Lusco-fusco
O caimento do asfalto desliza a água da chuva para a encosta do meio fio.
Olhos de miopia apertados para enxergar ao longe a manifestação dos pássaros.
Empurrada pelo homem a bicicleta segue debaixo da marquise,
os pingos da chuva desafiam a gravidade nos guarda-chuvas abertos.
São Pedro acinzentou o céu...
Pára-brisas no vai e vem dão tchau
As folhas dançam na copa das árvores com o fim da estiagem.
Feito motor de Opala o estrondo no céu pisca-pisca estremece as estruturas
Os ponteiros do relógio transitam sem piedade.
Adereço serelepe de quem sabe viver, o sorriso.
Ju Fernandes
Fonte: O Caixote de Pandora:
http://ocaixotedepandora.blogspot.com/