Pai e Filho
Parceiros na vida e na profissão
Há 25 anos o subtenente Denílcio José da Silva (48 anos), decidiu que sua carreira profissional seria vestir a farda e trabalhar para atender ocorrências e ajudar a salvar vidas. O Sargento Vítor (27 anos) tomou a mesma decisão em 2008. Os dois bombeiros trabalham juntos no Pelotão de Lavras, no Sul de Minas, mas além de parceiros na profissão, eles guardam ainda elos mais fortes: o amor e admiração mútuos entre pai e filho.
De acordo com o Subtenente Denílcio a escolha do filho não foi uma imposição, apesar de ser um desejo. “Aconteceu naturalmente. Eu trabalhei por muitos anos nos batalhões de Belo Horizonte e sempre o levava para conhecer o quartel, participar do Prodinata (programa de natação) e conhecer a rotina ”, explica. Ele conta que é muito gratificante ver o filho na mesma profissão, não só pela estabilidade adquirida, mas também pela emoção de vê-lo seguindo a mesma trajetória dentro do Corpo de Bombeiros.
Para o Sargento Vítor, foram vários os fatores determinantes mas os principais foram os valores aprendidos com o pai. “Ser militar era um diferencial, mas sempre o admirei principalmente por ele ser uma pessoa muito honesta”, diz. Trajetória que desperta muito orgulho e emociona o pai que é só elogios para o filho. “Foi uma sensação indescritível quando o vi pela primeira vez de farda. A carreira dele está sendo muito rápida, ele foi aprovado no primeiro Curso de Formação e já é Sargento há cinco anos. Sou um pai realizado pela minha carreira e pela dele”, conta.
Os dois estão no mesmo Pelotão, trabalham em equipes diferentes mas já atuaram juntos em dois combates a incêndios. Nessa hora, o que prevalece é o compromisso com a profissão, explica o pai. “ Durante o atendimento somos dois profissionais e eu sou hierarquicamente mais antigo que ele. Então, ali não está o pai, está o bombeiro ”. A mesma opinião tem o Sargento Vítor que procura reforçar esse posicionamento até mesmo como forma de dar o exemplo aos outros companheiros de trabalho.
Orgulho
Apesar de morarem na mesma cidade, os dois não vão passar o Dia dos Pais juntos. O Subtenente Denílcio vai matar as saudades do pai, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. O filho vai estar de plantão, quem sabe até salvando a vida de outros pais. Uma pequena separação que não fará diferença para quem tem certeza que os vínculos entre os dois ultrapassam as datas de calendário. “Gostaria que meu filho prosseguisse em sua carreira seguindo o que manda o seu coração, exercendo a humildade, a camaradagem e o instinto de ser bombeiro”, fala emocionado o Subtenente Denílcio.
Já a mensagem do Sargento Vítor resume toda a importância que a figura do pai exerce em sua vida. “Minha admiração vai além das coisas que ele já fez por mim mas, principalmente, pelas demonstrações de lealdade e de amizade. Ser pai é uma missão muito difícil, de muita responsabilidade e ele conseguiu fazer isso de uma forma excepcional. Eu digo que 99% do que sou eu devo a meu pai e se pudesse ter a chance, eu o escolheria para ser meu pai novamente”, finaliza.
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais