SITUAÇÃO AMBIENTAL É ALARMANTE SEGUNDO CIENTISTAS
Situação do meio ambiente
é apontada pelo IUCN
Entidade atua no Brasil desde 2010 e alerta para um agravamento da situação. O coordenador do escritório brasileiro diz que ações são lentas e estão em descompasso com a velocidade de deterioração dos ecossistemas.
Esta semana, o Futurando recebeu no estúdio a visita de uma representante da unidade alemã da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Mas o trabalho da entidade, fundada em 1948 na Suíça, é global. São mais de 1.200 entidades associadas, entre representantes governamentais e não-governamentais e cerca de 11 mil voluntários, entre especialistas e pesquisadores de 160 países.
No Brasil, a IUCN abriu as portas em 2010, com um escritório em Brasilia, apos uma decisão tomada no Congresso Mundial da Natureza, em 2008, visando fortalecer a presença da entidade na América do Sul.
O coordenador nacional, o geólogo Luiz Merico, fala um pouco mais sobre o trabalho no país e revela uma situação preocupante. Apesar das intensas discussões, a situação ambiental só tem piorado no Brasil e no mundo.
DW Brasil: De forma geral, que avaliação pode ser feita quando à proteção do meio ambiente no Brasil?
QUALIDADE DA ÁGUA
Luiz Merico: O que se vem observando em escala global é uma piora das condições ambientais, e o Brasil está incluído. Temos uma piora da qualidade da água. As questões relativas à água estão se agravando: tanto aquelas relacionadas às águas superficiais como subterrâneas.
BIODIVERSIDADE
Continuamos perdendo espécies, ou seja, há uma erosão da biodiversidade muito forte em escala global e também no Brasil.
DESERTIFICAÇÃO
DESERTIFICAÇÃO
A desertificação de áreas vem aumentando, as questões climáticas estão se agravando, sem que se consiga fazer um bom processo de mitigação e de adaptação a essas mudanças climáticas.
OCUPAÇÕES IRREGULARES - MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A ocupação da costa vem se intensificando. e, por conta das alterações climáticas globais, os oceanos estão mudando muito as suas características. No caso do Brasil, há a erosão das encostas e do solo. Há uma perda contínua do solo produtivo. São elementos que podem ser observados em escala global, mas também aqui de modo muito intenso.
DESCOMPASSO ENTRE DEGRADAÇÃO E
RESPOSTAS DA SOCIEDADE
RESPOSTAS DA SOCIEDADE
Há um descompasso muito grande entre a degradação do meio ambiente, que avança em uma velocidade muito rápida, e as respostas que a sociedade consegue dar. No momento, mesmo que a gente tenha falado ou que faça muitas ações com relação à questão ambiental, o quadro é de piora. Essa situação que a gente vive hoje é muito grave. Não temos nenhum elemento que indique, de fato, melhorias ambientais.
A IUCN trabalha na organização de listas de animais em extinção. Qual é a situação do Brasil nesse aspecto?
Existem no Brasil muitos estudos relacionados a espécies ameaçadas, mas estão organizados dentro de metodologias diferentes. O desafio é fazer com que todo esse trabalho possa ser feito dentro de uma mesma metodologia, permitindo sua integração à base de dados mundial. Mesmo que o Brasil tenha hoje muitas informações, o maior problema é que esses dados acabam não sendo integrados aos dados globais.
Em que tipo de projetos e ações a IUCN está envolvida no Brasil?
Estamos trabalhando com áreas protegidas, que é um tema bastante tradicional na IUCN. Aqui trabalhamos com um recorte mais ligado a áreas de conservação municipais. Esse é um trabalho bem intenso.
Também com listas vermelhas de espécies ameaçadas, que é outra bandeira importante da atuação da IUCN. Explicamos como usar a metodologia da IUCN no Brasil, já que ela é globalmente reconhecida no mapeamento de espécies ameaçadas. Estamos também introduzindo o sistema de listas de ecossistemas, que vai além da espécies em risco.
Trabalhamos ainda a questão da restauração florestal, tentando juntar as iniciativas dispersas e dar uma escala maior, dar mais visibilidade. Atuamos ainda junto ao setor privado, para introduzir o tema biodiversidade e negócios, com a capacitação do setor empresarial.
Qual o foco do trabalho do escritório brasileiro da IUCN?
É trabalhar com a missão da IUCN, isto é, buscar soluções em direção à sustentabilidade. Isso envolve a articulação dos atores que trabalham com a questão ambiental, com biodiversidade, clima, desenvolvimento; a identificação de áreas de interesse comum, o levantamento de recursos financeiros, a viabilização de recursos humanos, o aporte de metodologias capazes de dar conta dos variados problemas.
É todo um trabalho para facilitar os atores regionais e locais na busca pela sustentabilidade, fazendo isso em articulação global.
MINERAÇÃO DE QUARTZITO NO SUL DE MINAS
Extração de quartzito: imagem geral de São Tomé publicada no site do DNPM |
Reunião novamente discutiu legalização de mineradoras em Luminárias, MG
Segundo matéria socializada pelo site G1 Sul de Minas (EPTV), os donos de mineradoras, funcionários e empresários que exploram o quartzito no Sul de MInas, mais propriamente na região de São Tomé das Letras (Polo Produtor da pedra São Tomé), participaram de uma reunião nesta sexta-feira (22), em Luminárias (MG).
Informou o G1 que presente na reunião estava o Secretário Estadual de Meio Ambiente, Adriano Magalhães, e ali foi discutido o processo de legalização das mineradoras que foram embargadas durante uma operação da Polícia Federal, em novembro d ano passado.
A operação fiscalizou a exploração irregular do quartzito, a falta de licença ambiental e pedreiras sem permissão pra fazer pesquisas de exploração. Foram embargadas mineradoras em Luminárias e São Tomé das Letras (MG).
No caso de Luminárias, há cerca de 20 mineradoras e a maioria não está legalizada. São atividades clandestinas, com uma série de ilegalidades praticadas pelos extratores gerando uma degradação dos recursos hídricos, do solo, e propriciando formação de doenças que devem ser controladas pelos órgãos públicos.
A EPTV informou que Cláudio Henrique de Oliveira herdou uma mineradora do pai há 14 anos. Cerca de 70 toneladas de quartzito foram apreendidos e ele está impedido de trabalhar há quatro meses. “ Acredito que o prejuízo já chegou aos R$ 120 mil”, afirma.
A principal exigência dos órgãos responsáveis pela legalização de mineradoras é a recuperação das áreas degradadas. Desde o ano passado, os mineradores aqui se mobilizam para enfrentar a principal dificuldade da exploração de quartzito: a obtenção da licença ambiental.
É comum empreendedores abandonarem locais minerados sem recuperação das áreas degradadas. Apesar de todo esforço da SUPRAM-SUL DE MINAS e outros órgãos de fiscalização situação é de degradação geral |
POSIÇÃO DO SECRETÁRIO É NECESSIDADE DE TROCA DE INFORMAÇÕES
Durante a reunião, o secretário de Meio Ambiente disse que o governo pretende trocar informações com todos os municípios do estado onde há exploração de minério, para identificar as dificuldades em cada região.
“Nós estamos aqui para ouvir os empresários e atender às demandas junto com nossa equipe de fiscalização para tentar trazer harmonia nesse setor e conseguir um ganho ambiental para a região”, afirma Magalhães.
Até o momento não há previsão para a liberação das mineradoras embargadas.
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MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL TEM ATUADO NA
QUESTÃO EM CONSTANTE
CONTATO COM A POPULAÇÃO LOCAL
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MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL TEM ATUADO NA
QUESTÃO EM CONSTANTE
CONTATO COM A POPULAÇÃO LOCAL
O Ministério Público Estadual, através da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, em conjunto com as Promotorias de Justiça Ambientais de Lavras (Luminárias), Três Corações (São Tomé), Varginha, Baependi, Cruzília, Caxambu e São Lourenço tem, desde 2010, acompanhado um cronograma de atuação pré-definido, sem a realização de operações específicas, que busca regularizar as situações de ilegalidade e danos socioamentais produzido pelas minerações clandestinas.
O Ministério Público tem efetivamente acompanhado também no COPAM/SUPRAM a questão dos licenciamentos e imposição de condicionantes. Relatório completo desta atuação pode ser requerido à CRRG - Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente da Bacia do Rio Grande - Avenida Ernesto Matiolli, 960, Bairro Santa Efigênia, Lavras, CEP. 37.200-000.