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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Secretário de Turismo de Minas tem como meta consolidar novos destinos e melhorar a infraestrutura turística para atender a Copa
 
 Entrevista. Secretário de Estado de Turismo

O ex-deputado Agostinho Patrus Filho tem atuação pouco conhecida na área de turismo, mas já foi membro do BH Convention & Visitors Bureau. Sua família tem empresa de táxi-aéreo e representa a área de cargas da Gol no Estado. Conheça as propostas do novo secretário.
Descrição: http://www.otempo.com.br/capa/scripts/diminuator.php?arquivo=/otempo/fotos/20110201/foto_31012011212154.jpg&w=244

A ex-secretária Érica Drumond era uma empresária do ramo da hotelaria; o senhor é um político. O que o trade mineiro pode esperar de Agostinho Patrus Filho?
Pode esperar a mesma disposição da secretária Érica, que fez um trabalho reconhecido hoje pelos mineiros e por todo o Brasil. Conversei com a atual presidente do Fornatur, o Fórum Nacional dos Secretários Estaduais e Dirigentes de Turismo, e segundo ela, todos os secretários de outros Estados brasileiros comentam o bom trabalho realizado pela secretária. Érica é um case de sucesso admirado e copiado por outros Estados. Esse é um trabalho a que queremos dar continuidade. É uma responsabilidade muito grande, mas tenho certeza de que, com nosso empenho e nossa excelente equipe, vamos dar uma continuidade e trazer novidades, uma vez que o governador Antonio Anastasia deve lançar novas propostas estruturadoras a partir de março.
Os focos do governo Aécio Neves foram a Estrada Real e a consolidação dos 46 circuitos turísticos. Qual vai ser o foco de sua gestão?
Iniciamos nossa gestão com um fato inédito: o ICMS turístico. Pela primeira vez, as cidades mineiras começaram a receber repasses diretos. Estamos invertendo a lógica de repasse do governo federal, que hoje concentra 70% dos recursos. No momento em que transferimos recursos do Estado para os municípios, aumentamos a capacidade de investimento de cada um deles. A Érica também fez uma excelente divulgação dos circuitos turísticos. Saímos da quinta para a segunda posição como destino mais procurado turisticamente. Aumentamos também a presença do Estado no Brasil e o quanto o turista gasta em Minas.Atualmente, o Ministério do Turismo faz uma análise anual, através de Estudo de Competitividade, para avaliar cinco municípios indutores de Minas Gerais, que são Belo Horizonte, Ouro Preto, Tiradentes, São João del Rei e Diamantina. A Setur ampliou este estudo para outros 17 municípios. Com a aplicação desse estudo, que é realizado pela Fundação Getúlio Vargas, podemos estabelecer um mapa de necessidades em cada destino e teremos, em breve, nossas estratégias de ação. Por exemplo, já detectamos que dos 22 destinos indutores mineiros, 22 necessitam de sinalização turística. Temos, ainda, que ter uma gestão voltada para a infraestrutura turística para atender a Copa do Mundo, a Copa das Confederações e o grande contingente de pessoas que passaram a viajar pelo Estado.
Nos próximos quatro anos, o Brasil está se preparando para a Copa de 2014 e Belo Horizonte é uma das importantes sedes do evento. A Secretaria de Estado de Turismo (Setur-MG) pretende se engajar de que maneira nesses preparativos?
O governador Anastasia criou a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo. Já me reuni com osecretário Sérgio Barroso e traçamos ações conjuntas. Da mesma forma com a Dorothéa Werneck, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e o Carlos Pimenta, na Secretaria de Trabalho e Emprego, para atuar na área de qualificação de mão de obra. No ano passado, quando eu era secretário de Desenvolvimento Social, o governador também me solicitou a capacitação em inglês e espanhol para os motoristas de táxi. Minas é o único Estado em dia com o cronograma da Copa do Mundo: estamos reformando o estádio do Independência e temos, ainda, condições de criar subsedes para a Copa. Agora, é só aguardar a reestruturação dos programas estaduais para poder discutir o assunto com os presidentes das entidades do turismo.
O senhor ampliou recentemente as atribuições da Setur-MG. Onde a secretaria não atuava e agora poderá ter mais espaço?
Estamos verificando a atuação da Setur-MG e trabalhando na reestruturação das leis delegadas publicadas no último sábado para aumentar a competência da secretaria em quatro áreas – fomento e instalação de empreendimentos ligados à atividade turística; promoção e difusão da cultura mineira em parceria com aSecretaria de Estado da Cultura; trabalho junto a outras secretarias para melhoria de infraestrutura e implantação de receptivos turísticos, recuperação de estética urbana e ambiental; e apoio à rede hoteleira, restaurantes e similares. Não queremos apenas ser formuladores de legislação, mas executores de ações, diminuindo, assim, a dependência de outros órgãos para atingir as metas propostas pelo Conselho Estadual de Turismo.
Qual é o posicionamento da Setur-MG em relação às obras de expansão do Expominas?
Tivemos uma notícia positiva no fim de dezembro da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), do Ministério do Planejamento, que já autorizou o endividamento do Estado para dar continuidade aos entendimentos, levando em conta as necessidades de Belo Horizonte e da região metropolitana, para a ampliação do Expominas. Um estudo está sendo realizado pela Fundação João Pinheiro e será levado um pedido de empréstimo de US$ 30 milhões ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para ampliação do centro de convenções. Acreditamos que, no prazo de dois anos, no máximo, teremos condições de ampliar o Expominas e deixá-lo pronto antes da Copa do Mundo.
Em relação ao aeroporto de Confins, hoje uma das discussões é sobre o estrangulamento do tráfego aéreo e a modernização dos aeroportos. O que o senhor avalia ser possível fazer nesse sentido?
Já me reuni com o superintendente do Sudeste da Infraero para tratar do assunto e com o subsecretário de Assuntos Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, Luiz Antônio Athayde. Precisamos de um aeroporto estruturado e atendendo ao aumento constante da demanda de passageiros. Confins apresentou um crescimento de demanda superior à média nacional (23,47% para voos domésticos e 20,38% para internacionais), que vocês mesmos, do jornal O TEMPO, anteciparam em reportagem. Quando ficar pronta a ampliação do terminal para 8 milhões de passageiros, nossa necessidade já estará saturada.
Queremos aumentar de 60 mil m² para 67 mil m² o atual terminal. A Infraero e o governo de Minas já trabalham para a construção do Terminal 2, de acordo com normas e especificações internacionais, que será a solução para os próximos anos. Temos um aeroporto com mais de 30 anos, que deve ter preocupações com segurança, acesso e tecnologia. Hoje, a Argentina representa apenas 5% em participação em volume de turistas no Estado; o Uruguai, 0,5%.
Queremos aumentar esse volume, assim como atrair mais visitantes dos EUA e Portugal. Existe, inclusive, negociação de trazer novos voos nos próximos meses, mas não posso adiantar nada. Queremos, na verdade, expandir o programa Decola Minas.
Que destinos serão as estrelas do turismo mineiro nas férias nacionais e internacionais? Quais os destinos vocês irão eleger trabalhar nos próximos anos?
Temos que dividir os destinos mineiros em dois grupos – os cinco indutores (Belo Horizonte, Tiradentes, São João del Rei, Ouro Preto e Diamantina) e os outros 17 que estão sendo avaliados pela Fundação Getúlio Vargas. Temos, ainda, que pensar nas cidades no entorno desses destinos indutores. Por exemplo, ao redor de Diamantina há Milho Verde e Serro, que precisam ser beneficiadas com o fluxo turístico do destino indutor.

Agostinho Patrus Filho
Fonte: O Tempo