Atriz visita a mineira Monte Verde e interage com gaviões e coruja
Viajar é um dos maiores prazeres de Karen Junqueira (34), que viveu a vilã Jéssika na novela Haja Coração. Mineira de Caxambu, sempre que pode está viajando com o marido, o publicitário Rodrigo Medina (38). “Sou viciada em viajar. Eu fico sem comprar um sofá novo, mas viajo. Adoro conhecer novas culturas, novos lugares, conhecer a história do mundo”, diz a atriz, que aproveitou o finalzinho das férias para visitar uma parte de Minas Gerais que ainda não conhecia. A convite de CARAS e da Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde, Karen passou um final de semana no distrito do município de Caman du caia. “É maravilhoso voltar a Minas e conhecer um lugar assim, meio Suíça, e tão bem cuidado. Ainda mais num momento de crise no país, ver tanta organização, com moradores que valorizam o turismo e cuidam da natureza”, conta Karen, curtindo o friozinho típico de 12ºC.
É chegar a Minas e lembrar de suas raízes, de quando vai matar as saudades da família, em Caxambu. “Ah, vou sempre visitar minha mãe e revivo a minha infância. E quando estou lá, me dá uma fome que não sei explicar. E quero comer pão de queijo, tutu com couve, pastel de nata delicioso e todos os bolos que minha mãe faz: bolo de cenoura, de fubá, de aipim e todos os outros”, enumera a atriz, que, em Monte Verde, fez uma trilha para chegar na Pedra Re donda, a 1990m de altitude. Na infância, Karen se sentia muito livre. “Brincávamos na rua e ficávamos ali até tarde. Não tinha perigo. Temo muito pelos meus filhos que virão aí. O Rio de Janeiro é uma cidade linda, amo morar lá, mas a crise fez a violência aumentar. Vim de um lugar sem violência e nunca tinha visto um carro blindado até chegar ao Rio”, reflete.
Há 17 anos no Rio de Janeiro, a mineira hoje comemora sua vitória, trabalhando no que sempre sonhou. Falou para os pais que queria ser atriz, ter seu dinheiro e ser independente. Primeiro, trabalhou em um shopping. “Nasci empreendedora”, conta. Depois de uma desastrosa experiência ao tentar ser Miss Caxambu, foi convencida a participar do Miss Sul de Minas e acabou ganhando. Começou a fazer Publicidade, foi ao Projac e se apaixonou pelo Rio de Janeiro. Decidiu fincar o pé e estudar para ser atriz. “Meu pai achou uma loucura e não me deu um centavo. Ele não achava que ser atriz era uma profissão bacana”, relembra. A mãe deu 150 reais para ela ir ao Rio e enviava dinheiro escondido do marido. “Ele ficou dois anos sem falar comigo”, explica.
– Como foi o reencontro com seu pai?
– Fiz uma campanha gigantesca para uma empresa de telefonia e meu rosto estava na fachada inteira de um grande shopping no Rio. Ele parou em frente, olhou e me disse: “Nossa, eu estava errado sobre você”. E me pediu desculpas. Mas do jeito dele, de mineiro rígido, com um abracinho e tapinha nas costas: “Desculpe, tá?”. E dois anos depois ele faleceu. Eu o entendi. Era excesso de proteção.
– E no shopping, você era uma boa vendedora?
– No primeiro mês foi terrível porque eu era sincera demais e queria que as clientes ficassem felizes. Aí, não vendia e meu primeiro salário foi de apenas 400 reais. Melhorei depois, quando comecei a ficar mais maliciosa. O primeiro ano foi difícil. Muitas das minhas refeições eram a promoção de pizza com refrigerante. E lá em Caxambu, minha mãe, desesperada, e meu pai dizendo: “Deixa ela passar necessidade que vai voltar rapidinho”. Passou um ano, entrei numa agência, entrei para o Tablado, e comecei a ganhar dinheiro. Não tinha altura, mas fazia publicidade.
– Você e o Rodrigo têm o maior chamego com a cachorrinha Bubu. Seria uma espécie de treinamento para um filho?
– Com certeza. Nunca cuidamos de ninguém e agora cuidamos desta pessoinha. É porque a Bubu, que dorme entre meu marido e eu, é uma pessoa. Só pode ser um aviso. Se eu falo pra descer da cama, ela fica chateada. A Bubu é uma Lulu da Pomerânia extremamente inteligente e difícil de enganar. E nossos filhos vão chegar, sim.
– Como foi ser chamada de ‘filha da Carminha’, por causa da vilã Jéssika?
– Fiquei lisonjeada. Admiro muito o trabalho da Adriana Esteves, que fez uma vilã maravilhosa. E foi importante viver a Jéssika, personagem que só ia ficar um mês e acabou ficando a novela inteira.
– E seu novo empreendimento de moda?
– Eu adoro! Antes mesmo de me tornar atriz, fiz um curso de produção de moda. E até já produzi alguns ensaios. É tipo um hobby, pois gosto da ideia do consumo consciente. Se você pode comprar uma bolsa bacana que terá uma boa durabilidade, pela metade do preço, por que não? Como as coisas foram difíceis para mim, eu não gasto fácil. E no Brasil não existem muitos brechós, como os que vi em Los Angeles. Por isso, resolvi fazer um brechó de luxo, o Fashion Shop, em parceria com uma amiga, formada em moda, a Jacqueline Eberhard. Começamos vendendo bolsas das nossas sogras, das amigas, e hoje temos uma rede de quase 20000 pessoas que nos seguem. Como não temos um espaço físico, ele é on-line e também atendemos com hora marcada.
– Como esta produtora de moda se veste?
– Sou muito livre com meu estado de espírito. Me acho básica e muitas vezes saio de jeans, blusa cinza e tênis. Eu gosto de ficar à vontade, mas também gosto de me arrumar quando preciso. Não sou muito vaidosa, queria até ser mais, às vezes fico com raiva da minha preguiça. Não uso mil cremes, mas não saio sem o protetor solar. Passo todo dia.
Fonte: Revista Caras