NESTLÉ DESEJA AS ÁGUAS DE CAXAMBU?
Gilberto Rossi, Secretário Municipal de Meio Ambiente
Encontrei
 com Gilberto Rossi, Secretário Municipal de Meio Ambiente,quanto tomava
 um café. Lembrei-me então que tenho lido, insistentemente, no Facebook,
 notícias de que uma equipe das Águas Minerais de Petrópolis esteve na 
cidadecom interesse de assumir o Parque das Águas de Caxambu. Ora, as 
Águas Minerais de Petrópolis pertencem à Nestlé, que tanto estrago 
causou na cidade vizinha de São Lourenço, onde as fontes de lá secaram. 
Aquece
 as especulações uma fotografia do Governador de Minas Gerais, Antonio 
Anastasia, feita em outubro de 2011, quando esteve na Suíça para 
acompanhar o anúncio do calendário da Copa do Mundo de 2014, e visitou a
 sede mundial da Nestlé, o que foi noticiado pela Agência Minas. A foto, em questão foi divulgada no Flickr, pela Imprensa do Governo do Estado  Foto do Governador Anastasia no Flickr.
"A
 Nestlè representa hoje uma das maiores empresas da área de alimentos do
 mundo e com forte atuação em nosso Estado com diversas fábricas. 
Queremos que isso aumente, especialmente na área do leite, através da 
agregação de valor, ou seja, a transformação do leite in natura em 
alimentos e produtos já processados." Entrevista do Governador de Minas,
 Antonio Anastasia, quando da visita à Nestlé Suíça.
Resolvi
 aprofundar o assunto, já que o atual prefeito encontrou o Parque das 
Águas desativado pela antiga administração, precisou fazer licitação e 
que a única empresa que se mostrou viável para explorar as águas de 
Caxambu foi a COPASA, a Companhia de Saneamento do Estado de Minas 
Gerais. Teria prejuízo? Claro, pois o equipamento que existia no Parque 
das Águas estava deteriorado e era necessário adquirir outros.
O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Gilberto Rossi, explica:
“Existe
 um estudo que diz o seguinte, você tem uma vazão espontânea X; é 
permitido a quem explora as águas a remoção de mais ou menos onze mil 
litros hora. Destes 11 mil litros hora, cerca de 25 mil litros são 
perdidos no envasamento do produto, isto contando que iniciaremos a 
oferecê-lo em garrafas de vidro, muito breve, com as pets o consumo é 
menor. Posso falar disto com propriedade, eu Gilberto Rossi, não o 
Secretário de Meio Ambiente , pois fui contratado pelas Águas Minerais 
para fazer este trabalho e eu não fazia parte da Prefeitura de Caxambu. 
Claro que esta sangria dos 25 mil litros precisamos estancar. E isto já 
está em estudo.
As
 fontes são monitoradas por um hidrômetro e a fiscalização é feita pela 
Receita Federal e pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
 Eles chegam em Caxambu sem avisar, pegam os relatórios, vão direto às 
fontes de água e analisam o que está acontecendo em cada fonte, para 
preservar a integridade ambiental”, explicou.
Rossi
  telefonou para a Codemig, Companhia de Desenvolvimento Econômico do 
Estado de Minas Gerais, a quem o Parque das Águas de Caxambu está 
submetido, e me disse “que a Diretoria da Codemig informou não ter sido 
informada de nenhuma visita neste sentido e que as águas Minerais de 
Petrópolis não estiveram oficialmente em Caxambu, visitando o Parque das
 Águas visando uma futura exploração destas águas.“ 
E
 continuou: “Em 2006, houve licitação para exploração das águas de 
Caxambu e as Águas Minerais de Petrópolis dela não participou. Cinquenta
 empresas vieram visitar o Parque das Águas, examinaram o edital e viram
 que a vazão espontânea teria de ser respeitada, e disto a CODEMIG não 
abre mão,- já fiz parte do corpo técnico da CODEMIG, e não se 
interessaram."
De volta ao passado 
"Vamos
 voltar ao passado", disse o Secretário: "todo o maquinário antigo foi 
substituído por um moderno. Antigamente eram necessários 96 funcionários
 para fazer funcionar a fábrica, hoje, somente 24, contando com os 
carregadores, para funcionar a linha de envasamento se não me engano são
 8 funcionários, dado a eficiência do equipamento adquirido pela COPASA.
 
Agora,
 vamos comparar a Superágua, que detinha a concessão para exploração, no
 passado. Devido aos anos de experiência  ela tinha capacidade de 
carregar 40 caminhões dia, o que corresponde, mais ou menos, a cem mil 
fardos  dia; e hoje, a Copasa está envasando 50 mil fardos por mês, mas 
sei que iremos alcançar o volume próximo do máximo permitido pelo 
DNPM-Departamento Nacional de Produção Mineral- para exploração. Hoje 
estamos com menos da metade da produção de um dia da Superágua. Por quê?
 Primeiro a produção destas águas ficou paralisada por um período muito 
grande, quando a Superágua, cujo contrato já havia terminado há muito 
tempo, mantinha seu negócio através de liminares judiciais que impetrava
 todos os meses.
Devido
 a incerteza que a cercava, o município não fazia licitação para 
exploração das águas, não renovava seu contrato, - uma das licitações 
feitas, da qual participou apenas uma empresa, o governador do Estado de
 Minas Gerais de então, Itamar Franco, rasgou o contrato que foi feito 
com a empresa que ganhou a licitação dizendo que licitação com somente 
uma empresa não valia, rasgou aqui em Caxambu, no Hotel Glória - devido a
 todas estas incertezas a Superágua não investiu nem em marketing nem em
 equipamentos, porque não sabia se poderia continuar com os produtos 
dela”, disse.
“É
 comum o questionamento sobre o fato de que funcionários que trabalham 
na empresa da águas de Caxambu não são da cidade. Serão a partir do 
momento em que passarem nos concursos públicos que fazemos para este 
fim. Claro que é interesse da Prefeitura empregar o maior número de 
caxambuenses possível. Acontece que é necessário que as pessoas estudem e
 estejam aptas para o trabalho com equipamentos modernos. A COPASA não 
tem controle sobre isto, o interesse dela é manter as águas em sua 
normalidade e, caso seja feita uma extração além do limite, em dois 
meses o DMPM descobre”, acrescenta Rossi. 
“A
 COPASA ainda não conhecia o potencial do mercado para as águas 
minerais, portanto a experiência vem sendo adquirida com a vivência da 
exploração e distribuição, que hoje já atingiu o Estado do Rio e Minas 
Gerais, além de alguns pontos em São Paulo, isto com a entrada de 
Eduardo Raso e o enquadramento do Sr. Gilson Muniz à frente das decisões
 de exploração e venda de nossas águas. 
Ele
 o Gilson conhecedores de toda administração e da carteira de clientes 
da  Superágua, pode retomar as vendas pois fez parte do corpo de 
funcionários da antiga empresa e saberá retomar todos os possíveis 
clientes “bons” e eliminar aqueles que “maus” que mancham a carta de 
cliente de uma empresa, tornando assim mais ágil a evolução da empresa 
na área de vendas. 
Eles
 iniciaram agora a produção das Águas de Cambuquira: são mais ou menos 
2500 dois mil e quinhentos litros por hora, e estão terminando a fábrica
 de Lambari que terá mais ou menos 5000 litros hora. 
Qual
 a empresa que viabilizaria isto de modo a ter lucro no empreendimento? 
Quanto custaria uma garrafa de água mineral? As industrias precisam de 
volume para terem sua lucratividade.  Quem largaria fontes de grande 
vazões permitidas,  para vir para cá e explorar apenas 11 mil litros 
hora em Caxambu , mil e quinhentos litros hora em Cambuquira, 5000 em 
Lambari e mais Araxá todas não fazem parte do contrato de concessão? 
Pois a Codemig não entregaria somente a água Caxambu  e sim todas as 
outras fontes juntas, se fosse esse o caso, é o raciocínio lógico, penso
 eu.
Você
 pega as águas de São Bento, em Boca da Mata, a 60 km de Maceió, cuja 
escavação foi usada para captação de petróleo. Ele não foi encontrado, 
mas sim as águas termais, águas minerais carbogasosas, com vazão de 150 
mil litros por hora numa fonte, duzentos e oitenta litros por hora em 
outra fonte. Aí existe volume de água que justifique a uma grande 
empresa sua exploração.
Petrópolis
 tem mais vazão, muito mais do que Caxambu. São Lourenço, tem mais 
vazão, e para a Nestlé que é dona da água Perrier, da de São Lourenço, 
das Águas Petrópolis, que é uma empresa grande que distribui água para o
 país e o mundo inteiro, não interessa ter o nome Caxambu. 
Comercialmente ela já tem o nome São Lourenço espalhado no país e no 
mundo inteiro, portanto ela não tem interesse, não quer fazer nada 
aqui”, ressaltou o Secretário do Meio Ambiente. 
"Creio
 eu que pede ter havido um distribuidor querendo fornecer nossa água em 
PETROPOLIS isso sim, pois tenho certeza que a competência do Sr. Gilson 
Muniz é para isso. Disse Gilberto."
Bem,
 uma conversa leva a outra e o assunto ficou extenso, por isto 
continuará a ser abordado amanhã.  Haja água para rolar embaixo desta 
ponte!
Entrada do Parque, durante a queda de folhas dos plátanos
Uma das 12 fontes do Parque.
Visão do Balneário e da Ninfa. 
A Ninfa do Lago
Há
 ainda um gêiser no Parque das Águas de Caxambu que é uma nascente 
termal que entra em erupção periodicamente e lança uma coluna de água 
quente e vapor para cima. O nome gêiser provém de Geysir, o nome de uma nascente eruptiva em Haukadalur, na Islândia; este nome deriva por sua vez do verbo gjósa, "jorrar". (Wikipédia)
Fonte: Jornal Primeira Fonte 






