Espanhola já está de olho no negócio do jogo em Minas
Diretor da empresa Cirsa busca apoio de políticos e entidades para conseguir a voltados cassinos
Diretor da empresa Cirsa busca apoio de políticos e entidades para conseguir a voltados cassinos
ANGÉLICA DINIZ
A legalização dos jogos de azar no país, embora seja um tema polêmico, voltou ao centro do debate político depois de ser cogitada como uma das alternativas do governo federal para aumentar a arrecadação e cobrir o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento para 2016. De olho nessa possibilidade, a Cirsa, empresa espanhola que opera jogos de azar em diversos países, já está no Brasil, mais especificamente em Minas Gerais, pronta para iniciar suas atividades.
Já contando que a legalização pode ser aprovada ainda neste ano, o diretor geral da empresa no Brasil, Miguel Zorrilla Santesteban, garante que, se isso acontecer, a Cirsa está pronta para iniciar os negócios a partir do ano que vem. “Tudo vai depender da lei aprovada. Se me permitirem atuar em todo o país, tenho Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Eu, particularmente, gosto muito de Minas e gostaria de começar por aqui”, afirmou ele, que acompanha a discussão do tema.
Por enquanto, o que existe é apenas uma sinalização do governo federal. Em reunião com líderes de partidos da base, no mês passado, a presidente Dilma discutiu o assunto. A própria presidente teria se mostrado favorável, com a alegação de que brasileiros já jogam em sites estrangeiros, sem que o Brasil arrecade nada com isso. Contas preliminares indicam que a legalização traria um reforço no caixa de cerca de R$ 20 bilhões.
Casado com uma brasileira e morando há alguns anos em Paineiras, na região Central de Minas, o executivo busca apoio de políticos e entidades para mostrar os benefícios da liberação dos jogos, inclusive as máquinas caça-níqueis e as apostas esportivas, para alavancar o turismo e a economia do país.
O plano de investimentos da Cirsa no Brasil não foi revelado pelo espanhol, mas os valores são altos, já que, para a implantação de um cassino, segundo ele, são necessários US$ 4 milhões. Cada máquina de aposta custa em média US$ 20 mil.
Santesteban prevê investir em lojas físicas nos grandes centros e também reativar antigos cassinos do país, que atingiram seu ápice nos anos 30 e 40, até a proibição em 1946. Nesse cenário, Minas se destaca porque, historicamente, tem várias estâncias hidrominerais como Araxá, São Lourenço, Caxambu, Cambuquira e Poços de Caldas, que viveram o auge dos cassinos. Daí, o interesse da Cirsa em retomar o jogo nesses locais.
Segundo o executivo, 70% do público dos cassinos no Paraguai e em Dubai, nos Emirados Árabes, é de brasileiros. “Em todos os lados você encontra brasileiros. Há voos diretos do Brasil também para Las Vegas. Todas essas pessoas não vão deixar de jogar, ou jogar mais, por ter os jogos legalizados. O Brasil tem a oportunidade de que todo o dinheiro que essa gente gasta em cassinos de fora fique no Brasil”, defende.
O representante da Cirsa critica a lógica de proibição dos jogos de azar no Brasil, pois não impede a clandestinidade. Para ele, a legislação brasileira é uma “coisa curiosa”, pois o jogador pode depositar dinheiro para empresas que operam jogos online, com servidores fora do país. “A ilegalidade é permitida de alguma maneira”, criticou.
Questionado sobre um possível aumento de casos de vício entre apostadores com a legalização, o empresário disse não acreditar que isso vá acontecer. Santesteban apresenta números que interessam ao setor. Segundo ele, apenas 1% dos jogadores não conseguem se conter diante do jogo. “A ideia não é promover o jogo, porque o jogo no Brasil já existe”, afirma.
Fabricação
Máquinas. A Cirsa estuda também fabricar no Brasil máquinas de apostas, como as de caça-níqueis, para exportação. Para a empresa, seria mais uma fonte de receita e emprego
A legalização dos jogos de azar no país, embora seja um tema polêmico, voltou ao centro do debate político depois de ser cogitada como uma das alternativas do governo federal para aumentar a arrecadação e cobrir o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento para 2016. De olho nessa possibilidade, a Cirsa, empresa espanhola que opera jogos de azar em diversos países, já está no Brasil, mais especificamente em Minas Gerais, pronta para iniciar suas atividades.
Já contando que a legalização pode ser aprovada ainda neste ano, o diretor geral da empresa no Brasil, Miguel Zorrilla Santesteban, garante que, se isso acontecer, a Cirsa está pronta para iniciar os negócios a partir do ano que vem. “Tudo vai depender da lei aprovada. Se me permitirem atuar em todo o país, tenho Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Eu, particularmente, gosto muito de Minas e gostaria de começar por aqui”, afirmou ele, que acompanha a discussão do tema.
Por enquanto, o que existe é apenas uma sinalização do governo federal. Em reunião com líderes de partidos da base, no mês passado, a presidente Dilma discutiu o assunto. A própria presidente teria se mostrado favorável, com a alegação de que brasileiros já jogam em sites estrangeiros, sem que o Brasil arrecade nada com isso. Contas preliminares indicam que a legalização traria um reforço no caixa de cerca de R$ 20 bilhões.
Casado com uma brasileira e morando há alguns anos em Paineiras, na região Central de Minas, o executivo busca apoio de políticos e entidades para mostrar os benefícios da liberação dos jogos, inclusive as máquinas caça-níqueis e as apostas esportivas, para alavancar o turismo e a economia do país.
O plano de investimentos da Cirsa no Brasil não foi revelado pelo espanhol, mas os valores são altos, já que, para a implantação de um cassino, segundo ele, são necessários US$ 4 milhões. Cada máquina de aposta custa em média US$ 20 mil.
Santesteban prevê investir em lojas físicas nos grandes centros e também reativar antigos cassinos do país, que atingiram seu ápice nos anos 30 e 40, até a proibição em 1946. Nesse cenário, Minas se destaca porque, historicamente, tem várias estâncias hidrominerais como Araxá, São Lourenço, Caxambu, Cambuquira e Poços de Caldas, que viveram o auge dos cassinos. Daí, o interesse da Cirsa em retomar o jogo nesses locais.
Segundo o executivo, 70% do público dos cassinos no Paraguai e em Dubai, nos Emirados Árabes, é de brasileiros. “Em todos os lados você encontra brasileiros. Há voos diretos do Brasil também para Las Vegas. Todas essas pessoas não vão deixar de jogar, ou jogar mais, por ter os jogos legalizados. O Brasil tem a oportunidade de que todo o dinheiro que essa gente gasta em cassinos de fora fique no Brasil”, defende.
O representante da Cirsa critica a lógica de proibição dos jogos de azar no Brasil, pois não impede a clandestinidade. Para ele, a legislação brasileira é uma “coisa curiosa”, pois o jogador pode depositar dinheiro para empresas que operam jogos online, com servidores fora do país. “A ilegalidade é permitida de alguma maneira”, criticou.
Questionado sobre um possível aumento de casos de vício entre apostadores com a legalização, o empresário disse não acreditar que isso vá acontecer. Santesteban apresenta números que interessam ao setor. Segundo ele, apenas 1% dos jogadores não conseguem se conter diante do jogo. “A ideia não é promover o jogo, porque o jogo no Brasil já existe”, afirma.
Fabricação
Máquinas. A Cirsa estuda também fabricar no Brasil máquinas de apostas, como as de caça-níqueis, para exportação. Para a empresa, seria mais uma fonte de receita e emprego
Fonte: Jornal O TEMPO