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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Fonte abandonada com alto teor de ferro vira polêmica em São Lourenço

Uma fonte de água mineral em São Lourenço (MG) está no centro de uma polêmica entre a prefeitura e uma organização não governamental (ONG). A fonte está abandonada desde quando foi construída, e agora a gerente de meio ambiente da prefeitura confirmou que a água possui um alto teor de ferro, impróprio para o consumo humano.
Na cidade conhecida pelas águas minerais, uma fonte no meio do mato chama a atenção. O fontanário fica no Parque da Ilha, fora do Parque das Águas de São Lourenço. A Área de Preservação Permanente (APP) é um fragmento de mata atlântica, o antigo leito do Rio Verde. Em 2003, a empresa que tem a liberação para explorar as águas minerais de São Lourenço fez uma concessão para a prefeitura.
A previsão era de que seriam construídos um bosque e um terminal de ônibus, mas a única construção foi a do fontanário. Apesar da obra, em cerca de 10 anos, pelo menos oficialmente nenhuma gota jorrou da fonte. Segundo a gerente de meio ambiente de São Lourenço, o problema é o alto teor de ferro na água da fonte que está fechada.
Fonte foi construída, mas está abandonada em São Lourenço (Foto: Reprodução EPTV)Fonte foi construída, mas está abandonada em São Lourenço (Foto: Reprodução EPTV)
Depois de muitas dúvidas em relação às propriedades, a prefeitura solicitou à empresa que explora as águas o resultado de um estudo feito em 2005 pelo Departamento Nacional de Propriedade Mineral. O estudo constatou mais de 17 miligramas de ferro por litro de água, volume bem maior do que o considerado saudável pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que é de 0,3 miligramas por litro de água. "No momento não temos projeto nenhum a apresentar, somente estudos de universidades em conjunto com a gente no setor de crenologia", afirma a gerente de meio ambiente e desenvolvimento sustentável de São Lourenço, Janimayri Forastieri de Almeida.
O presidente de uma ONG de preservação da natureza defende um estudo mais aprofundado, e também o uso da água. "Não podemos desprezar isso aí, porque é a natureza que está doando, e o que ela doa tem que saber usar, do jeito que a natureza permite", argumenta o presidente da ONG, José Luiz Mendes Marques.

No entanto o clínico geral Leonardo Palma de Godoi alerta: a água não é potável e pode trazer consequências graves caso seja ingerida. "Um alto teor de ferro no organismo, a longo prazo, pode levar à insuficiência cardíaca, uma cirrose hepática, então é muito prejudicial a longo prazo para o ser humano", afirma Godoi.
Ainda de acordo com a gerência de meio ambiente da Prefeitura de São Lourenço, existe a intenção de transformar a fonte em um laboratório de crenoterapia - que é o tratamento de doenças por meio de águas minerais.