Superuniversidade: Ifes entregam ao MEC propostas para a criação do consórcio
As
propostas para a instituição do consórcio das universidades federais
sediadas nas regiões sul e sudeste de Minas foram entregues ao ministro
da Educação, Fernando Haddad (
foto), em evento nesta
segunda-feira, dia 25, no auditório do Ibama, em Belo Horizonte. Essas
propostas constituem o Plano de Desenvolvimento Institucional do
Consórcio (PDIC), que contém os objetivos e as diretrizes das
universidades consorciadas para o quinquênio 2011-2015. O documento
também foi repassado ao governo de Minas, representado pelo secretário
de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Evaldo Ferreira Vilela.
A cerimônia reuniu os reitores das sete universidades que integram o
consórcio e diversas autoridades. Estiveram presentes os reitores Luiz
Cláudio Costa, da UFV, coordenador do consórcio; Henrique Miranda
Chaves, da Federal de Juiz de Fora; Renato de Aquino Faria Nunes, da
Federal de Itajubá; Paulo Márcio de Faria e Silva, da Federal de
Alfenas; Antônio Nazareno Mendes, da Federal de Lavras; Helvécio Luiz
Reis, da Federal de São João del Rei; e João Luiz Martins, da Federal de
Ouro Preto.
Vantagens
Com a institucionalização do consórcio será possível a integração
acadêmica nas áreas de ensino, principalmente no que se refere a
mobilidade estudantil, pesquisa e extensão. Outra vantagem dessa atuação
conjunta será a conquista de maior eficiência na captação e aplicação
de recursos, e o estabelecimento de parcerias para atuação nas áreas de
inovação e novas tecnologias e desenvolvimento social e em outras áreas
estratégicas, visando ao desenvolvimento institucional e à capacidade de
apresentar propostas para a solução de problemas sociais de Minas e do
País.
O reitor Luiz Cláudio, ao fazer a apresentação do consórcio ressaltou
os avanços conquistados no setor nos últimos anos, destacando o acerto
da atuação do ministro Fernando Haddad na valorização do ensino
superior. Não é possível desenvolver de acordo com as potencialidades do
País sem uma educação bem planejada e bem qualificada, pensando
estrategicamente. Como salientou, na atualidade é possível às
universidades pensar estrategicamente em seu papel de estado, apesar de
algumas fragilidades que estão sendo corrigidas. Nesse contexto, a
criação do consórcio vem constituir uma proposta inovadora, no Brasil e
no mundo, que pode alterar a maneira de se fazer a educação superior e
de fazer com que essa educação interaja com a sociedade. A construção do
consórcio é o produto de reflexões que serão intensificadas a partir de
agora, em seminários e fóruns de discussão nas comunidades acadêmicas,
de acordo com as especificidades de cada uma delas, sempre com a
participação da sociedade. Em especial, lembrando-se que as
universidades brasileiras têm muito a dizer sobre o momento por que
passa o Brasil, em sua afirmação como centro importante de produção
científica e como economia de destaque mundial.
A presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Luiza
Lafetá, falou sobre o grande significado da educação superior para o
País e manifestou a esperança de que o consórcio entre as universidades
venha a se concretizar com sucesso.
Para o secretário adjunto Evaldo Vilela, o governo mineiro considera
muito positiva a implementação do consórcio, pois fará com que a união
dessas universidades, muito competentes em suas ações, elevar seu
patamar de influencia e contribua decisivamente para a geração do
conhecimento e a criação de empregos. Como disse, o governo de Minas tem
o projeto de tornar o estado líder na economia do conhecimento e o
fortalecimento das universidades é fundamental, não apenas na formação
de profissionais, mas influenciando diretamente o desenvolvimento do
País, tornando o sistema produtivo mais competitivo. Outra vantagem
dessa união, lembrou Vilela, é possibilitar à Fapemig a concretização de
um fomento de qualidade, que envolva pesquisadores e empresas na
geração do conhecimento, tornando-as mais competitivas e eficientes.
O ministro Fernando Haddad mostrou-se amplamente favorável à
constituição do consórcio, qualificando-o como mecanismo para a
superação de uma defasagem entre a crescente importância do Brasil na
produção científica mundial e o posicionamento ocupado pelas
universidades brasileiras entre suas congêneres em outros países. Para
ele, o consórcio representa a oportunidade para que se modifique
positivamente esse quadro, com instituições de excelência que produzem
conhecimento, formam recursos humanos e atuam em suas comunidades, pois
seu fortalecimento interessa à sociedade e ao País. Os indicadores
apresentados pelo consórcio, quando se fala de sua produção científica e
no número de docentes, estudantes e funcionários
técnico-administrativos já o credenciam a uma posição de destaque,
criando um caldo de cultura muito propício a potencializar a excelência
acadêmica de cada uma dessas instituições.
O que representa o consórcio
O Consórcio reúne 239 cursos de graduação, oferece mais de 13 mil
vagas e atende a mais de 48 mil alunos matriculados na graduação
presencial. Na pós-graduação, oferece 145 programas, sendo quatro com
conceito 7, máximo definido pela Capes, três com conceito 6 e outros 20
com conceito 5, todos considerados de excelência. São mais de três mil
alunos de mestrado e 1.700 de doutorado. As sete universidades reúnem
4.390 docentes e 5.968 técnicos administrativos.
Mobilidade acadêmica
Implantação da matrícula cruzada para permitir que alunos façam
disciplinas entre as consorciadas; realização de treinamentos em novas
tecnologias de pesquisa e ensino; formação de um banco de assessores e
consultores; troca de experiências e contribuição para capacitar pessoal
de outra instituição. Outro ponto de convergência é a criação do Centro
de Estudos Avançados, uma estrutura presente em grandes academias e
fundamental para pensar estratégias para a ciência, ensino e cultura.
Assistência Estudantil
Para possibilitar que os alunos se matriculem interinstitucionalmente
em uma das setes universidades a serem consorciadas, o grupo de
Assistência Estudantil está desenvolvendo políticas que viabilizem esses
trâmites inclusive para aqueles discentes que possuem vulnerabilidade
socioeconômica. A Assistência é a responsável por ser gestora dos
equipamentos sociais que garantem a permanência dos alunos no ensino
superior.
Vestibular e Graduação
Uma das mudanças mais significativas propostas é a uniformização do
processo seletivo entre as sete consorciadas. Além disso, será sugerida a
criação de um Núcleo de Estudos Pedagógicos, que dentre outras funções,
analisaria a criação de novos cursos nas diferentes áreas do
conhecimento relacionado as potencialidades das diversas regiões das
instituições. As universidades consorciadas pretendem ainda criar cursos
curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia e em
Artes e Design com ciclos complementares profissionalizantes.
Pesquisa e Pós-Graduação
As consorciadas pretendem criar um Centro de Estudos Avançados
visando à integração, ao fortalecimento e à expansão da pesquisa e da
pós-graduação e a melhoria da inserção internacional da pesquisa
brasileira. Pretende-se ainda criar programas de pós-graduação
compartilhados em áreas estratégicas e mecanismos de cooperação entre os
programas. As universidades também pretendem desenvolver projetos e
formação de núcleos de estudos prioritariamente nas áreas de
nanotecnologia, bioenergia, biodiversidade, meio ambiente,
sustentabilidade, fitoterápicos e educação. Deverão ser criados centros
de pesquisa em áreas estratégicas compartilhando infraestrutura de
laboratórios.
Extensão e Cultura
A proposta é realizar através de um corredor cultural, a circulação e
intercâmbio de grupos e artistas das universidades. Pretende-se também
unir esforços para realizar projetos de extensão nas áreas de gestão de
resíduos e de ações voltadas para políticas públicas.
Localização geográfica
A iniciativa pioneira da criação do Consórcio das Universidades do
Sul-Sudeste de Minas Gerais surge da constatação de que essas
instituições apresentam características comuns e complementares que
facilitam sua associação. A localização geográfica e a proximidade entre
elas é fator preponderante para a criação do Consórcio, uma vez que
esta é a única região do Brasil que possui sete universidades separadas
por um raio de cerca de 200 quilômetros. Além disso, segundo dados do
Ministério da Educação, todas as instituições oferecem cursos de
qualidade. Os cursos de graduação estão bem situados no Índice Geral de
Cursos (IGC) com valores entre quatro e cinco, e pós-graduação avaliada
como excelente pela Capes, inclusive em nível internacional.
A proposta prevê ainda uma estrutura administrativa para o Consórcio.
Instituições de incentivo à pesquisa e empresas já demonstraram
interesse em financiar programas e projetos compartilhados pelas
universidades consorciadas.
As discussões ocorridas até agora definiram, entre outras, as áreas
de atuação que serão atribuídas a cada uma das instituições
participantes do consórcio. A UFV está com a coordenação geral, cabendo à
UFJF os assuntos ligados à pós-graduação. A Unifei encarrega-se da
pesquisa; a Unifal, da graduação; a UFLA, do planejamento e gestão; a
UFSJ, da extensão e cultura; e a Ufop, da assistência estudantil.
Fonte: Lavras 24 horas
http://www.lavras24horas.com.br/portal/superuniversidade-ifes-entregam-ao-mec-propostas-para-a-criacao-do-consorcio/