terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MINHA HISTÓRIA COM YOGANANDA
 
Paulo Roberto Guimarães Moreira
Eu tive uma educação católica. Minha avó Árgia Castilho Moreira era muito católica e seu primeiro filho: José de Castilho Moreira se tornou Padre, vigário do município de Caxambu e Cônego. Foi um grande líder nessa cidade, que, a meu ver, se recente dessa liderança até os dias de hoje. Seu irmão a seguir: Hélio de Castilho Moreira, meu saudoso Pai, também foi um grande líder nessa cidade, vereador eleito oito vezes seguidas (durante 30 anos). Fui coroinha na igreja e levava a sério meu contato com a religião católica. Só não fui para o seminário, com meu, até hoje, grande amigo Anselmo Fernandes, porque meu tio Padre não deixou. Ele, por algum motivo, achava que minha vocação não era completa. Meu amigo também saiu depois do seminário. Com 16 anos passei no meu primeiro concurso público e me tornei aluno da EPCAr – Escola Preparatória de Cadetes do Ar. Meus dois colegas: Pollman e Machado chegaram ao último posto da carreira agora: Tenente-Brigadeiro.  Eu estou na reserva desde meus 20 anos, devido a um acidente de carro, em férias aos 18 anos, que me tornou paraplégico. Estou na cadeira de rodas, portanto, há 40 anos. Fui atleta da Seleção Brasileira em Cadeira de Rodas, durante 10 anos, Professor universitário, por trinta anos. Assessor de dois Ministros da Cultura, com uma importantíssima participação na Assembléia Constituinte de 1988 e agora, estudo Direito, com 59 anos (idade que meu Pai morreu e Yogananda também), e vou organizar um evento internacional sobre a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU de 2006, que desembocou no Decreto Legislativo 186 de 2008, da constituição brasileira, feita através de emenda constitucional. Esses acontecimentos (A Convenção Internacional da ONU e a emenda à constituição brasileira) tornaram obsoleta toda a legislação infraconstitucional, que precisa ser revista imediatamente. Poucas pessoas, além de mim, sabem disso, inclusive a maioria das autoridades brasileiras, inclusive das áreas legislativa e jurídica, e os principais interessados: as pessoas com deficiência e aqueles interessados em contratá-los para trabalhar ou de alguma forma melhorar a vida dessas pessoas.
Essa preparação para defender, mais uma vez, as pessoas com deficiência (começando por mim mesmo), está me custando caro, pois tem me roubado um tempo precioso de meditação e de minha vida religiosa, em geral. Quem está fazendo Kriya Yoga sabe o que eu estou dizendo. Mas, por outro lado, é uma terapia, um exercício mental, emocional e físico, para quem está envelhecendo, paraplégico, com diabetes e já com problemas de memória.
Vamos a minha história propriamente dita com o Yogananda. Minha saúde estava débil. Eu não tinha energia para nada. Lesados medulares têm infecções urinárias crônicas. Imaginem o que significa décadas de infecções sucessivas, crônicas e agudas? Pedi a Deus, implorei, creio, que me ajudasse, ou, então, não teria mais forças para viver. Um dia apareceu no jornal um curso sobre urino terapia. Percebi que era isso que Deus havia me mandado. E disse comigo mesmo: - Sou tão maluco que se esse Professor me convencer que bebendo minha urina eu vou melhorar, eu a beberei. Mas, durante os três dias de curso, eu estava tão mal que fiquei na cama. Só depois, entrei em contato com o jornal e achei o Professor Hiroshi. Conversei com ele, que já me conhecia, por uma matéria sobre meu trabalho com Florais de Bach. Ele me orientou. Tomei minha urina e inaugurei uma nova fase na minha saúde. Hiroshi me falou do livro: “Autobiografia de Um Iogue”. Eu li, mas meu contato com Yogananda não se tornou sistemático. Ficou forte na minha mente a figura de Babaji. Toda vez que a coisa apertava eu mentalizava o retrato de Babaji e pedia. Até que após a urino terapia veio o segundo milagre: a lavagem da bexiga com soro fisiológico e água oxigenada a 20 a 30%. Estava inaugurada a outra fase saudável na minha vida. Eu cursava uma pós graduação, curso preparatório para concurso público, no ano de 2009. Na Loja Alvorada, da Sociedade Teosófica se estudava o livro “Autobiografia de Um Iogue” de Yogananda. Deu-me muita vontade de ir lá, mas, eu não podia, por causa das aulas. Terminadas as aulas eu fui à última reunião do ano de 2009. Vejam o que aconteceu. Cada participante teria que contar sua experiência de ter lido aquele livro. Eu era um dos últimos a falar, num universo, de aproximadamente 16 pessoas. Emocionei-me fortemente e com o tempo passando e o pensamento de que minha vida estava na mão daqueles mestres, especialmente de Babaji, a quem eu mais pedia por saúde, passei a praticamente chorar. Aquilo me tocou fundo no coração e na mente. Não poderia ser uma coisa normal. Deu-me uma vontade desesperada de reler aquele livro, naquela noite. Mas, eu pensava: - A biblioteca está fechada, a livraria também. Todas as livrarias da cidade naquele momento estavam fechadas. Que enorme frustração não poder ler um livro que emprestei junto com o “A Eterna Busca do Homem”. Finda a reunião, um amigo (Rogério), espontaneamente, me disse: “Quer esse livro para você? Está riscado, mas dá para ler”. Eu lhe respondi: - Esse é o melhor presente que recebi na minha vida. E voltei a chorar. Agarrei-me àquele livro. Fui a Self-Realization Fellowship e passei a ser um assíduo freqüentador e participante. Passei a comprar e a doar livros de lá avidamente. Hoje mesmo (31/12/10) darei: “A Yoga de Jesus” de presente. Percebi que eu havia recebido um chamado, ou que os meus chamados desesperados tinham sido atingidos.
Eu tive grandes dores na vida: ficar paraplégico (ter perdido o movimento das pernas, ter ficado com o intestino e principalmente a bexiga com dificuldade de funcionamento, infecções crônicas durante 40 anos, falta de sensação do orgasmo, preconceitos e muito mais), dificuldades na família e no trabalho. Mas, de todas as dores a mais insuportável foi ter aberto mão da pensão que meu pai deixou para mim. Sem entrar em detalhes, essa culpa, esse arrependimento, me levaram a Deus e me levam sempre a ele. Descobri que nada mais me interessa de fato nesse mundo para usufruir. Descobri que a felicidade verdadeira só pode vir de Deus. O amor que tenho pela minha filha um dia terei por todos. Mas, só Deus me dará isso.
Estou fazendo um curso de Direito, que agora entra no terceiro semestre. É uma espécie de exercício físico, mental e emocional. Mas, me toma tempo de mais. Vou cuidar da saúde que demanda muito tempo. Queria eu ter forças de desapego para dedicar o tempo que me resta nessa vida a Deus somente. Conto com ele para me ajudar também nisso. Por esses motivos quero receber a Kriya Yoga. Tecnicamente, talvez, eu não esteja tão preparado e não esteja jamais, mas psicologicamente e espiritualmente, sinto que estou. Se os Senhores da Self-Realization Felloship assim o entenderem, ótimo, se não terei que aceitar e continuar me exercitando até conseguir. Peço permissão para publicar esse documento que acabo de escrever num pequeno jornal do interior do país e num blog e dou autorização para usá-los se quiserem. Muito obrigado. Jay Guru.

Brasília, 31 de dezembro de 2010



Paulo Roberto Guimarães Moreira