COLUNA SERGIO LEVENHAGEN 
                     CAXAMBU, NOSSA TERRA  QUERIDA....  (Parte1)
            Falar de Caxambu é uma alegria indescritível, é  lembrar da nossa infância, da nossa rua de terra batida, dos nossos  amigos, de chegar no sábado e ir na casa do vovô lá no Trançador prá  jogar bola com meus irmãos, com o Mauricio, com o Faraó, o Miscuim, o ratinho..... gente! Campo cheio de espinhos, trave maior do que a outra,  almoçar na beira do fogão de lenha com a casa cheia de gente... Me lembro  de cada um deles, que saudades!
            Levantava todo dia de manhã cedinho. prá levar café com  leite pro meu pai que tinha um açougue  naquele imenso Mercado atrás da  Prefeitura - era fantástico! Eu tinha 6 anos de idade, pés descalços... muito  frio e café no bule - que coisa boa. Minha mãe em casa preparando a  comida, muita comida, porque era dia dos peões que iam dormir no rancho  prá levar a boiada até Cruzeiro: 5 dias de viagem, e meu pai ia junto  vender o gado. Eu ficava até meia-noite escutando moda de viola à beira  do fogo. Mês de junho - que frio terrivel. Segunda-feira, dia de aula no Padre  Correia de Almeida: Dona Terezinha, Dona Olga, me ensinaram a ler e a  escrever. Lembro daquele Ipê no centro da Escola. 
Fui crescendo, e depois estudei no Ginásio Caxambu dos Padres Barnabitas, do Padre Almir que botava a gente  de castigo. Companheiros como o Bedeu, Gaguinho, Major, Pedro Paim... do  Padre João, que dava aulas de francês.Se a turma fizesse bagunça, jogava o molho  de chaves em cima da gente. Missa aos domingos era obrigatório - tinha que  levar a carteirinha de frequência...Padre Tiúba, quem não se lembra do  Padre Tiúba, que bebia todas e mais alguma coisa? Pessoas fantásticas.  Fui depois estudar, isso em 1.963, no Montserrat em Baependi, como  interno. Freis, quase todos estrangeiros: holandês, alemão, italiano... Tinha  aula de educação sexual ministrada pelo Dr.Italo, aprendi a gostar de  ler e escrever graças ao Frei Libório: um alemão que dava aulas de  português e conhecia a familia Levenhagen na Alemanha, torcia pelo  Borussia Dortmund, sua terra.
            Jogava bola todo fim de semana no CRAC no infantil do  Peixoto junto com Marquinho, Rafaelzinho, Carlinhos, Álvaro Cupim, Dedaca, Tisiu: tinhamos um timaço, que depois, em 1.965, fomos  campeões num jogo CRAC x 7 de Setembro de Cruzilia: disputa de aspirantes  no campo do Botafogo de Baependi - eu já tinha 16 anos, 2 x 0 nós  ganhamos, teve festa no salão do CRAC, lembro do Bia, do Bombinha, Vicente, Frazinho, Arô... Depois, meu pai foi morar no Bosque, lá  na chacará, perto do Dr.Caio - que tempo bom, tinha lagoa prá pescar,  campo do S.Cristovão pertinho prá jogar bola... Pequei muito peixe, tinha  muita jabuticaba, manga, laranja...Caxambu minha terra querida
Fui prá  Funabem em 1.974, Antonio Luiz um ardoroso defensor de Caxambu, passei alí  quase a metade da minha vida, estudei formei na FADIVA(Varginha)em 80. A  minha distância hoje da FUNABEM, distãncia fisica, é prá que eu não  fique triste pelo abandono, não quero ficar triste. De longe, lembro de  coisas boas com meus colegas: Seu Antonio, Seo  Joaquim, Cassiano, Coutinho, Seu Valter Galllo, o Alaor Carneiro, Dr. Dalcy  Vieira, grande homem, o Alemão pai do chiquinho, Samuca da cozinha, Cezão  cozinheiro de mão cheia ... as crianças do Rio de Janeiro, os cariocas  espertos, as nossas crianças, o campo de futebol com Brazé, craque de  bola, turma da inspetoria, das obras,  Fernando Gutemberg, Petequinha... como  não lembrar? 
São partes de Caxambu, são a vida de Caxambu, aqui é uma  cidade feita por gente simples, por gente boa.
Sinto falta de minha mãe,  queria que ela conhecesse meus netos que ela não conheceu, ela foi  embora de volta para Saturno ,está nos esperando..
Assa é um pouco de  minha lembrança de uma cidade onde eu nasci, cresci,vivi cada minuto, não  desperdiçei nada mas nada mesmo, minha memória está cheia de lembranças,  só boas lembranças, minha memória foi criada para receber só coisas boas,   que eu sempre guardei. Espero que nessa semana do aniversário de nossa  CAXAMBU, ela seja sempre lembrada e reverenciada com respeito, com  dignidade e muito amor verdadeiro. É o que eu sempre falo. Não falei da  politica, porque não misturo as coisas ruins, cheia de pessoas más, não  existe coisa boa na politica só mentiras, e eu não vou estragar a festa da  NOSSA TERRA 
QUERIDA...CAXAMBU. de seu filho, Sergio Levenhagen 
" NA VIDA  TUDO É LEMBRANÇA, EXCETO O MOMENTO PRESENTE, QUE PASSA TÃO RAPIDAMENTE  QUE MAL SE PERCEBE".
Saudações Caxambuenses!
Sergio Levenhagen