Postulador fala da santidade de Nhá Chica como modelo para todos
Luciane Marins
Da Redação, com colaboração de Rodrigo Luiz
A casa de Nhá Chica é aberta à visitação. No local estão expostas as dádivas dos fiéis pelas graças recebidas.
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A espiritualidade, da humilde ex-escrava, ultrapassou as fronteiras da pequena cidade mineira em que viveu, Baependi (MG), e chama a atenção do postulador da causa de beatificação, que chegou a compará-la com a espiritualidade do Santuário Mariano de Fátima, em Portugal. “Eu fui em Baependi e fiquei impressionado com a espiritualidade do lugar, a mesma coisa provei no Santuário de Fátima, muito espiritual, sempre tinha uma pessoa a rezar, ou um menino, uma família,” conta Paollo Villotta.
Essa espiritualidade deu a Nhá Chica, ainda em vida, fama de santidade. Fama que se espalhou, de maneira que, pessoas de lugares distantes começaram a visitar Baependi para conhecê-la. Para Paollo Villotta isso se deu porque sua vida foi toda cristã. “Foi uma pessoa para todos. Acolhia a pessoa pobre, o rico, o doente. Ela falava com o governador do Rio de Janeiro na época, com todo mundo, jornalistas”.
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O postulador considera a historicidade um ponto importante no processo que a levou à beatificação. Ele explica que os estudiosos que analisaram a vida de Nhá Chica destacam a tradição oral, ou seja, a maneira como uma pessoa passava para a outra a história e o testemunho da futura beata. “Essa tradição, era a fama de santidade, que foi transmitida da morte até hoje, todo mundo sempre falava sobre a história de Nhá Chica”.
Para Villotta duas atitudes a tornaram santa: a dedicação da sua vida ao amor a Deus e ao próximo e sua humildade. “Uma mulher negra que fez um voto interior, não um voto religioso. Dedicou toda vida para o amor de Deus, e seu amor a Deus foi transmitido para os outros. Depois, na sua simplicidade e humildade, ela foi heroica extraordinária, pode dar um contributo de esperança de ensinamento para todo mundo, do maior ao menor.”
O postulador defende que essa experiência de santidade é atual e pode ser vivida por todo mundo. “Essa santidade é para cada pessoa que queira amar a Deus. Quando se ama a Deus, pode se fazer uma vida como fez Nhá Chica, de renúncia e ajuda ao próximo”.
Processo de Beatificação e Canonização
A cura aceita pela Comissão de Médicos do Vaticano, que tornou possível a Beatificação de Nhá Chica, aconteceu em 1995. Uma professora aposentada de Caxambu (MG), tinha um problema congênito no coração e foi curada sem necessitar de cirurgia. “Para a canonização precisa de outro milagre”, explica o postulador.
Ao recordar as inúmeras etapas pelas quais um processo de beatificação deve passar, Paollo Villotta fez questão de destacar a etapa jurídica do processo que teve como responsáveis, Frei Paolo Lombardo e Irmã Célia Cadorin, a mesma postuladora da canonização de Frei Galvão. “Eles fizeram um ótimo trabalho.”
Cerimônia de Beatificação
A Missa de Beatificação de Nhá Chica, será no dia 4 de maio, às 15 horas, em Baependi (MG), com transmissão ao vivo pela TV Canção Nova. A celebração será presidida pelo Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos e Delegado do Papa Francisco
Fonte: Canção Nova
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=289133