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sexta-feira, 18 de maio de 2012

QUANDO A DELICADEZA BATE À SUA PORTA - OS IRMÃOS CURI
Ivon Cury
Por José Celestino Teixeira

Hoje, nesta Sexta-feira, dia 18 de maio de 2012 recebi um grande presente. Na hora do almoço a gentileza bateu em minha porta. Era o Roosevelt, irmão Caçula do IVON CURI, Jorge Curi e Alberto Curi. A Trinca de Ouro do Rádio Brasileiro nos anos 40/60. Ganhei de Presente toda a coleção da obra fonográfica do IVON CURI. Que, como cantor, ninguém cantou melhor o idioma Francês, no Brasil. Tanto assim, que quando foi a Portugal convidaram-no a realizar um Show em Paris, na Década de 60. Sério, o Mineiro Caxambuense tinha uma pronuncia perfeita. Me lembro que quando criança minha tia, a Tia Zelinha era apaixonada pelo Ivon Curi. Sua (dela) música preferida era: João Bobo. Também tinha meu Tio Antônio Delvecchio, italiano simpatizante de Mussolini e Plínio Salgado, mas, que era torcedor fanático pelo Flamengo. E quando o Jorge Cury, não narrava o jogo do Flamengo ele ficava uma fera. Não gostava do Oduvaldo Cosi.
Depois, quando meu Pai comprou uma televisão em Branco e Preto eu assistia o Diário de Um Repórter, escrito pelo David Nasser e cujo ancora da TV era, o ALBERTO CURI.
Aquela voz forte e pausada, que os Militares da Revolução de 64 elegeram para comunicar a Edição do famigerado AI-5 - O ATO INSTITUCIONAL Nº 5.
Uma pena, mas confesso que tomei raiva dele.
Não pela pessoa, mas, por ter sido porta-voz de um uma notícia tão perniciosa à vida democrática do País.
Muito tempo depois, vim conhece-lo, aqui, em Caxambu - MG. Me surpreendi com a ternura e a amabilidade do jornalista/narrador e autodidata Alberto Curi.
Alberto Cury

A Voz do Rádio jornalismo Brasileiro.
Depois, muito depois quando ele veio a residir em Caxambu, todos os dias na Hora da Ave Maria gostava de ouvi-lo a ler pausadamente os Evangelhos Espíritas.
Uma benção.
Farid Curi foi único, que depois de uma breve aventura pelo rádio voltou a residir em Caxambu-MG. Aqui, havia sua namorada e mulher. Deixou ao Sílvio Santos, que era Camelô na Rua Larga ( Centro do Rio de Janeiro), a oportunidade de ocupar seu lugar na Rádio Nacional.
Mais tarde, nos tornamos grandes amigo.
Eles eram filhos de Zé Curi, um comerciante árabe, que fixou residência em Caxambu-MG.
Tinham, os filhos do José curi, como primos o Calil Cruri , o Nazir Curi e a Madalena, que era a irmã mais nova.
Ela, a Dna. Madalena foi e, ainda é, hoje, a Rainha da Cozinha Árabe. Ninguém faz um Carneiro Assado temperado ao hortelã como ela.
Dr. Nazir foi nosso professor e poliglota. Professor de Inglês e Francês falava correntemente os dois idiomas, além do Árabe. Mestre das citações bíblicas que satirizava: " O HOMEM SEM DINHEIRO, NEM DEUS GOSTA DELE!"
E, na rua Major Penha estava o Calil Curi, o Rei do Kíbe Frito e Assado e, do melhor Sorvete das Minas Gerais.

Jorge Cury

 
No Restaurante Chuá tomei muita cerveja acompanhado pelo Paulinho Chopinho ( paí do zé Luiz Vereador e da Beatriz, matido da dna Lordinha filha do Sr. Zeinho do Hotel) e o comunista convicto, João Saldanha.
Naquela mesa de frente, o João Valentão contava suas histórias deliciosas.
Pra se ter a idéia, nem nos Tempos Tradicional Confeitaria Brunella, na Aclimação em São Paulo cheguei a tomar um Sorvete tão gostoso como os que o Sr. Calil fabricava. Sorvete de Málaga e Passas ao Rum, meus favoritos.
Mas, agora eu falo do Roosevelt (Homenagem, provável ao Ex-presidente dos States, nos tempos da 2ª guerra Mundial), amigo novo e já querido, filho caçula do Zé Curi.
Foi ele, quem me presenteou com toda a Coletânea da Obra Fonográfica do Ivon Curi, que prometo degustar com parcimônia.
Mas ouso reafirmar, que o Ivon Curi, já está a merecer de há muito tempo, uma Obra Literária sobre sua efetiva participação no Cinema Nacional, durante o Movimento das Chanchadas e do Filmusical Brasileiro.
Grato, muito Grato pela Gentileza.

 (PS) Me perdoem, já ia me esquecendo da Dna Alíce Curi. Ao que parece tinha lá uma pensão familiar em sua casa. Bem em cima da , hoje Padaria Caxambuense de propriedade dos filhos do José Sallun , marido da dna Madalena. Alíce sempre simpática, fumante inveterada que sabia cultivar amizades. Os mais humildes e os turistas mais simples a amavam. Era, também exímia cozinheira de pratos árabes. Quem, não se lembra da Alice Curi?


 Ivon Curi canta no filme "Depois eu Conto", de José Carlos Burle & Watson Macedo, de 1956. Na cena ainda estão Dercy Gonçalves e Eliana Macedo.