As eleições de 2010 certamente vão ficar na história como a campanha mais imunda de todos os tempos, onde a ambição desmedida do candidato José Serra já provou que não tem limites, nem éticos nem morais, em sua obsessão doentia para chegar ao poder - custe o que custar - onde o rebaixamento moral chegou até ao ponto de levar o candidato a tirar tomografica da cabeça para tentar posar como vítima de uma suposta "agressão" por bolinhas de papel. Neste episódio, o candidato conseguiu fazer apenas representar um papel ridículo - que no entanto, serviu para mostrar o grau de desequilíbrio do candidato, evidenciando também sua total ausência de escrúpulos.
Basta olhar um pouco para trás e lembrar do compromisso assinado e registrado dem cartório pelo então candidato "escadinha" que utilizou-se dos cargos de prefeito e de governador de São Paulo como meros trampolins políticos para seu grande salto, na tentativa de agarrar a presidência da república. Para tanto, o candidato-obssessivo comportou-se como um trator, atropelando candidaturas tão legítimas em seu partido quanto a do ex-governador Aécio Neves - de quem agora implora um apoio - obtido aliás, sem entusiasmo algum, apenas por obrigação partidária, por parte do agora senador de Minas Gerais - que continua sendo a grande esperança dos tucanos para o futuro, pois a derrota iminente de Serra também significa seu sepultamento político. E já vai tarde na minha opinião, pois tal candidatura representa o que há de pior na mentalidade paulistana, incubada dentro de um ambiente artificial, onde impera a ilusão engravatada e refrigerada dos "sábios" da USP - incapazes de entender o sotaque de goianos, mineiros, baianos, e demais habitantes de um país que não compreendem., não amam, e pior: que desprezam. Agora todo esse desprezo vai retornar em forma de votos, dando a vitória legítima para a candidata comprometida com as mudanças estruturais do país, que estão sendo empreendidas pelo primeiro presidente brasileiro de origem operária.
Para quem já se esqueceu, Serra deve sua sobrevida neste segundo turno à simpatia popular despertada pela onda verde levantada na última hora do primeiro turno pela candidata Marina Silva - que involuntáriamente acabou servindo aos interesses daqueles que pretendem levar o país de volta ao inferno astral representado pelo neoliberalismo privatizante e submisso aos interesses mais mesquinhos que ainda se debatem na esperança vã mantida pela grande mídia.
Por falar nisso, vale registrar aqui uma pequena observação em relação à postura adotada pelos grandes meios de comunicação. Sou de um tempo onde a IMPENSA servia para INFORMAR, mas o que se vê atualmente é um trabalho deliberado e orientado para FORMAR OPINIÕES.
Como se sabe, opinião FABRICADA não tem valor nenhum, sendo apenas a mera repetição da doutrinação de uma espécie de "opinião única" imposta pelos meios de comunicação.Plim, plim!
O próprio debate da TV está sendo descaradamente anunciado, não para determinado horário. O debate está marcado para "depois de Passione" - mais descarado que isso, é simplesmente impossível. Por essas e outras, fica sempre a preocupação de mais um golpe baixo desferido em cima da hora - ainda mais quando se conhece os interesses que estão em jogo, e também o caráter dos personagens envolvidos.
Todo cuidado é pouco para preservar nossa frágil democracia.
Fernando Victor