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segunda-feira, 3 de abril de 2023

Projeto de extensão da UFLA acolhe mulheres vítimas de violência e as encaminham para atendimento profissional

 


Projeto de extensão da UFLA acolhe mulheres vítimas de violência e as encaminham para atendimento profissional


Desde 2021, o projeto de extensão Niara, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), vem acolhendo mulheres que sofrem diferentes tipos de violência. Cada mulher acolhida é ouvida e, em seguida, encaminhada para ser atendida por uma psicóloga e/ou uma advogada. Todo o trabalho psicológico e judiciário realizado por essas profissionais parceiras do Projeto é voluntário e gratuito para as atendidas. Esses atendimentos podem ser realizados de forma on-line ou presencial.

Mulheres que precisam de ajuda podem entrar em contato com o Projeto Niara por meio do site ou do perfil no Instagram. É preciso preencher um formulário de acolhimento para que a equipe possa entrar em contato. Em alguns casos, as mulheres atendidas também são encaminhadas pelo Centro Integrado das Mulheres de Lavras. As estudantes da UFLA que colocam o Projeto em prática para a comunidade garantem o contato entre a mulher e a profissional parceira.

O Projeto Niara já atendeu cerca de 26 mulheres e preza pelo sigilo e pelo profissionalismo. O nome do Projeto (Niara) tem origem indígena e significa “determinada com seus desígnios”, “mulher em busca de grandes objetivos”.

Quebrando o ciclo

Uma das psicólogas voluntárias no Projeto, Bianca Jeronymo Elias, conta que o ciclo de violência contra a mulher começa de forma silenciosa e, muitas vezes, disfarçada. “Esses atos podem evoluir para grandes e visíveis ações ou podem se manter em um baixo e frequente tom, mas, mesmo assim, trazem prejuízos para a saúde dessas mulheres. Os sintomas que surgem desses processos violentos podem ser vistos no enfraquecimento da autonomia, na perda da autoestima e no apagamento da subjetividade.”

Porém, Bianca reforça que esse ciclo pode ser quebrado. Para isso, o apoio psicológico é essencial. “Por meio dos atendimentos, os caminhos dessas mulheres podem ser restabelecidos para além da violência devido ao acolhimento, ao autoconhecimento, a informações, ao fortalecimento de suas próprias identidades e também à criação de redes de apoio. O Projeto Niara é um dos canais que fazem essa ponte entre mulheres em situação de violência e o acolhimento necessário.”

Direito de apoio

A advogada voluntária no Projeto e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFLA) Marcelle Regina de Assis Sousa afirma que o Brasil passa por um cenário de aumento da violência contra a mulher. “Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por meio do Instituto Datafolha, constatou que, em 2022, cerca de 18 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência. Por isso, é de suma importância que as mulheres entendam e saibam sobre os seus direitos”, revela.

Marcelle também traz alguns destaques da legislação brasileira que são direcionados ao combate dessas violências:

Lei Maria da Penha: é responsável por mecanismos para reprimir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Lei do Minuto Seguinte: garante o atendimento e o tratamento obrigatório, emergencial e integral, em todos os hospitais da rede pública ou privada, de pessoas que sofrem violência sexual.

Lei Joanna Maranhão: alterou o prazo de prescrição do crime de violência sexual contra crianças. Com a lei, a criança ou o adolescente agora tem até os 18 anos para realizar uma ação penal contra o agressor, não importando se o crime foi cometido há vários anos.

Lei do Feminicídio: com essa lei, o feminicídio se tornou um homicídio qualificado e está na lista de crimes hediondos. Além disso, a lei garante penas mais altas, de 12 a 30 anos.

Feito por mulheres, para mulheres

A equipe do Projeto é composta por três estudantes da Universidade, quatro advogadas e doze psicólogas. O Niara aceita estudantes de qualquer curso e faz parte da rede Enactus UFLA. A Enactus é uma organização mundial, sem fins lucrativos, dedicada a inspirar jovens universitários a melhorar o mundo. Na UFLA, os projetos da Enactus possuem uma sala para atendimento à sociedade, no Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA). A coordenadora da Enactus UFLA e docente da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (FCSA/UFLA), Nathália de Fátima Joaquim, é também professora conselheira do Projeto Niara.

Advogadas e psicólogas com interesse em firmar parceria com o Projeto podem entrar em contato por meio do site ou do perfil no Instagram.




Comunicação UFLA