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sexta-feira, 20 de março de 2015

Maioria das BRs em Minas tem menos acidentes e mais mortes
Em um ano, índice de letalidade dos desastres aumentou em oito das 15 rodovias patrulhadas pela PRF. Número geral de óbitos no estado diminuiu



Menos acidentes, mais mortes. Entre 2013 e 2014, o índice de letalidade dos desastres cresceu em oito das 15 rodovias federais mineiras nas quais a fiscalização é mantida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Fazem parte desse grupo estradas espalhadas por todo o estado: as BRs 116 (Zona da Mata/Vale do Rio Doce/Vale do Mucuri), 135 (regiões Central e Norte), 153 e 364 (Triângulo Mineiro), 267 (Zona da Mata e Sul de Minas), 354 e 459 (Sul de Minas) e 365 (Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba/Norte). São trechos que seguem tendência contrária à observada em rodovias como as BRs 381 e 040, nas quais houve redução tanto de acidentes quanto de mortes no período. Considerados todos os percursos patrulhados pela PRF, houve redução de 7,49% dos óbitos, que passaram de 1.242 em 2013 para 1.149 no ano passado.

O maior aumento percentual no número de mortes por rodovia ficou com a BR-354, que passou de quatro óbitos em 2013 para 12 em 2014, aumento de 200%. O trecho tem 71 quilômetros e se estende entre quatro municípios do Sul de Minas (Caxambu, Pouso Alto, Itanhandu e Itamonte). Os acidentes no trecho, porém, diminuíram 6,16%: de 195 para 183. Outra BR que registrou tendência semelhante foi a 135, ligação da Região Central com o Norte do estado. Enquanto em 2013 a PRF contabilizou 71 mortes nos 294 quilômetros entre Curvelo (Central) e Montes Claros (Norte), esse número cresceu 11% em 2014, chegando a 79 óbitos. Porém, as ocorrências caíram 19,52%, passando de 743 para 598.

O inspetor Aristides Júnior, chefe de Comunicação Social da PRF/MG, destaca que, há alguns anos, a BR-135 era considerada uma das piores estradas de Minas. “Nesse caso, houve uma melhora estrutural significativa, que garantiu maior velocidade para os condutores. Com isso, aumentou a severidade dos acidentes. Também observamos um aumento muito grande do fluxo de caminhões que usam essa rota para chegar ao Nordeste do Brasil”, afirma. O inspetor lembra ainda que, com exceções pontuais, as estradas que registraram aumento da letalidade são de pista simples. “A colisão frontal é o tipo de acidente mais grave, e pode acontecer pelo fato de esses locais não serem duplicados”, afirma.

FISCALIZAÇÃO FALHA O coordenador do curso de Engenharia de Transportes do Cefet/MG, Guilherme Leiva, concorda com a avaliação da PRF sobre o peso do aumento da velocidade, mas acredita que a fiscalização precisa aumentar. “Quando se melhora a infraestrutura, aqueles acidentes que são consequência, por exemplo, de asfalto irregular ou de problemas na sinalização tendem a ser minimizados. Mas os desastres ficam mais severos, pelo aumento de velocidade. Não adianta investir apenas na estrutura, é necessário ter mais fiscalização para que a imprudência não se destaque”, analisa.

O inspetor Aristides Júnior diz que desde 2013 a PRF tem adotado um esquema de mapeamento dos pontos de risco, para concentrar o trabalho em locais mais perigosos, o que, avalia, tem resultado na redução geral dos óbitos. “Já que não temos como estar presentes em todos os lugares, temos atuado com uma programação fixa em cada delegacia para atacar os pontos mais complicados levantados por mapeamento”, afirma. O Estado de Minas procurou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que não se manifestou sobre o assunto.
Fonte: Estado de Minas
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/03/20/interna_gerais,629500/brs-mais-mortais.shtml