Terceira Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência em Brasília
Paulo Roberto
Guimarães Moreira *
É muito difícil lidar
com a imprensa. Foi importante a imprensa mostrar o que aconteceu com
cadeirantes, acompanhantes e outros participantes em relação à rede hoteleira.
Essa questão de rede hoteleira adaptada para pessoas com deficiência (pcd) é
dinâmica. Há que se acompanhar a evolução das necessidades das pcd. Não são
apenas as pcd físicas que necessitam de atendimento especial: cegos, surdos e
muitos outros tipos de pcd. Se a logística de qualquer evento apresenta
complexidade, imaginem a logística de um evento que apresenta tantas demandas
especiais! O Brasil precisa trabalhar urgente nessa área. Imaginem sediar tantos
eventos internacionais. Aumentar a rede hoteleira sem prepará-la para receber
um grande contingente de pcd é uma temeridade. Nisso a imprensa foi importante,
mas, e o imenso lado bom do evento? No geral o evento foi maravilhoso! Eu nunca havia visto um evento com a opção de comida
vegetariana, esse tinha e de ótima qualidade. E a comida normal muito boa. O
serviço de refeição excelente. Os shows foram maravilhosos: Pára-lamas do Sucesso,
o filme: Os Colegas (com Lima Duarte e vários atores com síndrome de down), uma
ótima e famosa banda de reggie: Tribo de Jah.
A rede hoteleira ficava
quase toda perto do centro de convenções, o que facilitava o acesso. Muitos
profissionais como brigadistas, informantes, pessoas de eventos em geral foram
muito bem e em excelente quantidade. As extenuantes plenárias com excelente
som, imagem, intérpretes de libras (linguagem de sinais para surdos), ampliação
de letras para cegos e documentos importantes em braile.
Entretanto, o mais
importante a qualidade das pessoas palestrantes e participantes como Delegados
pode ser medido pelas três pessoas que passo a citar: o Desembargador Ricardo
Tadeu Marques da Fonseca (1º juiz cego da história do Brasil) e excelente
militante de nossa causa, Romeu Kazumi Sassaki, sociólogo e antigo e eficiente
colaborador de nossa causa e finalmente Xyco Teóphilo, a meu ver o maior
militante de nossa causa na história do Brasil.
Gostaria de destacar o
envolvimento, o grande trabalho da ministra
da Secretaria de Direitos Humanos,
Maria do Rosário e de sua equipe tanto na organização quanto na capacidade de
colocar a mão na massa para resolver os problemas.
Gostaria finalmente,
por uma questão de justiça de dizer que a Presidente Dilma Roussef não foi vaiada
e sim ovacionada, aplaudida, entusiasticamente, por aquela multidão.
Brasília,
9 de dezembro de 2012
* Paulo Roberto
Guimarães Moreira é cadeirante e militante desse movimento há 42 anos, com
vasta experiência nacional e internacional nessa área.