peças sacras na área atingida pela lama
Desde o dia 5 de novembro, quando houve o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) realiza a operação S.O.S. Patrimônio, coordenada pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais. As ações desenvolvidas têm como objetivo diagnosticar a extensão dos danos ocasionados a bens culturais situados nos povoados afetados pela onda de lama.
Durante 14 dias, uma equipe formada por especialistas em patrimônio cultural, fez levantamentos históricos, fotos aéreas e vistoriaram, com o apoio da Polícia Militar de Meio Ambiente e do Corpo de Bombeiros, as capelas de Mercês e São Bento (Bento Rodrigues), Santo Antônio (Paracatu de Baixo) e Nossa Senhora da Conceição (distrito de Gesteira, Barra Longa).
O diagnóstico, realizado por técnicos do MPMG, Centro de Conservação e Restauração da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (Cecor-UFMG), Arquidiocese de Mariana e Secretaria de Cultura de Mariana, apontou a ocorrência de danos extremamente graves aos templos, que possuem acervos sacros dos séculos XVIII e XIX e são protegidos em nível municipal.
A capela de São Bento, cuja origem remonta a 1718, foi totalmente destruída, restando apenas parte das estruturas de pedra. Altares barrocos imponentes e dezenas de peças sacras estão desaparecidos, provavelmente soterrados pela lama. A capela de Nossa Senhora das Mercês, também do século XVIII, situada na parte mais alta do distrito de Bento Rodrigues, ficou ilhada pela lama, exposta ao risco de furtos e danos por novos rompimentos. Técnicos do MPMG e do Cecor-UFMG, em conjunto com a Arquidiocese de Mariana, resgataram 260 peças do templo, incluindo imagens sacras, cálices, castiçais, sinos, instrumentos litúrgicos etc. Nos distritos de Paracatu e Gesteira, ilhados pelo desastre, policiais militares de Meio Ambiente, em conjunto com representantes da Arquidiocese, resgataram, ao todo, 50 peças sacras, mas muitas outras ainda se encontram desaparecidas sob a lama.
O acervo resgatado foi transferido temporariamente para a reserva técnica do Museu de Arte Sacra de Mariana.
Segundo a professora Bethânia Reis Veloso, diretora do Cecor-UFMG, que integrou a equipe responsável pela operação, apesar da destruição das histórias centenárias de comunidades que foram as responsáveis pelo desenvolvimento do ciclo do ouro em Minas Gerais e do desaparecimento de grande parte do patrimônio histórico e artístico, foram resgatadas importantes obras do acervo dos templos, incluindo cálices, objetos litúrgicos e devocionais, vestimentas, imagens religiosas, paramentos, adornos, ornamentos e sinos, mas ainda há muito o que fazer.
De acordo com o promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, o diagnóstico preliminar deixou claro a severidade dos danos causados aos bens culturais e a ausência de medidas emergenciais que deveriam ter sido tomadas por iniciativa da própria Samarco, enquanto responsável pela barragem que se rompeu. “Muitos danos são, infelizmente, irreversíveis, como a perda de peças sacras e altares carregados pela lama. Estamos trabalhando para tentar resgatar o máximo de peças e para evitar a destruição do que restou pelo tráfego de máquinas pesadas que estão no local. A Samarco será responsabilizada por todos esses danos, inclusive na esfera criminal”, diz o promotor de Justiça.
Veja fotos da operação.
Integram a equipe da operação S.O.S. Patrimônio
MPMG: Marcos Paulo de Souza Miranda, Frederico Bianchini dos Santos, Andréa Lana Mendes Novais, Paula Carolina Miranda Novais e Valmir José Fagundes (PMMG/Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais – Nucrim/MPMG). Cecor-UFMG: Bethânia Reis Veloso, Marilene Corrêa Maia e Cláudio Nadalin, Gilson Camilo de Souza. Arquidiocese de Mariana: Ana Clara Gomes Lima Pinto e padre Jean Lúcio de Souza.
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