Leitor alerta sobre eventuais "patologias" na estrutura do novo prédio da Câmara
Sequência de fotos compartilhadas no grupo do Jornal Arte3 no Facebook exibem uma série de detalhes observados nas vigas e colunas da edificação da nova sede da Câmara Municipal de Caxambu, ora em andamento, onde podem ser vistos diversos pontos onde a ferragem encontra-se exposta:
Segundo os comentários postados juntamente com as fotos, "O concreto é de baixa qualidade e a ferragem está exposta, a mesma deveria ter um recobrimento por norma" - alertou, citando normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Tecnicas) informando ainda que existem métodos eficazes para corrigir estes problemas.
Fotos compartilhadas por Thomaz Sarquis
Esclarecimentos do Engenheiro responsável pela obra do Prédio Multiuso da Câmara de Caxambu
"Bicheiras" são falhas executivas ocorridas durante os trabalhos de concretagem de peças de concreto armado devido a falta de cobrimento da ferragem. Mesmo cumprindo todas as normas de projeto quanto a traço/resitência do concreto, bitolas e cobrimentos do aço e dimensões das formas; ações muito mais simples, mas não menos importantes, caso não sejam observadas podem causar este vício de construção como por exemplo: a desforma executada sem cuidado ou fora do prazo mínimo e/ou a falta de vibração. A exposição da ferragem a intenpéries acarretará sua oxidação reduzindo a resistência do aço. Muitas vezes estes serviços mais simples são executados por profissionais menos capacitados que cometem erros localizados acarretando o problema apontado como detectado na obra da Câmara; contudo, sua correção é muito simples de ser executada, através do cobrimento desta ferragem com argamassa apropriada; e ainda, caso o processo de oxidação já esteja iniciada (o que não é o caso) pode ser usado inclusive um produto antioxidante conversor que transforma a LEVE ferrugem em proteção. Saliento que, esta correção apenas pode ser executada caso a integridade estrutural não esteja comprometida, isto ocorre quanto o diâmetro da ferragem especificada em projeto se encontra em alto grau de deterioração que reduz seu diâmetro especificado para suportar a carga determinado no projeto estrutural.
"Bicheiras" são falhas executivas ocorridas durante os trabalhos de concretagem de peças de concreto armado devido a falta de cobrimento da ferragem. Mesmo cumprindo todas as normas de projeto quanto a traço/resitência do concreto, bitolas e cobrimentos do aço e dimensões das formas; ações muito mais simples, mas não menos importantes, caso não sejam observadas podem causar este vício de construção como por exemplo: a desforma executada sem cuidado ou fora do prazo mínimo e/ou a falta de vibração. A exposição da ferragem a intenpéries acarretará sua oxidação reduzindo a resistência do aço. Muitas vezes estes serviços mais simples são executados por profissionais menos capacitados que cometem erros localizados acarretando o problema apontado como detectado na obra da Câmara; contudo, sua correção é muito simples de ser executada, através do cobrimento desta ferragem com argamassa apropriada; e ainda, caso o processo de oxidação já esteja iniciada (o que não é o caso) pode ser usado inclusive um produto antioxidante conversor que transforma a LEVE ferrugem em proteção. Saliento que, esta correção apenas pode ser executada caso a integridade estrutural não esteja comprometida, isto ocorre quanto o diâmetro da ferragem especificada em projeto se encontra em alto grau de deterioração que reduz seu diâmetro especificado para suportar a carga determinado no projeto estrutural.
Como pôde ser exposto, mesmo tomando os cuidados necessários, este
problema pode ocorrer, mas infelizmente apenas pode ser constatado após a
desforma da estrutura, como ocorreu no fim da segunda etapa da obra,
sendo este, o último serviço executado pela empresa responsável por
esta etapa.
Saliento que, o tempo total de cura do concreto depende de vários
fatores como tipo de peça, sobrecarga e outros, mas a cura final para
sua resistência máxima é de 28 dias; sendo assim, muitas vezes é
necessário que a estrutura apenas possa ser desformada após decorrido
esté prazo.
Nesta retomada da obra (terceira etapa), muitas formas ainda
estavam escoradas e montadas, mas reforço que estes problemas detectados
serão corrigidos antes do serviço do revestimento, contratados nesta
próxima etapa.
A disponibilidade de recursos em exercícios diferentes nos impõe a
situação de contratar empresas diferentes nas diversas etapas de
execução, o que atrapalha os procedimentos e o andamento normal de uma
obra iniciada e terminada com a mesma construtora; porém, estamos todos
nos empenhando para concluir todos trabalhos em conformidade com o
projeto e as técnicas específicas; e ainda, ressalto que, toda crítica
quando é construtiva, ela sempre é bem recebida e será dada a atenção
necessária.
Coloco-me a disposição, para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários.
Clifford Peterle Rezende
Engenheiro Civil - CREAMG nº56.477/D