O VOTO E A DEMOCRACIA ILUMINADA
Edmundo
Brandão Dantas
Se eu não
pudesse escolher, não hesitaria
Em fazer valer
minha voz,
Minha
liberdade, gritaria,
Minha mudez
abortaria
Pelo esforço
de fazer valer a democracia.
Não há quem me
compre com carros de som,
Bonecos e
bolas de plástico,
Presentes de
conquistador barato,
Bonés e
camisetas e todo o aparato,
Que macula o
evento e distorce a importância do fato.
Não há quem me
compre com promessas de fachada,
Frases feitas
de candidato,
Quando seu
passado o condena
E as coisas
que não fez quando podia denunciam a fraude,
A imprecisão
verdadeira do que de fato aconteceu: apenas falsos atos.
Não há quem me
compre com fotos coloridas ao lado de autoridades,
Nem com
mensagens vagas, comícios e programas de partido.
Sou parte do
povo, e o povo não é burro,
Não é massa de
manobra,
Nem iludido.
Não há quem me
compre com cestas básicas,
Falsos abraços
ardentes, beijos apaixonados.
Esse amor
eleitoreiro, eu apenas finjo que acredito,
Mas jogo no
lixo, cuspo em cima,
E, com meus
sorrisos mais cínicos, enterro para sempre esses mitos.
A verdade é
que nunca estive e jamais estarei à venda,
Tampouco espero
promessas vãs e obras de papel de pão.
Sou pelas
verdades que não se alardeiam,
Pela realidade
que não se maquia,
Pelos remédios
mais eficazes dos que planejam com os pés no chão.
Política não é
emprego, cidades não são feudos, nem lojas, nem supermercados.
Gerir uma
cidade exige compromisso,
Luta real
pelos direitos do povo, expurgo de favores individuais.
Meu voto,
senhores candidatos, é pela esperança de ações em prol do bem coletivo.
Esqueçam
benefícios próprios, empenhem-se pela sociedade.
Senhores
eleitores, assumam a condição de povo,
Apaguem o fogo
dos pretensos líderes,
Deem voz aos
seus direitos.
Senhores
eleitores, sejam os líderes de vocês mesmos, não aceitem presentes,
Nem somente o
pão e principalmente o circo. Coloquem sua inteligência nas urnas.
E quando a luz
da democracia brilhar por sobre a cidade,
E vocês, ao
acordarem, perceberem a fantástica força que têm nas mãos,
Os políticos
tremerão nas bases e entenderão seu papel na sociedade,
Sua voz se
fará ouvir com toda ressonância,
Povo, com “P”
maiúsculo, pessoas, cidadãos.