Quais as vantagens de uma superuniversidade?
Muitos caxambuenses ainda não  compreenderam perfeitamente o funcionamento e a dinâmica de um consórcio de universidades federais - que aliás, representa uma iniciativa inédita do Brasil. 
O texto abaixo foi extraído do jornal "O Estado de São Paulo" e oferece uma noção básica sobre as vantagens que poderão ser alcançadas através do consórcio das universidades federais da região.
A matéria foi publicada em agosto do ano passado. Vale alertar que algumas etapas citadas no texto já foram cumpridas.
Consórcio de universidades
OPINIÂOO Estado de São Paulo
Os processos de fusão e incorporação, que são comuns no  universo empresarial, estão chegando à administração pública indireta.  Numa iniciativa inédita, sete universidades federais de médio porte  situadas na região sudeste de Minas Gerais anunciaram a decisão de se  integrar administrativa e academicamente, formando um consórcio com o  objetivo de otimizar recursos humanos e financeiros, obter sinergias e  potencializar o que há de bom em cada uma. Com isso, essas instituições  esperam melhorar sua posição nos rankings oficiais de avaliação e  ampliar a capacidade de captação de recursos junto às agências nacionais  e internacionais de fomento para financiar pesquisas científicas. 
  As universidades federais envolvidas nesse projeto são as de Viçosa,  São João del Rey, Ouro Preto, Alfenas, Itajubá, Juiz de Fora e Lavras.  Juntas elas terão cerca de 41 mil alunos matriculados em 17 campi, o que  pode converter o consórcio na maior instituição de ensino superior do  País, em número de estudantes. Situadas nas áreas mais ricas de Minas,  essas universidades atualmente oferecem 15,6 mil vagas anuais em seus  vestibulares e mantêm 260 cursos de graduação, 111 cursos de mestrado e  59 de doutorado. 
 Cada uma dessas instituições tem um número pequeno de cursos de  pós-graduação muito bem conceituados nas avaliações do MEC e um número  expressivo de cursos considerados regulares, o que as leva a ocupar  posições intermediárias no ranking da Coordenação de Aperfeiçoamento de  Pessoal de Nível Superior (Capes). Mas, se forem avaliadas como uma só  universidade, o número de cursos com padrão de excelência e o número de  docentes com doutorado são tão significativos que ela pula para os  primeiros lugares do ranking. 
 A visibilidade daí decorrente permite aprofundar a estratégia de  internacionalização do ensino superior que vem sendo desenvolvida há  mais de uma década pelas maiores universidades públicas, privadas e  confessionais brasileiras, com o apoio da Capes e do CNPq. Uma  universidade brasileira bem classificada nos sistemas de avaliação  encontra mais facilidade para firmar convênios com instituições  estrangeiras de ponta, com o objetivo de promover intercâmbio de  professores, propiciar a abertura de linhas compartilhadas de pesquisa e  assegurar a publicação de artigos científicos de autoria de  pesquisadores nacionais em revistas internacionais submetidas a redes  mundiais de certificação de qualidade.
 Inspirada em experiências adotadas em algumas regiões  industrializadas do interior da França e dos Estados Unidos, o modelo  adotado pelas sete universidades federais do sudeste mineiro também  produzirá melhorias nos cursos de graduação, com a diversificação de  disciplinas e a adoção de currículos complementares. Além de eliminar a  sobreposição de cursos, essas instituições poderão privilegiar os cursos  e as áreas de conhecimento nas quais têm maior tradição e expertise,  como veterinária, engenharia ou ciências agrárias. 
  "Por que vou duplicar as coisas, se eu já tenho um curso ou um  laboratório com padrão de excelência a menos de 200 km?", diz o reitor  da Universidade Federal de Itajubá, Renato de Aquino Faria Nunes. Como a  distância entre os campi é pequena e a rede de transportes públicos é  boa, os alunos terão maior flexibilidade para escolher em qual  instituição querem cursar matérias específicas e eletivas, podendo assim  moldar o currículo conforme suas necessidades e aspirações. 
  A ideia das sete universidades federais mineiras é que o consórcio  comece a funcionar já a partir do próximo ano, com a unificação dos  vestibulares. Mas, para tanto, será preciso desburocratizar as  estruturas administrativas e adotar regras mais flexíveis,  principalmente em matéria de currículo. A Coordenadoria-Geral de  Legislação e Normas de Educação Superior do MEC prometeu colaborar e a  criação do consórcio acaba de ser aprovada pelas autoridades  educacionais. Os reitores agora têm até 15 de outubro para entregar o  projeto detalhado de uma iniciativa que pode mudar o perfil das  universidadesFonte: O Estado de São Paulo
Publicado em  26 de agostode 2010  
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100826/not_imp600593,0.php