Reservatório está 10 metros abaixo do nível máximo, com 757,90 metros.
Estiagem faz Furnas atingir o pior nível dos últimos 13 anos para o período.
A Represa de Furnas está com o nível mais baixo dos últimos 13 anos para esses primeiros três meses de 2014. Um dos motivos para a queda no nível seria o aumento na vazão de água pelas turbinas para não comprometer a geração de energia em usinas e reservatórios que ficam abaixo do Rio Grande. A chuva que atingiu a região nos últimos dias não foi suficiente para recuperar o lago. Com 10 metros abaixo do nível máximo, o lago perdeu 1,5 metro em cerca de duas semanas.
O Lago de Furnas, no sul de Minas Gerais, é considerado a caixa d'água de boa parte do sistema elétrico brasileiro. Em longos períodos de estiagem, como o que acontece desde o final do ano passado, a água do lago serve para manter o abastecimento de outras sete usinas e quatro represas que ficam abaixo da barragem, nos rios Grande e Paraná.
O reservatório de Furnas serve como regulador da Bacia do Rio Grande, que produz 15% da energia do país. Desde o dia 3 de janeiro, por causa do baixo índice de chuva e vazão dos rios, Furnas passou a liberar um volume de água bem maior do que recebe. Nos últimos 10 dias, a cada segundo, mil metros cúbicos de água deixaram de ser armazenados, bem diferente de fevereiro do ano passado quando essa mesma quantidade era retida.
O Lago de Furnas está 10 metros abaixo do nível máximo e trabalha hoje com 38% da capacidade de geração de energia elétrica. Isso só aconteceu nesta época do ano em 2001, quando houve o apagão. Apesar disso, o Operador Nacional do Sistema (ONS) afirmou em nota que os níveis de armazenamento são suficientes para garantir o suprimento energético do sistema interligado, embora não descarte a possibilidade de usar a energia das termelétricas para complementar a geração das hidrelétricas.
O ONS disse ainda que o sistema opera com uma sobra de seis mil megawatts (MW) médios, equivalente a 9% da carga prevista, e possui uma rede de 116 mil km de linha que permite o escoamento da energia aos centros de consumo.
Furnas é um reservatório que opera enchendo durante o período chuvoso - de novembro a abril - e sendo esvaziado durante o período de estiagem - que vai de maio a outubro. Este procedimento permite que a usina produza a energia elétrica o ano todo. Depois de passar por Furnas, a água vai para as usinas que ficam em níveis abaixo para elas também produzirem energia.
A situação preocupa. Com o nível da represa em 757,90 metros acima do nível do mar, em cidades como Areado (MG), as margens do lago estão praticamente vazias. Fausto Costa, presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Entorno do Lago de Furnas, afirma que, apesar da chuva que atingiu a região nos últimos dias, não foi possível recuperar o volume de água, já que foram chuvas isoladas. Segundo ele, é preciso que chova muito em todo o mês de março nas cabeceiras dos rios para que o nível do reservatório se recupere.
O Lago de Furnas banha 34 cidades do Sul de Minas. Mais de 40% da energia consumida no Brasil passa pelo sistema de Furnas, que engloba outras 17 usinas em 15 estados e no Distrito Federal
Do G1 Sul de Minas