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sábado, 28 de agosto de 2010

De garoto assustado a competidor obsessivo, Doda já pensa em 2016
Organizador do torneio Athina Onassis de hipismo não descarta possibilidade de disputar os Jogos Olímpicos do Rio daqui a seis anos, quando terá 43

Por Guilherme Marques Rio de Janeiro
Ainda criança, ele se assustava com o tamanho dos cavalos. Hoje, está no meio deles. Da infância em Caxambu - MG às provas internacionais de hipismo, muita coisa mudou para Álvaro Miranda, o Doda, menos uma: o espírito competitivo. Aos 43 anos, o idealizador do torneio Athina Onassis é um homem de ideias, mas nem pensa em deixar os circuitos para ser apenas um empreendedor. Prova disso é que, a seis anos das Olimpíadas do Rio, já pensa em competir nos Jogos.
- Claro que sim. O Nelson Pessoa disputou competições até quase 60 anos, porque eu não poderia? O Ian Millar saltou em nove Jogos Olímpicos – lembrou Doda, referindo-se ao cavaleiro canadense que, aos 61 anos, conquistou sua primeira medalha olímpica, em 2008 e se tornou recordista em participações olímpicas.
Descrição: Doda, hipismo

Doda em ação no Rio de Janeiro: 'Sempre fui educado para ser competitivo.
(Foto: Alexandre Vidal)
Doda já representou o Brasil em quatro edições. Em Atlanta-1996 e Sidney-2000, foi bronze nos saltos por equipe. Em Atenas-2004 não se destacou, mas teve sua vida particular explorada por conta do romance com Athina Onassis, com quem se casaria no ano seguinte. Em Pequim-2008, ele não competiu porque sua égua, AD Picolien Zeldenrust, chegou lesionada à China.

Athina é neta a única herdeira viva do bilionário Aristóteles Onassis. Doda criou o torneio com o nome da própria esposa e conseguiu, além de trazê-lo para o Brasil há quatro edições, reunir os principais conjuntos do hipismo mundial em busca do título do Global Champions Tour, circuito de maior prestígio do esporte.
Descrição: Athina Onassis 2010 Doda

Doda estará no Athina Onassis neste sábado
(Foto: Guilherme Marques / GLOBOESPORTE.COM)
Susto com tamanho dos cavalos
O sucesso de hoje nem de longe lembra o início da carreira, quando o receio ainda falava mais alto. O cavaleiro lembra que aprendeu técnica de judô para não se machucar ao cair do cavalo. Mas as quedas foram raras. Doda começou a montar aos 7 anos, em Caxambu, e foi matriculado num clube de hipismo. Levou um susto com o tamanho dos cavalos e dos competidores. Era o primeiro obstáculo a ser vencido.

- Sempre fui educado para ser competitivo. Quando passei a montar, o objetivo era sempre ganhar. Abri mão de muita coisa na minha vida para continuar no esporte, cheguei a trocar de escola três vezes em um ano por conta disso – explica.

Em 1995, Doda foi morar na Europa, onde reside até hoje e alterna temporadas na Bélgica e em São Paulo. Há dois anos, levou seu maior susto na carreira. Seu cavalo enroscou as patas antes de um obstáculo, e ele ficou pendurado pelos pés durante alguns minutos. Na hora, achou que tivesse quebrado o pescoço, mas conseguiu se recuperar e voltou a competir. Uma semana depois, venceu, com o mesmo cavalo em Estoril (Portugal).

Neste sábado, ele estará em ação outra vez, no último dia da competição na Sociedade Hípica Brasileira, Doda e os brasileiros Bernardo Alves e Rodrigo Pessoa, que disputam final do Global Champions Tour, não têm chances de título do campeonato, mas ainda podem brigar para vencer a etapa. O favorito é o alemão Marco Kutscher, que precisa apenas não cometer faltas para ficar com a taça.

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