois, nas cidades circunvizinhas observamos o surgimento de novos negócios, como o Caso da Exploração, Comercialização e Exportação de Pedras de Quartzito (Pedras São Tomé).
Atividade que teve seu apogeu nos Anos 90, com surgimento de inúmeras Empresas do Setor, no Ramo de Exportação para Países da Europa (Itália, Alemanha, Bélgica) e a até no Oriente Médio.
Os Planos de Estabilização da Moeda e outras atividades em política econômica colocaram fim a Exportação das Pedras Decorativas, cujo ápice da Crise se deu a partir de 2008.
“As crises econômicas graves causam reflexos que podem ser sentidos por muitos e muitos anos. A crise de 1929 e a reação a ela mudaram a cara do século 20. É natural, portanto, que o caos financeiro de 2008 reverbere até hoje. Lentamente, o mundo desenvolvido começa a sair da lama em que se atolou.”
“A conclusão é que os mercados emergentes sofrem quando o aperto monetário ocorre em meio a uma crise global ou à desaceleração da economia dos Estados Unidos.”
Infelizmente quando tudo parecia se salvar era a vez do Brasil mergulhar em 2016, numa profunda crise política e econômica.
E aqui estamos nós a beira do Caminho.
Voltando para Casa, não muito distante de nós, a pequena Cruzília (velha Encruzilhada) experimentou um “boom” de desenvolvimento com a instalação de pequenas indústrias do setor moveleiro, inclusive, com o abastecimento regional de móveis modulados residenciais.
Conjuntamente a esta atividade, o cultivo do eucalipto na região do Planalto de Cruzília capitaneado pela Votorantim Celulose e pela Fíbria.
Com registro, inclusive do impacto ambiental causado pela circulação de Caminhões bi-trem pelo centro da cidade de Cruzilia-MG dificultando a vida dos moradores. Segundo moradores a constante circulação de caminhões bi-articulados transportando madeira da empresa FIBRIA, além de causar distúrbios no transito da cidade, tem causado também danos aos imóveis como rachaduras e imóveis antigos.
Com a crise no setor de celulose parece-nos que a atividade de circulação do transporte de toras de eucalipto destinadas ao Vale do Paraíba, em São Paulo deu uma trégua.
Inauguramos com o vídeo abaixo, uma série de reportagens para abrir discussão sobre alternativas de desenvolvimento econômico e social de Caxambu.
Os Tempos Mudaram.
A arrematação do Prédio do Hotel Bragança S/A em Leilão promovido o pela Justiça do Trabalho, cujo lance vencedor de pouco mais de Dois Milhões de Reais foi ofertado pelas “LOJAS CEM”.
Evidentemente, sem entrar no mérito da discussão processual e, ainda, das eventuais possibilidades de recursos cabíveis à arrematação, o fato por si só marca um Fim de um Modelo.
Senão, uma mudança de paradigmas no Setor Hoteleiro, até aqui sustentado com base em vínculos familiares.
Fato que, já vem ocorrendo neste e em outros estabelecimentos hoteleiros de Caxambu.
Novos ares podem mudar os destinos da cidade.
E, não só este fato, mas, também, a questão da Privatização do Parque das Águas que já se tornou realidade incontestável
Oxalá, Caxambu recupere a sua capacidade de vencer obstáculos e se empenhe como estamos vendo empenhados os humildes proprietários de pequena indústria que produz e vende no atacado e no varejo e que fomos visitar, hoje.
Aqui neste vídeo (filmado direto, sem edições e sob o impacto da realidade) registramos uma alternativa que pode estimular uma retomada na recuperação econômica do Município.
Transformação esta focada no empreendedorismo, no trabalho, no emprego da mão de obra local, na garra e na coragem de Fazer e, não, esperar que façam por nós.
Parabéns aos heróis anônimos desse tempo novo que há de vir e nos salvar!